terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Escola gay resgata a história LGBT com o balé STONEWALL


Escola Jovem resgata a história LGBT

Primeira escola gay monta espetáculo de dança sobre a revolta de Stonewall

No próximo domingo, 19 de dezembro, acontecerá a apresentação de formatura do Ballet Stonewall, a primeira turma de Dança do Ponto de Cultura E-jovem - Escola Jovem LGBT.

O espetáculo, também intitulado "Stonewall", conta a história do amor de um jovem policial e uma garçonete travesti, que lutam contra o preconceito e a homofobia em meio aos acontecimentos históricos de junho de 1969. Nessa data, a comunidade de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBT) de Nova York se rebelou contra a intolerância policial e iniciou os protestos que deram origem às Paradas Gays de hoje.

“Esse foi, sem sombra de dúvida, o momento mais marcante da história LGBT,” explica Deco Ribeiro, diretor do Ponto de Cultura. “E remete a um momento parecido com o que estamos vivendo hoje, de enfrentamento homofóbico quase que diário, principalmente nas ruas de São Paulo. Precisamos resgatar o sentimento que deu início ao nosso movimento.”

Toda a apresentação foi uma criação dos alunos da Escola Jovem LGBT, orientados pela bailarina Bruna Baby. O espetáculo contará com diversos estilos, do balé clássico à dança contemporânea, e será exclusivo para convidados. Não haverá cobrança de ingresso. Convites podem ser retirados diretamente na Escola ou por meio do site www.e-jovem.com, até o dia 18/12 ou até que sejam esgotados.

O Ballet Stonewall começa sua turnê pelo Rio de Janeiro, em 2011, e está aberto a convites para se apresentar em outras cidades do pais. Segundo Ribeiro, é importante espalhar a mensagem do espetáculo, de que juntos somos mais fortes. “Conhecer a própria história fortalece a comunidade gay,” afirma.

O grupo de dança foi criado em outubro deste ano por alunos e professores do curso de Dança do Ponto de Cultura E-jovem - Escola Jovem LGBT. O Ponto de Cultura integra a rede de pontos do Programa Cultura Viva, do Ministério da Cultura, e foi o único de temática LGBT selecionado para receber financiamento da Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo. A Escola Jovem LGBT recebeu em 2010 o Prêmio Cidadania em Respeito à Diversidade, na categoria Educação, oferecido pela Associação da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo.


SERVIÇO:


Escola Jovem LGBT apresenta “Stonewall”, com o Ballet Stonewall
Dia 19 de dezembro de 2010, às 16h
Teatro Sia Santa - R. Sebastião Paulino dos Santos, 20, Pq. Sta. Bárbara – Campinas/SP

Direção Artística: Profa. Bruna Baby
Bailarinos: Juana Camp, Anderson Arruda, Saraivetty Close Beauty e Bruna Baby
Figurino e Participação Especialíssima: Lohren Beauty
Direção de Som e Vídeo: Prof. Fábio Silva
Design Gráfico do Libreto: Turma 2010 do curso de Fanzine da Escola Jovem LGBT, sob a direção do Prof. Breno Queiroz
Direção Cultural: Deco Ribeiro
Apoio Cultural: Sociedade Cultural Teatro Sia Santa

MAIS FOTOS:

sábado, 11 de dezembro de 2010

E-CAMP elege nova presidente

O E-CAMP, Grupo E-jovem em Campinas, realizou na noite desta sexta, 10, sua eleição anual de nova diretoria. Ao todos, 63 adolescentes e jovens, gays, lésbicas, bissexuais, travestis, transexuais e transgêneros fizeram fila pra votar. A chapa vencedora, com 60 votos, foi encabeçada por Vinícius Saraiva, 17, que personifica a drag queen Saraivetty Close Beauty.

Saraivetty (à direita), presidente eleita

Perguntada a que atribuía a expressiva votação, Saraivetty respondeu: "Acho que foi o meu número de candidato, 24!" Essa eleição marca um novo momento para o grupo, que, pela primeira vez, recolheu votos em plena praça do Sucão, o principal ponto de encontro dos jovens LGBT de Campinas. "Todos podiam votar," explica a presidente eleita. "A gente já vinha fazendo campanha há algumas semanas e aqui é partir pro corpo a corpo." Os eleitores preenchiam um cadastro e já estavam aptos a votar.



Votam jovens trans, lés e gays: cidadania LGBT

"A ideia de fazer a votação dessa forma foi para aproximar a ong da comunidade, dos jovens," explica Lohren Beauty, presidente nacional do E-jovem. "Afinal, representamos essa galerinha em muitas instâncias. É justo que eles escolham diretamente seu representante. Legitima mais o processo e faz com que eles se envolvam mais com o grupo, se sintam mais parte desse todo nosso."

Lohren Beauty: o E-jovem mais próximo de sua base

A nova presidenta do E-jovem em Campinas deve tomar posse no próximo sábado, dia 18, em uma grande festa na Escola Jovem LGBT.

Confira mais fotos da votação:


Policiais na Paulista

Após diversos ataques a homossexuais, este é o primeiro final de semana do patrulhamento especial na região da avenida Paulista. Trabalham na região mais de 30 policiais militares empregados especificamente para este fim em parceria com a Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (foto: Zanone Fraissat/Folhapress)

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Sejam vocês

Repasso, já em clima de boas festas, mensagem recebida hoje pelo site do E-JOVEM. PRa gente não perder a esperança no nosso trabalho com a juventude... os trechos em negrito foram ressaltados por moi e o estilo da escrita foi preservado:

(foto ilustrativa de @roohcordeiro)

Sejam Vocês

Olá Gente tudo bom com vocês?

Meu nome é Lucas tenho 14 anos e estou aqui para contar para vocês minha experiência sobre o tema bissexualidade.

Tudo começou quando eu tinha uns 10 anos eu comecei a sentir atração por homens, isso refletia no meu jeito de ser e muitas vezes meu pai ficava incomodado com isso, era sempre zombado na escola e sempre fui excluído.

O tempo foi passando, eu fui crescendo, e esta atração por homens foi crescendo cada vez mais.

Desde pequeno meus pais sempre me obrigaram a ir ao psicólogo eu passei por muitos ate que com os meus 13 anos eu encontrei um psicólogo que eu tive coragem e contei essa atração.

Primeiramente eu neguei essa atração, eu fiz de tudo, sai com meninas (também sinto atração por meninas), tentei namorar, mas não consegui fugir dessa atração que aparecia toda vez que um menino bonito passava perto de mim.

Realmente vivi tempos muito ruins nesta fase, eu fiquei muito triste, não queria fazer mais nada, não saia mais com os amigos, não queria mais comer.

Quem me ajudou a sair desta fase e realmente assumir o que eu sou e principalmente me aceitar do jeito que eu sou , sem me importar com os outros, foi meu psicólogo e aqui, o E-Jovem, com o apoio dos dois eu consegui me assumir e aceitar o jeito que eu sou.

Passei a gostar mais de mim, passei a me arrumar mais, a olhar mais pros meninos, e principalmente eu fiquei mais confiante em mim, na minha personalidade, quem eu sou, e fiquei mais confiante na minha confiança sabe parece que fiquei mais seguro de mim ( e isso e impressionante parece que atrai os garotos , um menino um dia chegou pra mim e falou que me admirava muito por que eu era muito confiante em mim *não eu não peguei ele :/)

Mas com tudo isso eu quero dizer a vocês que sejam quem vocês são , e que não tenham medo da opinião dos outros por que esta feliz com você , e ser feliz do jeito que você realmente é e miiiil vezes mais importante que a opinião de qualquer outra pessoa!!!

Bjinhos...

Lucas

domingo, 5 de dezembro de 2010

6 PASSOS PARA ACABAR COM A HOMOFOBIA

6 passos para acabar com a homofobia
Para acabar com a homofobia, é dever de toda escola:

1. Ser um ambiente seguro
2. Encorajar, apoiar e empoderar os gládios
3. Ter uma política de combate ao bullying
4. Incluir material LGBT em sua biblioteca
5. Disponibilizar apoio individual e/ou em grupo
6. Incluir perspectivas LGBT e materiais não-homofóbicos em seu currículo


O governo brasileiro reconhece que, inegavelmente, uma parcela relevante da sociedade brasileira sofre com o preconceito e a discriminação por orientação sexual e identidade de gênero. Estas lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais precisam ser reconhecidos e ter reparados seus direitos à cidadania.

Com o objetivo de contribuir para a construção de uma cultura de paz estimulando o respeito a todas as diferenças, foram lançados programas como o Brasil Sem Homofobia e planos como o Plano Nacional LGBT. Esforços são feitos no Congresso para a aprovação do PLC 122/06, que torna a homofobia um crime equivalente ao racismo. E centenas de ongs lutam diariamente no combate ao preconceito e à discriminação.

Um desses grupos é o Grupo E-jovem, que eu ajudei a fundar há quase 10 anos. E temos dois planos principais de combate à homofobia, ambos relacionados à Educação. Um deles tem por objetivos reconhecer e valorizar a expressão cultural de adolscentes e jovens LGBT, em um ambiente constrído especialmente para este fim. Estamos falando, claro, da Escola Jovem LGBT.

O outro plano é esse, que vou descrever agora. Internamente, chamamos de Escola Amiga, mas poderia muito bem ser chamado "6 passos para acabar com a homofobia"
  
Afinal, é na escola que os jovens desenvolvem suas habilidades sociais e começam a compreender o conceito de sociedade. E, muitas vezes, é na escola onde eles conhecem pela primeira vez o preconceito.

A escola não é um sistema fechado – ela traz pras suas salas de aula muitos dos vícios do mundo lá fora, e a minissociedade que se forma em um estabelecimento de ensino acaba muitas vezes oprimindo esse jovem, mesmo não-intencionalmente. Óbvio, nenhum professor ou diretor de colégio em sã consciência, por mais que não aceite os homossexuais, vai dizer que é preconceituoso. Da mesma forma que a maioria da população diz não ser racista – mas mostra que é em seus atos.

A Escola, com E maiúsculo, enquanto instituição, mostra ser discriminadora não tanto pelos seus atos, mas exatamente pela ausência deles. Não existe nada dentro da escola que prepare ou proteja o jovem para o que ele vai encarar no mundo aqui fora, por causa de sua orientação sexual. E, justamente por causa desse silêncio, o garoto ou garota LGBT acaba não só saindo despreparado para enfrentar esse mundo, mas sofrendo discriminação mesmo dentro de suas paredes – onde deveria estar protegido.

Eu nem precisaria me alongar tanto. É óbvio que as escolas, em primeiro lugar, precisam ser ambientes mais amigáveis aos LGBTs. Mas COMO fazer isso?

É aí que entra o E-jovem. Em 2007, em um seminário internacional na Europa, 66 Diretrizes para uma Educação Sem Homofobia foram elaboradas pela IGLYO - uma rede internacional de adolescentes gays da qual o E-JOVEM é o único membro brasileiro. Fui eu quem traduzi o documento para o português, ajudando-o a ser lançado em Portugal, no Brasil e na África. Uma escola que aplicasse todos os 66 pontos do plano seria a escola dos sonhos, claro.

Mas, analisando o documento, conseguimos chegar a 6 passos básicos, que seriam um belo começo. Esses passos serão apresentados no Rio de Janeiro, em janeiro de 2011, no Encontro de Grêmios da UBES e na Bienal da UNE. Cerca de 7.000 estudantes de todo o país serão convidados a aplicar esses 6 passos em suas escolas e faculdades, com o apoio de seus grêmios, CAs e DCEs.

Mas você não precisará esperar até janeiro. Basta seguir abaixo:

6 passos para acabar com a homofobia
Para acabar com a homofobia, é dever de toda escola:

1. Ser um ambiente seguro. Um ambiente que garanta um aprendizado seguro, no qual intimidações ou discriminações de qualquer tipo, incluindo homofobia e transfobia, não sejam toleradas, mas punidas. Isso deve ser divulgado publicamente.

2. Encorajar, apoiar e empoderar os gládios (grupos estudantis sensíveis à questão LGBT) ou a criação de grupos de apoio a estudantes LGBT nos grêmios escolares.

3. Ter uma política de combate ao bullying que seja direcionada a todas as formas de discriminação, e explicitamente se referir ao bullying homofóbico e transfóbico. Essa política deve proteger todos os membros da comunidade acadêmica, ser respeitada por todos e ser revisada regularmente por membros da comunidade acadêmica para verificar sua eficácia. Todos os professores devem receber treinamento para reconhecer e agir em caso de bullying homofóbico e transfóbico. Esse treinamento deve informá-los como reagir a esse bullying e como reduzir sua incidência e poderá ser oferecido por meio de parcerias externas (com ongs especializadas, por exemplo).
 
4. Incluir material LGBT em sua biblioteca. Podem ser livros com personagens LGBT ou livros que tratem especificamente de questões LGBT. Materiais LGBT como cartazes e panfletos divulgando grupos e serviços voltados a jovens LGBT dem ser livremente exibidos nos murais de avisos da escola.

5. Disponibilizar apoio individual e/ou em grupo, oferecido por um orientador capacitado ou uma pessoa voluntária de confiança, a estudantes que queiram conversar sigilosamente durante ou fora do período de aulas. Tanto a pessoa de confiança quanto qualquer orientador deve ser capacitado em questões LGBT e explicitamente e publicamente deixar claro que está aberto a conversar sobre tais questões.

6. Incluir perspectivas LGBT e materiais não-homofóbicos em seu currículo, tanto como parte de materiais genéricos quanto, se possível, como materiais específicos para lidar com questões LGBT. Materiais, livros didáticos e professores devem usar exemplos LGBT, tanto em questões, exercícios e trabalhos quanto em suas fontes. Toda capacitações em Direitos Humanos deve sempre abordar questões LGBT.


Juntos, vamos acabar com a homofobia. Benvindo a bordo. =D

Clique aqui para baixar o termo de adesão para levar à sua escola/faculdade.

P.S. Quem quiser divulgar em sites, blogs, orkut etc, pode usar o banner acima, da Escola Amiga, com um link pra cá, ok?

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Jovens gays sofrem tentativa de homocídio em Hortolândia (SP)

Repassando e-mail do meu amigo Fábio Silva, vice-presidente da UJS/Campinas e professor de WebTV da Escola Jovem LGBT:

Na madrugada desta terça-feira, 30, em Hortolândia, cidade da região metropolitana de Campinas (SP), ocorreu um ato de homofobia, dando sequência a uma tentativa de homocidio(homicídio contra homossexuais, motivado por homofobia), seguido de assalto.

As vítimas, Fábio Silva (25) e L. (19), estavam no portão da casa de Fábio, quando foram abordados por dois homens armados. O primeiro perguntou "vocês são viados?", ao que L. respondeu "E se for, tem algum problema?"


Fabio Silva narra a sequência dos fatos: "O comparsa estava na esquina vigiando, após a resposta de L., o agressor avançou sobre ele, puxando-o pelo pescoço, jogando-o na calçada da minha casa. Fui pra cima pra defendê-lo, quando ele sacou a arma, soltou a trava de segurança, mirou no rosto do L. e puxou o gatilho. Eu estava esperando o barulho do tiro mas só ouvi o "click". Pedi desesperado pra ele deixar disso. O criminoso homofóbico mandou a gente sentar na calçada e pediu meu celular. Ele nos manteve ali por muito tempo, falando coisas horríveis. Não passou nenhum vizinho, nenhum carro, nenhuma viatura policial. Pensei que iámos morrer. O L. mora próximo a minha casa e eu sempre vou buscá-lo no ponto de ônibus quando ele chega do trabalho, à uma da manhã. Naquele dia, ele quem me acompanhou até casa, fazendo o inverso da nossa rotina. E aí foi o azar. Não estávamos expostos, sequer estavamos demonstrando um comportamento que pudesse levantar suspeitas, quando os agressores surgiram".


O caso foi registrado na delegacia de Hortolândia apenas como assalto. As vítimas estão encaminhando uma denúncia formal de homofobia ao Centro de Referência LGBT de Campinas e à Defensoria Publica do Estado De Sao Paulo.

Comentário: Primeiro os pais dizem que preferem "filho morto do que filho viado". Depois as igrejas afirmam que "homossexuais são coisas do demônio". E um deputado federal diz que pro filho deixar de ser gay é só "dar umas palmadas nele". Daí pro povo sair matando gays na rua é um pulo. Em 2010 bateremos o recorde de LGBT assassinados no país, mais de 200.

Até quando?

ATUALIZAÇÃO: Este é Fábio Silva:
Como diria o Entei, ta tudo bem agora...