segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Meu amigo Luan Santana

Será que o Luan acredita na fita crepe da Globo?

Lembram do meu amigo eleitor do Serra? Que é a CARA do Luan Santana? Pois então... A gente bem que podia ter uma nova conversinha essa semana, hein?

Temos que continuar o papo da outra vez, claro, e tem algumas questões que eu gostaria de fazer... Por exemplo, será que ele acredita na tal fita crepe que só a Globo e o perito que ela contratou viram? O que será que ele achou desse circo todo?

Vou ver se marco um rolé com ele... =D

sábado, 23 de outubro de 2010

Deco #NaRuaComDilma

Perguntaram cadê eu nas fotos da caminhada...


Pronto!! =D

UJS/Campinas e E-CAMP: Juventude #NaRuaComDilma

Chesller Moreira, presidente da UJS/Campinas,
e Vinícius Saraiva, diretor do E-CAMP

Na última quinta-feira, 21, os movimentos sociais de Campinas uniram-se para mostrar, nas ruas da cidade, a força de quem está com Dilma. Jovens, mulheres, idosos, gays, agentes de saúde e membros dos mais diversos movimentos populares concentraram-se na Estação cultura e tomaram a 13 de Maio até o Largo da Catedral.


Chesller Moreira, presidente nacional do E-jovem, estava lá representando a União da Juventude Socialista, da qual também em presidente, em Campinas. "O mais legal dessas caminhadas de apoio à Dilma é ver a cara do povo. É povo mesmo, gente comum, que a gente encontra no nosso dia a dia. Não é militância paga nem playboyzinho filhinho de papai que só faz campanha de carro chique," desabafou Chesller.

Binho Silva, batendo panela:
"Eu quero ver mulher presidente da Nação"

Ao seu lado, o preesidente do Grêmio Pirata, de Hortolândia, Binho Silva, batia numa panela com adesivos de Dilma. "Lugar de mulher não é mais no fogão, eu quero ver mulher presidente da Nação!", entoava o estudante. Binho, que é vice-presidente da UJS/Campinas, é um dos responsáveis pela campanha "Eu também tô com Dilma", lançada esta semana.

A bandeira do arco-íris foi empunhada na caminhada por Vinícius Saraiva, também conhecida como Saraivetty, diretora de Saúde do E-CAMP, o Grupo E-jovem em Campinas. "É agooooooooooooraaaaaaaaaa!", soltava ele, usando seu bordão característico. "Quem é bonita vota Dilma!"  

Saraivetty: "Quem é bonita vota Dilma!"

Neste sábado todos voltam a se reunir no comitê "Juventude com Dilma", para definir as atividades da última semana de campanha.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Vai melhorar

Suicídios gays: no Brasil, 3 POR DIA

"Eu nem consigo imaginar o que é ser importunado apenas por ser gay. Deve ser duro. Mas acredite, vai melhorar."

Quem disse essas palavras foi o presidente dos EUA, Barack Obama, hoje. O vídeo foi gravado como parte de uma campanha, "It Gets Better", destinada a alertar a sociedade americana para o dramático problema do bullying - principalmente contra adolescentes e jovens homossexuais.

Aqui no Brasil, o assunto foi notícia no Jornal Nacional e com certeza vai repercutir, gerar algum debate por aqui. Veja a matéria:



Para o Grupo E-jovem, nada disso é novidade. Há anos que a gente vem divulgando que muitos jovens não resistem à pressão. São inúmeros os relatos que chegam até a gente, de jovens que estão pensando em se matar, ou que já tentaram ou que desistiram de se matar depois que acharam o nosso site ( e COMO é bom ouvir isso!). A propósito, o assunto foi tema de dois grandes artigos no site do grupo, "Genocídio gay" e "Assassinatos sociais". Recomendo a leitura. Lá, chegamos à conclusão, a partir de análises de situações semelhantes nos EUA e na Europa, que aproximadamente 3 adolescentes e jovens LGBT se matam por dia no Brasil.

Tomara mesmo que as mortes nos EUA levantem algum debate aqui. Há algum tempo, o programa Profissão Repórter, da Rede Globo, numa matéria sobre educação, topou sem querer com um caso de suicídio de adolescente gay. Mas a coisa passou batido.

Chega, né?

Vou dar um toque no Chesller pra que o E-jovem retome essa bandeira com mais força. Quem topa ajudar?

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Lohren tá com ela, eu também tô!

Clique na imagem para saber mais sobre o ato

O Movimento LGBT, claro, estará representado - assim como os negros, as mulheres, a juventude - parece que vai ter até uma grupo de idosos lá! Todos com Dilma! Vamo?
Lohren tá com ela, eu também tô!



segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Estou me sentindo meio São Sebastião hoje...

São Sebastião, padroeiro das gay

Estou me sentindo estranho hoje...

Meio contemplativo... E meio preso, com algumas coisas me espetando, me incomodando, e eu sem poder removê-las... É isso mesmo: amarrado e levando flechada (ou prestes a levar).

Meio São Sebastião.

Acho que é porque essa vai ser uma semana pesada, de muita correria e muitas decisões. Decisões que nem todas EU vou tomar - acho que é daí que vêm as cordas. Espero que as flechas sejam doces.

No mais

Mas uma matéria muito interesante saiuhoje no Estadão, "A cor do voto": mostra que, nas classes baixas, todos votam em Dilma, brancos e negros. Mas conforme a faixa salarial vai subindo, os brancos vão indo mais pra Serra. Já os negros, mesmo os muito ricos, permanecem votando em Dilma. O mesmo acontece com a escolaridade: brancose negros com baixa escolaridade votam Dilma, mas brancos com ensino superior votam Serra, enquanto negros com ensino superior continuam votando Dilma.

Achei interessantíssima essa pesquisa. Mostra que a diferença entre classes continua mais viva do que nunca - mas que questão racial não é tampouco desprezível...

Por falar em questões étnicas, uma notícia que me preocupou: Angela Merkel, chanceler da Alemanha, acaba de afirmar que "a tentativa de criar sociedade multicultural na Alemanha 'fracassou'". E que os imigrantes devem se esforçar para aceitar a língua e os valores alemães - pricipalmente os valores cristãos. Recado claríssimo à crecente população turca/muçulmana.

Mas complicado né? Será que a Alemanha não aprendeu nada com a sua própria intolerância no século passado? Ou está desaprendendo?

Enfim, é torcer para que esses ventos (que já se alvoroçam por aqui também) sejam devidamente dispersados. Aqui, só a vitória da Dilma salva.

Vamo que vamo!! =D


quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Conversa com um eleitor do Serra

Os cabos eleitorais do candidato do PSDB:
alguém duvida que essa gente vote no Serra?

Ontem eu saí pra tomar uma cerveja com um grande amigo meu. Nos conhecemos há 10 anos. E, como nem tudo é perfeito, ele é ferrenho eleitor do Serra.

O assunto da noite, claro, foram as eleições.

Uma coisa boa, que acho importante salientar, é que esse meu amigo (vamos chamá-lo de Luan - ele é a cara do Luan Santana) não se encaixa em nenhum dos grupos extremistas ilustrados acima, graças a Antínoo!, muito pelo contrário: ele é gay, extremamente inteligente, bem informado, recém-formado em uma das mais importantes universidades de SP, bom nível sócio-financeiro-educacional etc. Aproveitei a conversa pra saber por que diabos alguém vota no Serra e, mais importante, por que ele não vota na Dilma.

Começamos pelas semelhanças entre os candidatos. Concordamos que, qualquer um que ganhe, não será o fim do mundo. Nenhum dos dois, pessoalmente, é extremamente reacionário. Ambos apoiam a descriminalização do aborto e os direitos dos homossexuais (mesmo que ande circulando por aí várias informações ao contrário - muito do que se diz agora é campanha, da boca pra fora). Ambos são democratas e orbitam o espectro político ali pelo centro - sendo o Serra mais pra centro-direita e a Dilma mais pra centro-esquerda.

Aí veio o primeiro tensionamento. O Luan resistia muito em assumir que o Serra representa a direita e Dilma, a esquerda. Às vezes ele flertava com a ideia de que "não existe mais direita e esquerda no Brasil" (uma noção falsa, que favorece a direita), outras vezes assumia a diferencação, mas com outros nomes: Serra seria liberal (a favor da autoregulação do mercado, das privatizações), enquanto Dilma seria mais a favor da presença do Estado na Economia. O que dá no mesmo.

Mas percebi que, pra esse tipo de eleitor esclarecido do Serra, a noção de "esquerda" ainda é mais positiva que negativa, e a de "direita" ainda é mais negativa que positiva. Daí a resistência em se aliar imediatamente com a direita e deixar a Dilma ser de esquerda.

Essa resistência é reinforçada por uma certa demonização do PT. Ele falou de projeto de poder de 70 anos, de PRI, ditadura populista etc. E das alianças do PT com setores conservadores, religiosos etc.

Foi quando comecei a me dar conta de outro aspecto: apesar do Luan ser extremamente bem-educado e informado, sua informação era extremamente seletiva. Ele estava afiadíssimo em tudo de ruim que o PT havia feito nos últimos 8 anos - mas ignorava qualquer irregularidade do PSDB e suas lideranças. Já tinha "ouvido falar" em Paulo Preto, mas não sabia o que ele tinha feito. Não tinha conhecimento das declarações do Índio da Costa contra os direitos gays e nem sabia da prisão do candidato a deputado do PCC, antes das eleições. A propósito, ele não acredita que o governo de SP tenha favorecido o florescimento do PCC e acha que essa história de imprensa golpista é conto de fadas.

Ou seja, mesmo não pertencendo a grupos de extrema direita, ele era totalmente pautado por esse grupo. Parecia que eu estava sentado frente a frente com o Reinaldo Azevedo. E, como tal, não dá crédito à sociedade civil organizada ("é tudo aparelhada pelo PT") e menos ainda ao controle social ("é só pra inglês ver, pra acalmar os ânimos, mas não tem efetividade prática").

Em resumo: Por que não votar na Dilma? Basicamente por medo do PT. Medo do PT querer ficar anos e anos no poder ("é preciso haver alternância!"), medo da relação do PT com as massas ("o PT acha que deve guiar as massas, como prega o marxismo"), medo da Dilma "não segurar o PT" (no fortalecimento do Estado, no PNDH3 etc).

Tadinho do "Luan"... Tão bonitinho e tão perdido!

Bom, eu precisava contra-argumentar. Primeiro ressaltei que essa visão do PT como a raiz de todos os males é uma demonização orquestrada pela mídia. O PT não é melhor nem pior que nenhum outro partido e sofre o preconceito de classe de ainda ser o principal representante da classe trabalhadora no país. Aliás, essa questão de classe permeou toda a conversa e, ao contrário do que muitos querem fazer parecer, está mais viva do que nunca.

Segundo, sobre o projeto de poder do PT. O PT não quer ficar 10, 20, 70 anos no poder. Quer ficar 100, 200. Assim como TODOS os partidos, ora bolas. Afinal, não são eles as únicas instituições constitucionalmente habilitadas a disputar o disputar o poder? E qual o propósito dessa disputa senão o de permanecer no poder o maior tempo possível? Sobre alternância de poder: Hello-o! em que estado vc vive mesmo, Luan? São Paulo? Há quantos 20 anos o PSDB está no poder mesmo?

Sobre o PT e as massas: a partir do momento que o Estado começa a aceitar o controle social, ou seja, que a sociedade civil passe a fiscalizar e pressionar o Estado por mudanças ou pela manutenção de suas conquistas, esse espaço torna-se também um espaço de poder. E um espaço de poder que, se não for ocupado por um lado será, ireemediavelmente, pelo outro. A direita no Brasil (ainda que resita o título de direita) é recalcada porque nunca teve o diálogo com os movimentos sociais que esquerda sempre teve. A direita nunca teve militância, povo de verdade na rua (veja que triste é uma passeata pró-Serra - alguém ali não era pago? - e olha que o vídeo é da Folha...). Que as massas se identifiquem com Dilma e o PT é natural, pois o partido sempre esteve com eles, como o PCdoB e outros. Aliás, quem acha que pode "liderar as massas" e se coloca acima delas, numa arrogante superioridade, é justamente o PSDB...

E, finalmente, sobre "Dilma não segurar o PT", parte disso tem a ver com a tal demonização, parte tem a ver com a pauta da direita mais extrema. essa centro-direita moderada, à qual pertence o Luan, não sabe exatamente o que o pode acontecer de fato caso a "Dilma não segure o PT". É só uma sensação vaga de medo. Conhece pouco do PNDH3, por exemplo, e só sabe rerpoduzir o que sai na mídia mais oposicionista. Acha que se Dilma ganhar, o Brasil vira uma Cuba ou uma China.

Minha resposta a isso é uma só: quero mais é que não segure mesmo. Lula não fez nem metade do que poderia ter feito justamente porque segurou. É por saber que Dilma não vai segurar que a extrema direita está em pânico - diferentemente da centro-direita moderada, a extrema sabe muito bem o que tem a perder com a chegada definitiva do povo no poder: sua hegemonia.

E é por isso que o povo ali de cima - milicos, neo-nazistas, TFPistas, integralistas, religiosos fundamentalistas, o PiG - vota tudo no Serra. E você, Luan? Vai realmente se juntar a eles?
 

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Jogo dos erros

Juventude do Serra (ou do Reinaldo Azevedo?)

Essa é a juventude tucana.

Encontre um negro.

Um pobre.

Uma travesti.

Juventude com Dilma: diversidade

Essa é a juventude que está com Dilma.

É outra coisa...! =D


O círculo da direita se fecha: teocracia, censura nas redações, ideologia do medo

Reproduzo abaixo excelente texto do blog do Rodrigo Vianna, ex-PiG (e, portanto, profundo conhecedor de suas entranhas):

O eleitor médio aceitará ser torturado pelo discurso
de fanáticos religiosos a serviço de Serra?



Com a generosa ajuda da velha mídia brasileira, e uma mãozinha da candidatura de Marina Silva, Serra conseguiu pautar a reta final do primeiro turno e o inicio do segundo turno com uma temática religiosa.


É um atraso gigantesco para o Brasil.

Parte dos apoiadores de Dilma acha que a campanha do PT deve fugir desse debate, recolher apoios de evangélicos e católicos, e rapidamente mudar de assunto.

Penso um pouco diferente.

É evidente que essa temática religiosa não é o que interessa para o Brasil. Mas se Serra escolheu o obscurantismo, é preciso mostrar isso à população. A esquerda, tantas e tantas vezes, foge dos enfrentamentos. Acho que desse enfrentamento não deveria fugir.

Por que ninguém do PT é capaz de dar uma resposta a Serra, deixando a Ciro Gomes a tarefa de pendurar o guiso no gato? Ciro disse -de forma muito apropriada - que o discurso de Serra é o caminho para um regime teocrático. Vejam:

(Ciro Gomes) “Por que o PSDB, que nasceu para ajudar a modernidade do País, resolveu agora advogar o Estado teocrático? O Serra tem de dizer que, na República que ele advoga, primeiro falam os aiatolás, e aí os políticos resolvem o que os aiatolás querem que seja feito.”

O Brasil, agora digo eu, precisa que se faça esse debate.

O Brasil precisa, também, comparar os resultados econômicos e sociais de FHC e Lula. Mas precisa de politização, precisa que se enfrente o pensamento conservador.

Essa é uma hora boa para desmascarar a intolerância religiosa.

Aliás, é preciso tomar cuidado ao associar “evangélicos”, apenas, a esse discurso intolerante. Não. Os ataques mais coordenados e mais perigosos partem da Igreja Católica.

É preciso – com muito cuidado e respeito pelos milhares de católicos e evangélicos que praticam a religião apenas para confortar suas almas, e para difundir o amor ao próximo – lembrar que já houve um tempo em que a religião mandava na política.

No Brasil Colonial, tivemos a Inquisição católica a prender, torturar e executar. A intolerância religiosa já matou muito – no mundo inteiro. Aprendemos isso na escola, ou deveríamos aprender (quem não se lembra da “Noite de São Bartolomeu”, na França, pode ler algo aqui).

Já que Serra quer travar esse debate, devemos pendurar o guiso no gato, e perguntar se o que ele quer é um Estado teocrático. É isso?

Do lado de Serra, certamente ficará muita gente. Mas tenho certeza que do outro lado ficará o que há de civilizado nesse nosso país.

Na Espanha, esse debate é travado nas eleições. O PP (partido conservador) tem uma parceria muito próxima com a Opus Dei e com o catolicismo mais reacionário. O PSOE (social-democrata) não tem medo de assumir a defesa de um Estado laico – respeitando as práticas religiosas.

O PSOE ganhou eleição prometendo união civil de homossexuais. A direita católica do PP realizou marchas com quase um milhão de pessoas, contra essa plataforma. Levou bispos e padres (de batina e tudo) para as ruas. O PP tentou intimidar o PSOE. O que fez a centro-esquerda? Travou o debate, resistiu, deu uma banana para o terrorismo religioso. E ganhou.

É preciso ter coragem.

O círculo da direita se fecha: ela tem as igrejas (algumas), ela tem a velha mídia, ela tem a prática da intolerância.

“A ideologia da direita é o medo”, já nos ensinava Simone de Beauvoir.

A intolerância e o medo é que levaram o “Estadão” (que, diga-se, abre espaços para a Opus Dei) a demitir Maria Rita Kehl por ter escrito um artigo que contraria a linha oficial de “somos Serra até a morte”.

Nas redações, não há espaço para dissenso. Quem levanta a cabeça tem a cabeça cortada.

“Folha” (que censura blogs), “Estadão” (que demite colunista), “Veja” (com seu esgoto jornalístico a céu aberto) e “Globo” (sob comando de Ali “não somos racistas” Kamel) são a armada a serviço desse contra-ataque conservador. Isso já está claro há muito tempo. Mas Lula parece ter minimizado essa articulação, e acreditado que enfrentaria tudo no gogó – sem politizar o debate. Não deu certo. É preciso enfrentamento, politização.

Esse é um combate que merecer ser travado. Para ganhar ou perder. E acho que temos toda chance de ganhar.

Até porque, se Serra ganhar com esse discurso de ódio, e com esses apoios (panfletos da TFP, reuniões no Clube Militar, pregação e intolerância religiosas), o país (empresários, trabalhadores, classe média) precisa saber que teremos uma nação conflagrada durante 4 anos.

Não dá pra fazer de conta que isso não está acontecendo.

Há espaço para uma centro-direita civilizada no Brasil? Claro. Mas essa direita que avança com Serra não merece respeito. Merece ser combatida, como fazem os espanhóis e como fez o Ciro Gomes.

Com coragem.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Serra procura Homens de Bem

Na foto, Homens de Bem jurando lealdade a Serra no segundo turno

Serra deu a senha no Jornal Nacional: procura aliados "de bem". É a deixa pro novo jingle ("Serra é do bem") e a ressuscitação do famigerado "homem de bem", aquela figura fascista que... ah, melhor deixar vcs diretamente com o próprio.

Bruno Ribeiro é colunista do jornal Correio Popular (aspirante a PiG aqui do interiorrr). Apesar disso, é gente boa pra caraleo e rema contra a maré golpista e elitista. Tem sensibilidade às questões raciais, culturais e boêmias. Ele foi um dos pioneiros a identificar que esse personagem, o "homem de bem", como algo nefasto e perigoso.

E reproduziu isso em forma de crônica, que reproduzo abaixo:

Entrevista com o Homem de Bem


Entrevistei muita gente na vida – artistas, políticos, poetas, intelectuais, esportistas e até bebuns ilustres. Mas faltava-me ao currículo uma grande entrevista com o Homem de Bem, fascinante entidade nacional sem rosto e endereço. Persigo-o desde que me formei jornalista. Descobrir como uma alma tão esquiva conseguia pautar as notícias dos jornais e influir nas decisões políticas, na bolsa de valores e na escalação da Seleção Brasileira, tornou-se uma obsessão.

Muitas vezes tentei me aproximar, mas ele fugia como o diabo da cruz e nunca retornava as ligações, por mais solícitos que fossem os recados deixados em sua secretária eletrônica. Ofereci, então, uma quantia em dinheiro. Uma proposta indecorosa, sem dúvida. Mas só assim o Homem de Bem aceitou falar comigo.

Com a ajuda de um famoso comentarista político – seu amigo pessoal – a entrevista foi marcada no balcão do Café Regina [o café mais tradicional de Campinas]. Mas havia uma condição: “A conversa não pode ser gravada. Fotos, nem pensar”, avisou. Tive certeza de que realmente falava com o Homem de Bem. Quem, afinal, teria tanto medo de assumir pontos de vista e defendê-los sem a proteção do anonimato? Abri o bloco de anotações e dei início às perguntas.

Por que o senhor faz questão de preservar o anonimato quando opina sobre temas polêmicos nos blogs?
É um direito assegurado pela Constituição. Sou o Homem de Bem, não posso me expor. Não sou o Zé Povinho, que adora um barraco em público. Pago meus impostos e tenho o direito de fazer o que bem entender, inclusive assinar comentários com nomes falsos.

Mas a impressão que o senhor passa é de não ter argumentos para sustentar opiniões.
Não tenho que argumentar com essa camarilha que infesta a internet e certos órgãos de imprensa. Há comunas infiltrados. Essa gente só aprende na base da porrada.

E os Direitos Humanos, como ficam?
Só servem para defender bandidos. Veja o caso dos presos: passam o dia jogando cartas e comendo de graça às nossas custas. Enquanto isso, o cidadão de bem tem que trabalhar duro para pagar seus impostos.

E o decreto que suspendeu a liberdade de imprensa em Honduras? O governo golpista não estaria se aproveitando da crise diplomática com o Brasil para implantar uma ditadura?
Não há governo golpista em Honduras. Zelaya foi deposto porque queria consultar o povo sobre o segundo mandato. Queria se perpetuar no poder, como Hugo Chávez. Ele iria rasgar a Constituição e implantar uma ditadura nos moldes cubanos.

Fernando Henrique Cardoso, quando presidente, também deu um jeitinho de aprovar o segundo mandato. Só que, em vez de consultar o povo, preferiu comprar os deputados. O que o senhor acha disso?
Foi um mal necessário. Se Lula ganhasse, naquela ocasião, teria feito do Brasil uma outra Cuba.

A imprensa não pode ser estatal em Cuba, mas em Honduras pode. Por quê?
O governo hondurenho está agindo corretamente ao fechar rádios, TVs e jornais. Estavam infestados de chavistas. Os pseudo-jornalistas queriam incitar o povo à violência. Não eram democratas, estavam à serviço do Eixo do Mal.
O que o senhor acha da Newsweek ter considerado Lula “o presidente mais popular do planeta”?
Essa revista deixou de ter credibilidade. Está dominada pelo movimento negro, pelos cupinchas do Obama. Bastou um crioulo virar presidente dos Estados Unidos para que o nível da inteligência americana despencasse.

Mas se Lula fosse tão ruim quanto o senhor diz, não seria aprovado por 81% da população.
O povo é ignorante, se contenta com esmolas. Lula é um analfabeto. Não sabia trabalhar direito nem quando metalúrgico. Por que você acha que ele perdeu um dedo na prensa? Não serve nem para síndico do meu prédio.

Mas não dá para negar que a imagem do Brasil, lá fora, melhorou bastante. Quem diz é a imprensa internacional. Ela está errada também?
Gringo adora índio. O samba também faz sucesso lá fora e, no entanto, é uma merda. Lula não sabe falar inglês, não tem classe e bebe cachaça. Ele me mata de vergonha.

Como o senhor consegue influenciar tanta gente?
Tenho uma equipe grande de colaboradores que escrevem diariamente para os principais jornais do País. Muitos se deixam fotografar e assinam seus nomes em meu lugar. Oriento que batam na política de cotas raciais, uma forma dissimulada que o governo encontrou de jogar os negros contra os brancos. Peço que defendam a pena de morte, que protestem contra a presença de mendigos e travestis no centro das cidades e que elogiem o regime militar, lembrando que naqueles tempos não havia tanta permissividade na televisão.
Como podemos identificar a carta de um colaborador do Homem de Bem nos jornais?
Não raro, ela começa assim: “Sou um cidadão de bem, cumpridor dos meus deveres e pagador dos meus impostos...”

Dito isto, o Homem de Bem consultou o relógio de pulso e encerrou a entrevista secamente: “Pronto, acabou”. Pagou a conta – dois cafés e uma água com gás –, entrou no primeiro táxi e o chofer dobrou a Barreto Leme em direção ao Cambuí [o bairro nobre - o Jardins - de Campinas].

ESSE é o aliado que Serra procura...

ESCOLA JOVEM LGBT: Concurso de bolsas nesse sábado!


A Escola Jovem LGBT realizará mais um concurso de bolsas de estudo nesse sábado e no próximo (9 e 16/10), em Campinas/SP. Serão disputadas seis bolsas, no valor de R$ 100,00 (cem reais)/mês cada uma, a alunos da região.

"As bolsas são um incentivo a mais para que os jovens participem," explica o diretor Deco Ribeiro, uma vez que os cursos são gratuitos e a escola ainda oferece lanche e passes de ônibus. "Em contrapartida, pedimos que os bolsistas tenham frequência exemplar e ajudem os professores na condução das aulas, como monitores."

Os alunos serão selecionados por meio de avaliações pessoais (redação), dos profesores (interesse) e da direção (necessidade). Serão distribuídas duas bolsas para cada um dos cursos de Dança, Fanzine e WebTV.

Stonewall
Também nesse sábado e no seguinte, a Cia. de Dança Stonewall, formada por alunos da escola, realizará audições para completar o elenco de seu primeiro espetáculo, que leva o mesmo nome da companhia. "Stonewall" será uma apresentação de dança que contará, para as novas gerações, a origem do movimento LGBT.

"Serão dez bailarinos no palco. Faremos testes para uma ou duas vagas ainda abertas no elenco principal e pelo menos mais dez substitutos," explicou a professora Bruna Eduarda. Alunos e não-alunos poderão participar dos testes, que acontecerão nos dis 9 e 16/10, das 9h às 12h. Os ensaios acontecerão sempre aos sábados, das 9h às 12h e das 13h às 16h.

Bruna e seus alunos, com Lohren Beauty:
preparando o primeiro espetáculo da Escola Jovem LGBT

A Escola Jovem LGBT fica na rua José Camargo, 382, bairro Nova Europa, Campinas/SP. Mais informações pelo site da instituição ou pelo telefone (19) 3307-3764.

NEM aborto, NEM Marina são importantes para o segundo turno

Passada a ressaca eleitoral (em SP, o campo progressista deixou de ganhar uma cadeira no Senado, perdeu o Governo e ainda assistiu Dilma ir para o segundo turno - pra não falar na maioria absoluta na Assembleia que Alckmin vai ter...), que venha o segundo turno.

E parece que regredimos 30 anos. Nesta mesma data, mas em 1979, acontecia passeata de 50 mil em Paris em defesa da descriminalização do aborto. Aqui no Brasil, em 2010, fica essa histeria dos boatos anti-Dilma no primeiro turno (engraçado que foi o Serra o único candidato que LEGALIZOU o aborto no Brasil, quando era ministro da Saúde em 1998) e todo mundo jurando que esse será O Grande Tema do segundo.

Bom, não vai ser. E eu explico por quê.

A boataria anti-aborto foi deflagrada por setores religiosos no finalzinho do primeiro turno e fez um monte de gente desesperada desistir de votar em Dilma. Só que esses votos não foram pra Serra. Foram pra Marina, uma candidata assumidamente evangélica, com um perfil, religiosamente falando, conservador. Porque os votos não foram pra Serra? Porque essas pessoas, religiosamente conservadoras, já não confiavam no Serra (e por isso estavam com a Dilma em primeiro lugar).

No segundo turno, no entanto, Marina não é uma opção. A escolha agora é Serra ou Dilma e, na cabeça dessa parcela religiosa, nenhum dos dois oferece certezas de que vai brecar o aborto. Então essa questão, aborto, cai por terra. É, na visão deles, uma escolha pelo "menos pior". Os votos dilmistas tendem a voltar pra Dilma sem muito esforço.

Marina
Agora vamos ver por que o apoio da Marina também NÃO É importante para o segundo turno.

Ora, a história de Marina no PV é muito recente. E o PV não é um partido que tem, nacionalmente, 20 milhões de votos. Basta ver a pouca votação que tiveram os deputados, senadores e governadores do PV. A grande "onda verde" alardeada pela imprensa se deu mais pelas pessoas assustadas pelos boatos e como uma forma de protesto à polarização do debate.

Ou seja, não são votos "da Marina". Não foram atraídos pelo charme e graça da candidata do PV e, principalmente, não dão a mínima pro apoio dela. Os verdes do Nordeste já estão com Dilma; os de SP e do Rio, com Serra; e por aí vai, regionalmente, cada um seguindo suas convicções. Por isso até que a Marina, que não é boba nem nada, deve acabar optando por permanecer oficialmente neutra no segundo turno (ainda que tudo leve a crer que, por uma questão de coerência política, no escurinho da urna ela acabe indo de Dilma).

No fundo, no fundo, sabemos para QUAL projeto Marina torce... =D

 
E outra: Se os "verdes" quizessem realmente que Serra ganhasse, teriam todos votado nele - e ele teria ganhado.

No entanto, Serra teve menos votos que a soma das abstenções, brancos e nulos (33 milhões x 34 milhões). A onda verde foi pouco maior que metade dessa onda branca de quem simplesmente não quis ou não pôde votar. Só as abstenções são maiores que os votos da Marina (20 milhões x 19 e pouco).

Ou seja, não só os votos da Marina que estão em jogo, mas esses 20 milhões que não votaram (34 milhões, se somarmos os que votaram em branco ou nulo).

Dilma precisa conquistar 5 milhões de votos para ser eleita. E muitos desses que não votaram podem ser dilmistas. Que agora estão com a mão na cabeça, "Putz, por que eu não fui votar!" A reconquista de parte desses votos já é suficiente para Dilma levar a eleição.

"Putz, por que não fui votar na Dilma??"
Você tem mais uma chance...

O que eu faria se estivesse na campanha da Dilma:

  1. Daria mais divulgação à plataforma Verde do governo Lula - que será seguida pela presidente Dilma e pode ser encontrada em detalhes no resultado da última Conferência Nacional de Meio Ambiente. Uma plataforma que tem tudo pra agradar os eleitores da Marina que estão realmente preocupados com o meio ambiente. Tá tudo lá. O texto, inclusivo, é ASSINADO pela Marina - que ainda era ministra na época. quer compromisso maior que Dilma encampar as propostas de uma Conferência capitaneada pela candidata do PV?
  2. Esqueceria o tema aborto. Não é uma discussão a ser feita em 20 dias. E não vai influenciar em nada, como apontei acima. Falar sobre isso só gera mais ruído na imprensa (e esse é o jogo do PiG).
  3. Faria umas peças de campanha voltadas aos dilmistas que não votaram. No estilo, "PRecismos do voto de TODOS nessemomento. Se você vota Dilma, não deixe de votar." Se, de cada 6 que não votaram, UM resolver votar na Dilma, ela leva.
Enfim, dilma ainda é franca favorita, claro. Só precisa tomar cuidado pra não tropeçar.

 
Mais sobre isso - e outras análises sobre os votos de Marina - vc pode ler também no (ótimo) blog do Rodrigo Vianna (ex-repórter da Globo que se voltou contra o PiG), aqui ("Voto não foi ecológico nem evangélico") e aqui (“Votos de Marina vão se dispersar”).
    

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

A imagem da campanha

Comício de Lula, Dilma e Mercadante
deixa a imagem da campanha:
muita chuva e muita gente!!

(imagem do blog Legalidade SP, que vale uma visita...)