quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Marcha contra homofobia reúne mais de mil pessoas em São Paulo

Movimento pede aprovação de projeto de lei que torna homofobia crime

Ministra Maria do Rosário, conselheira Lohren Beauty, senadora Marta Suplicy e o deputado Ivan Valente

A Avenida Paulista foi, na tarde deste sábado (19), mais uma vez palco da luta contra a homofobia, que já costuma ser lembrada anualmente na Parada Gay. Desta vez, de 800 a mil manifestantes, de acordo com a Polícia Militar, ou 2 mil, segundo os organizadores, marcharam pelo endereço para protestar contra atos de violência a homossexuais. O protesto, iniciado no final da avenida, terminou em frente ao número 777, onde no dia 14 de novembro um rapaz foi agredido com lâmpadas fluorescentes.

A manifestação, que também pediu a aprovação no Senado do projeto de lei que torna crime a discriminação contra homossexuais, idosos e portadores de deficiência física, contou com a presença da senadora Marta Suplicy (PT-SP), da conselheira Lohren Beauty, do Conselho Nacional de Combate à Discriminação, da ministra Maria do Rosário, da Secretaria Especial dos Direitos Humanos, e do deputado federal Ivan Valente (Psol-SP) (foto), além do também deputado federal Jean Wyllys (Psol-RJ) e do deputado estadual Carlos Giannazi (Psol-SP).

O deputado Jean Wyllys, Lohren Beauty e o deputado Ivan Valente

A senadora Marta Suplicy criticou a lentidão do Legislativo na aprovação de direitos a gays, lésbicas e travestis. Ela acredita que o projeto de lei (PLC 122/06), que o Senado desarquivou no último dia 8, deve ser aprovado pela Casa. "Nós vimos um retrocesso no Congresso nos últimos anos. O Legislativo tem se unido e se acovardado sobre essa questão e não vamos sossegar enquanto não abolirmos do Brasil atos de violência desse porte. Junto da sociedade civil vamos conseguir a aprovação do projeto", afirmou.

"A homofobia não age sozinha, ela vem junto do preconceito, e é também contra isso que devemos nos posicionar", disse o deputado federal Jean Wyllys (Psol-RJ), um dos representantes da causa gay no Congresso, que acredita ainda que a luta contra a homofobia deve ser pluripartidária.

Galera do E-JOVEM ajudou a ocupar a Paulista:
na foto, os meninos do E-PIRA

O historiador Augusto Patrini, 32 anos, um dos organizadores da marcha, afirmou que a bancada religiosa no Congresso tenta desqualificar o projeto de lei que, segundo ele, não se limita aos direitos de homossexuais, mas também aos deficientes e portadores de deficiência física. "Existe uma leitura errada do projeto e também má fé dos deputados da bancada conservadora, além dos demais parlamentares que não se posicionam claramente sobre a proposta. O que a gente pede é o mínimo, que é criminalização de atos contra as minorias ", disse.

Para a corretora de imóveis Luciana Turella Carpinelli, 44 anos, mãe de um jovem gay, manifestações como a deste sábado chamam a atenção da sociedade para a questão. "A única forma que eles têm hoje é se juntar para conseguir diminuir o preconceito. Eles não escolheram, eles nasceram gays. Meu filho nunca sofreu violência, mas é vítima de preconceito desde a adolescência".

Neste sábado, a ministra Maria do Rosário, da Secretaria Especial dos Direitos Humanos do governo de Dilma Rousseff, lançou na capital paulista o selo Brasil Território Livre da Homofobia, que tem como objetivo divulgar o Disque Direitos Humanos (Disque 100) voltado para a comunidade LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgêneros). A ministra participou de um trecho da marcha e disse que o governo trabalhará na garantia dos direitos humanos. "O Brasil deseja e o Brasil será um território livre de homofobia. Nós não aceitamos a homofobia", afirmou a ministra durante a passeata.

Lohren Beauty: "Disque 100 pode salvar a vida de adolescentes LGBT"

Para Lohren Beauty, conselheira do recém-criado Conselho Nacional de Combate à Discriminação, ligado à Presidência da República, esse serviço será muito importante para a juventude LGBT. "Poder ligar a qualquer hora do dia ou da noite, de qualquer cidade do interior do Brasil, e receber atenção e apoio ao seu sofrimento é algo que pode salvar a vida de adolescentes que sofrem homofobia," declarou a drag queen, que também é presidenta do Grupo E-jovem de Adolescentes Gays, Lésbicas e Aliados. "Muitas jovens lésbicas são abusadas dentro de casa, jovens travestis são escravizadas e submetidas ao tráfico de pessoas, agora elas têm para onde correr."

Desde janeiro, foram registradas 343 denúncias contra homossexuais, com 1.015 violações relacionadas. O maior número de casos foi de violência psicológica (42%), seguida de discriminação (25%), violência física (17%) e violência sexual (10%).

O Senado desarquivou no último dia 8 de fevereiro o Projeto de Lei da Câmara (PLC 122/06) que torna crime a discriminação de homossexuais, idosos e portadores de deficiência física. O PLC, popularmente conhecido como o projeto que criminaliza a homofobia, foi desarquivado após requerimento protocolado nesta pela senadora Marta Suplicy (PT-SP).

O projeto, que chegou ao Senado no final de 2006 e é cercado de bastante polêmica, já havia sido examinado pela Comissão de Assuntos Sociais (CAS) e será encaminhado agora à Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) e à Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ).

(com informações do G1, Terra, Grupo E-jovem e Secretaria Especial de Direitos Humanos)

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Fotos da Escola Jovem LGBT

Aluna Saraivetty na entrada da Escola

Alunos com Lohren Beauty, fundadora da escola

Apresentação do espetáculo de Dança "Stonewall"

Anderson Arruda e Juana Camp, os protagonistas de "Stonewall"

Lohren Beauty e Bruna Baby, professora de Dança

Alunos na aula de WebTV

Alunos na aula de Fanzine - de vermelho, o professor Breno Queiroz

Alunos na aula de Defesa Pessoal

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Carta ao homofóbico que arrancou meu sangue

(foto: Rodrigo Cordeiro)

Carta ao homofóbico que arrancou meu sangue
Leitor desabafa em texto emocionado após ataque homofóbico

Por: Alexandre Pereira

Caro homofóbico,

Suponho que agora, depois de ter me surrado, você esteja um pouquinho mais feliz.

Mesmo com dor pelo corpo todo, hematomas, nariz quebrado, sangue coagulado, marcas, costelas quebradas, mesmo sentindo toda a dor do mundo por ter sido espancado covardemente por você, fico feliz que tenha tido o poder imenso de te fazer um pouquinho mais feliz, ao menos, enquanto a surra durou.

Você pode me bater, me socar, xingar, tirar meu sangue, até me matar, mas, tenha a certeza de que aquela sementinha que você queria arrancar e tornar-me igual a você, continua aqui, intacta. Ainda continuarei te assombrando com o meu rebolado, com as minhas roupas chamativas, com o fato de eu amar e sentir tesão por outro homem, de cometer o crime inafiançável de andar de mãos dadas com outro homem no meio da rua.

Sabe essa felicidade que você viu estampada no meu rosto e que quis arrancar com socos e pontapés? Pois é, felizmente, ela continua aqui e não vai a lugar algum. Depois que a dor passar, que os ossos sararem, que meu medo cessar, vou continuar sendo gay, feliz, completo, e você?

Aqueles minutos em que me bateu já passaram e com eles o sentimento de poder e invencibilidade se foram também, não é? Agora você voltou a se sentir o lixo que você é, voltou a sentir o vazio que te consome as entranhas, voltou a engolir todos aqueles sentimentos que você teima em esconder, não é?

Ao me bater você se sentiu poderoso, homem com H maiúsculo, forte, machão, invencível. E agora, como voltar a ter essa sensação de novo? Bater em mais alguém? Pode até ser, mas e depois? Vai ficar batendo nas pessoas a sua vida inteira para se sentir bem consigo mesmo? Que vida triste essa sua. Prefiro a minha, aposto na minha – o sangue para de correr, a dor passa, mas esse vazio que você sente aí dentro vai passar? Pode ter a certeza que não. Ao me recuperar consegui pensar em muita coisa. Qual o real motivo de você ter me surrado?

Eu estava apenas andando na rua, com minhas roupas chamativas, com meu cabelo diferente, com um jeito de andar diferente. Por que você me escolheu para descarregar todas as suas frustrações por meio da violência? O que passou na sua cabeça quando você parou, me olhou, analisou, percebeu que eu era diferente de você e, simplesmente, resolveu me bater? O que você queria matar em mim? Minha sexualidade? E por que ela incomoda tanto a você? Eu sequer percebi a sua presença, não pode usar da desculpa que eu dei em cima de você, feri a sua masculinidade te olhando com olhos de desejo.
 
Será que feri o seu orgulho de macho apenas por ser quem eu sou? Será que você gostaria de se libertar de todas essas amarras com as quais cerceou a sua vida e ser igualzinho a mim? Eu daria tudo para saber o que se passou na sua mente nesses segundos antes de tomar a decisão. Será que nos seus pensamentos, nos seus mais loucos devaneios, você realmente achou que me batendo mataria em mim o gay que eu sou? Não vê que assim, você me dá mais poder do que eu jamais pensei que teria? Eu só posso ser muito especial a ponto de você se incomodar tanto e querer me machucar. Será que eu tenho alguma coisa realmente muito poderosa que você quer tão ardentemente arrancar de mim?

Fiquei divagando, e se eu usar essa coisa que você tanto quer a meu favor? Que puta poder eu teria, então.

Imaginou se todos os gays do mundo (e olha que são muitos, pode acreditar) usassem esse poder, essa coisa especial, a seu favor? Seria uma revolução. Você já pensou nisso, não seria melhor, então, nos deixar ser quem somos do que nos dar tanto poder? Em todas as guerras que já aconteceram ao longo da história da humanidade, os povos se matavam porque queriam alguma coisa que estava em posse do ‘inimigo’.

E quando essa ‘coisa’ passava de um povo para o outro, ele não se fortalecia e virava uma potência? É isso que você quer? Pegar a minha sexualidade para si e, assim, sentir-se completo e fortalecido? Imagina se todos os gays que já foram vítima de algum tipo de preconceito entendessem que sofreram essa retaliação porque têm em sua sexualidade um poder imensurável? Como seria? Certamente iríamos lutar de volta, mas sem a violência, porque somos seres humanos e não monstros boçais. Aí a história seria outra.

Eu percebi isso, que toda a sua violência foi em vão, porque estou mais forte, mais confiante. O que você quer, afinal, que eu me intimide, fique com medo de apanhar de novo e pare de usar roupas chamativas, de andar de mãos dadas com meu namorado, de beijar a pessoa que eu amo, de amar outro homem, e me transforme em você? Uma pessoa fria, infeliz, que passa pela vida apenas por passar, sem grandes ambições, a não ser bater e acabar com tudo aquilo que o lembre de toda a sua mediocridade?

Não, muito obrigado, a vida é curta e eu quero mais é viver, ser feliz, aproveitar cada segundo que me resta como se fosse o último, não tenho tempo a perder com idiotices, covardia, intolerância e mediocridade. Você arrancou o meu sangue, mas deixou marcado na minha alma algo muito mais profundo e importante: ser quem eu sou, aceitar quem eu sou e a minha verdade, é uma arma muito poderosa. E se isso te incomoda tanto, desculpe, eu não tenho nada a ver com isso, afinal, nem te conheço. Podem dizer o contrário, mas eu sei que vou para o céu.

Afinal, qual o meu crime? Amar, simplesmente. E o seu?

Se as igrejas e as religiões acham que isso é adorar Deus, incitar o ódio contra as diferenças, desculpe, mas isso não é para mim e não deveria ser para ninguém que é humano e tenha alguma noção de humanidade. Você tem todo o direito de não me aceitar, de achar que o que eu faço é errado, que eu vou queimar no fogo do inferno, mas daí a partir para violência? Quem será que está errado nessa história? Quem é você para me julgar? Antes de me apontar o dedo, por que você não se olha no espelho e repensa tudo que faz de errado? Obrigado pelos hematomas. Eles se tornarão cicatrizes de uma guerra que você acha que ganhou. O que você fez, realmente? Me bateu covardemente no meio da rua.

E eu? Ganhei mais força para me obrigar a ser feliz. E, enquanto eu for feliz, com minha coragem e minhas marcas da batalha, você continuará atolado na merda em que você afundou a sua vida e onde enterrou todas as suas chances de ser um pouco menos infeliz.

Quem ganhou, afinal?

Para um querido amigo que foi vítima, ontem (15/2), de um troglodita.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Meu amigo Luan Santana (2)

Meu amigo Luan Santana anda estressado com o trabalho

Vocês lembram do meu bate papo anterior com meu amigo Luan Santana? Pois ontem saímos de novo. Ele anda estressado com umas coisas do trabalho, precisava conversar, espairar. Como sair com o Luan sempre é sinônimo de choppinho e um bom bate-papo, fomos dar um rolê.

Já no carro, o papo começou com nossa primeira avaliação do Governo Dilma. Ele estava positivamente impressionado com esse primeiro mês, principalmente no tocante ao comportamento de Dilma, mais discreta e menos falante que Lula. Ou seja, estão corretíssimas as análises de que a presidenta está maravilhando a Direita até agora. eles não percebem que a estratégia da mídia golpista é justamente elogiar Dilma para bater em (e desconstruir o governo de) Lula, como se ela fosse tudo o que ele jamais foi. Chegam até a pintar o governo Dilma como de oposição a Lula - por mais paradoxal que seja.

E o pior é que Luan e seus companheiros de classe compram a ideia.

De minha parte, elogiei também esse início de gestão, principalmente o pulso firme nas negociações, mas manifestei minha preocupação com o Ministério da Cultura. A comunidade cultural foi a que mais lutou por sua eleição e agora se vê meio traída com algumas ações iniciais da ministra Ana de Hollanda - que parece metida numa guerra pessoal de facções culturais dentro do ministério. Muitos temem pelo fim do programa Cultura Viva e eu, como membro ativo desse programa (a Escola Jovem LGBT é um Ponto de Cultura) me preocupo.

Essa preocupação minha só fez meu amigo Luan ficar mais encantado ainda com Dilma: se a esquerda está ameaçando se decepcionar, é sinal que ela está indobem (pensa a direita).

Pontos estabelecidos, concordamos que ainda é cedo - mas vamos ficar de olho.

A conversa ficou quente quando começamos a discutir o capitalismo/socialismo na China (e em Cuba, Venezuela, Brasil e EUA).

(Parêntesis: É muito bizarro eu saboreando um frozen yogurt de tangerina com gengibre e calda de morango e mel e discutindo o racionamento de açúcar em Cuba...mas enfim... Fecha parêntesis.)

Essa é uma conversa que sempre dá pau. E dá pau porque TUDO o que ele sabe sobre esses países socialistas é o que sai na Veja ou passa na Globo ou sai na Folha... Ou em palestras na FGV. Em outras palavras: não são fontes confiáveis.

Luan teve o disparate de afirmar que na China e em Cuba não há eleições, por exemplo. Ele segue, claro, o que é publicado aqui pela mídia, como esse artigo da Superinteressante (da Editora Abril, de Veja) e esse outro do Jornal Nacional, da Globo. Em ambos a China é pintada como uma ditadura fria e intolerante.

Nada mais falso. Recomendo a leitura desse artigo da Wikipédia sobre o processo eleitoral na China (em inglês) e esse resumo sobre as eleições em Cuba. Ou seja, sim, existem eleições nos governos de orientação socialista.

A partir daí, percebi que qualquer discussão adiante estaria comprometida: toda a base dele sobre o que acontece por lá era enviesada pelo PiG, como por exemplo "A China agora virou a casaca e é capitalista". Nada mais falso. A Ascensão atual da China foi prevista por Mao Tsé Tung há 50 anos e faz parte da caminhada rumo ao socialismo. Mas quem disse que ele me ouve?

Demos uma trégua e fomos assistir o "Discurso do Rei", cuja sessão já estava para começar. Depois continuamos a conversa.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

13 de Fevereiro - Dia das Mães e Pais de LGBT

13 de Fevereiro:
Parabéns, mãe! =D

Pouca gente sabe, mas desde 2005 jovens gays de todo o Brasil dedicam um dia especial a seus pais e mães: é o dia 13 de fevereiro, Dia das Mães e Pais de LGBT. Manda a tradição entregar uma rosa amarela a cada um dos pais - se eles souberem da orientação do filho, a data é comemorada abertamente, com mais presentes e conversas sobre o tema.

Mas o legal é quando o pai ou a mãe não sabem ainda que são pais de um menino gay, de uma menina lésbica, e recebem a rosa mesmo assim. "Por que isso?", perguntam. E os filhos respondem: "Um dia você vai saber..."

Essa tradição começou num de nossos encontros do Grupo E-jovem em Campinas. O tema era a relação entre pais e filhos gays e lés e mais de 20 pessoas foram na nossa sede conversar. E o melhor é que tínhamos um pai e duas mães junto com a gente.

Foi um longo bate-papo sobre suas descobertas e de como lidaram (e ainda lidam) com o fato de seus filhos serem diferentes. Falamos de família, de preconceito (que, todos concordaram, é fruto da ignorância, da falta de informações que muitos pais têm sobre o que é homossexualidade, o que é ser homossexual), de rótulos, de amor, de respeito. O povo fez várias perguntas aos pais, que procuravam responder da melhor maneira possível.

Os pais depois declararam que se sentiram ótimos encontrando outros pais e mães de LGBT. Pois, geralmente, a vida de um pai de gay ou uma mãe de lésbica é muito solitária. Os filhos encontram certa facilidade de entrar na internet e encontrar seus semelhantes, formar grupos e tals, mas os pais se fecham e não conseguem conversar sobre esse assunto com os amigos, os parentes, os colegas de trabalhao... Muitos nem comentam com o marido ou a esposa. O armário dos pais de gays é mais fundo que o nosso e encontrar outra pessoa que passa pelo que eles passam, que os compreende, pra eles não tem preço.

E foi assim.

Então não se esqueça: No próximo dia 13 de fevereiro, dê uma rosa amarela para sua mãe e para o seu pai. Eles podem não saber (ainda) por que estão recebendo, mas você sabe por que está dando: porque você os ama e espera que eles te amem do jeitinho que você é, gay, lésbica, travesti, transexual ou bissexual. Quem sabe a rosa já não seja um pretexto pra começar uma loooonga conversa...?

E se você pertence a algum grupo, junte a galera e celebre a data junto com suas mães e pais - eles merecem! E vão adorar a homenagem.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Travestis Adolescentes - Nota oficial do E-JOVEM

GRUPO E-JOVEM
de Adolescentes Gays, Lésbicas e Aliados

Nota Oficial do GRUPO E-JOVEM

Foi com muita consternação que o GRUPO E-JOVEM de Adolescentes Gays, Lésbicas e Aliados recebeu as notícias, recentemente veiculadas pelo Jornal Nacional, da Rede Globo, e pelo jornal Folha de S.Paulo, acerca de um grupo de travestis adolescentes de Belém (PA) que estavam sendo sexualmente exploradas em São Paulo (SP).

É notório que o destino de travestis jovens expatriadas geralmente seja cair na mão de cafetinas inescrupulosas, que as mantêm em estado de escravidão. Essa rede ‘descoberta’ em SP não é a única. São milhares de travestis vivendo dessa forma, em todos os grandes centros do país.

Ainda que seja louvável a preocupação com as adolescentes, a maioria entre 14 e 17 anos e que foram encaminhadas de volta às suas famílias, o simples ‘repatriamento’ dessas meninas trans não é a solução. Como mostra a reportagem “Sonhos de Belém”, publicada na Folha em 7/02/2011, muitas não possuem vínculos familiares e as que possuem com certeza enfrentam rejeição devido às suas orientações sexuais e identidades de gênero. Traduzindo: suas famílias não as aceitam como travestis, não apoiam as mudanças em seus corpos e, geralmente de forma violenta, contribuem para o rompimento do vínculo familiar.

Sim, elas vão voltar para São Paulo. E mais virão. Elas querem ir ao shopping montadas e serem bem atendidas pelo SUS. E elas têm esse direito, de buscar a felicidade, seja em Belém ou em São Paulo.

Como a única rede nacional integralmente dedicada ao movimento jovem LGBT, EXIGIMOS que o Estado ofereça as garantias necessárias de Saúde, Segurança e Assistência Social para que essas adolescentes não precisem fugir de suas realidades para terem seus direitos garantidos. É preciso ensinar essas famílias a conviver com a diversidade e a reconhecer suas filhas.

E, caso elas queiram realmente ir para São Paulo ou qualquer outro lugar, é preciso garantir que sejam bem recebidas e tenham seus direitos garantidos lá também – como cidadãos e cidadãs brasileiras que são, sem que a solução seja simplisticamente devolvê-las a famílias que as violentam.

O GRUPO E-JOVEM, através de seus núcleos em Belém e São Paulo, acompanhará de perto esse caso, dará apoio à esas meninas e buscará diligentemente tais garantias das autoridades competentes.

Esperamos que o Centro de Referência, Prevenção e Combate a Homofobia da Defensoria Pública do Estado do Pará, o Centro de Referência da Diversidade da cidade de São Paulo e a Coordenação de Políticas para a Diversidade Sexual do Estado de São Paulo sejam sensíveis a essas demandas. E aos desejos de Pamelas, Daianys, Natashas, Jessicas, Michellys e Samanthas.

Atenciosamente,

Chesller Moreira/Lohren Beauty, presidente nacional do Grupo E-jovem
grupo@e-jovem.com; (19) 9341-3764

Wander Júnior, presidente do Grupo E-jovem em São Paulo
wanderjunior.bs@hotmail.com

Daniel Prestes, presidente do Grupo E-jovem em Belém
e.belem@hotmail.com


Campinas, 7 de fevereiro de 2011
Sonhos de Belém
Sete travestis adolescentes do Pará que se prostituíam na capital paulista são resgatados pela polícia, mas já dizem que vão voltar a SP


ELIANE TRINDADE
DE SÃO PAULO


Eles têm entre 14 e 17 anos, nasceram em Belém (PA) e chegaram a São Paulo com documentos falsos e duas certezas: a de que iriam ganhar a vida como travestis e juntar dinheiro para fazer implante de silicone nos seios.

O sonho dos sete garotos foi interrompido por uma ação policial na última quarta-feira. "Eu tava tomando banho, o policial bateu na porta, eu abri e ele foi logo dando porrada na minha cabeça", conta Pamela, 17.

Em São Paulo desde agosto, ela foi descoberta, com as outras seis colegas, numa casa no Cambuci, onde pagavam uma diária de R$ 30 para dormir e comer. Os nomes são fictícios.

Cinco dos travestis adolescentes já voltaram para Belém no sábado, depois de serem ouvidos pelo Núcleo de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas do Estado. "As autoridades paraenses foram acionadas para recebê-las e encaminhá-las de volta às famílias", afirma a secretária de Justiça de São Paulo, Eloisa de Sousa Arruda.


Duas delas estão ameaçadas de morte. É o caso de Daiany, 14, cuja família denunciou o esquema de exploração sexual que resultou na prisão de 80 travestis.


"Se ela voltar para Belém ou ficar vão acabar com ela", diz Pamela, sobre a amiga que está em SP há 15 dias.


A capital era uma descoberta. "Aqui a gente pode andar de ônibus e ir ao shopping sem ser xingada", diz Daiany. Mas também convivia com o espectro da violência. "Nunca se sabe se o cliente é psicopata ou se vai dar o cano." Já levou porrada e calote. Diz se defender com o salto das sandálias altíssimas sobre as quais oferecia seu corpo delicado na avenida Indianópolis.


MEIA-NOITE?
Todos os dias, o grupo de novatas fazia tudo sempre igual. "A gente tinha que sair de casa até as 20h e só podia voltar a partir das 5h", relata Natasha, rosto infantil bem maquiado, voz anasalada.


Por volta das 13h, a turma era acordada pela cozinheira para o almoço. "Dormia o dia inteiro. É muito cansativo", diz Jessica, 15. E lucrativo. "Quanto mais nova e magrinha, melhor", afirma Michelly", 15. O preço por programa varia de R$ 80 (no carro) a R$ 120 (no hotel). "Em uma noite boa, dava para voltar com R$ 400 no bolso."


Sem vínculos familiares, todas declararam que vão voltar. "É só o tempo de chegar a Belém, arrumar os R$ 300 da passagem de ônibus e encarar dois dias de viagem", diz Samantha, 17.


Em São Paulo desde novembro, ela foi submetida a uma cirurgia para mudança de sexo. Diz que mentiu a idade e fez a operação pelo SUS. "Ainda dói", conta ela, que toma hormônio feminino desde os nove anos.


A promotora Eliana Vendramini acompanha os casos e diz que é preciso refletir sobre as vidas destes adolescentes. "As famílias, a sociedade e o próprio Estado precisam aprender a lidar com a diversidade sexual", diz.


GRUPO E-JOVEM de Adolescentes Gays, Lésbicas e Aliados
www.e-jovem.com – grupo@e-jovem.com
R. José Camargo, 382 – Campinas/SP – 13040-074
Tel.: (19) 3307-3764 / 9341-3764

De volta à labuta

Lerê, lerê...

Vida de nego é difícil. Volto a pegar no pesado a partir de hoje. Isso significa que estarei mais online no twitter e lendo mais meus e-mails (já que trabalho de frente pro computador das 8 às 16h).

Por outro lado, saio da letárgica rotina caseira e volto a ficar com o pensamento mais afiado (sim, eu penso melhor no trabalho, principalmente no trajeto de ida e de volta). É bom, pois 2011 promete ser um ano de grandes reorganizações, grandes reestruturações.

Vou ver se escrevo mais no blog também. Quero escrever este ano pelo menos um artigo semanal, onde discuto um tema em profundidade. A ver.

No mais, sigo aqui tendo choque alérgico com o ar-condicionado (perdi o costume). Alguém tem um Celestamine aí? =D


terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

TODOS MORRE!!

Essa é pra tirar o dia de folga a partir de... AGORA!! #vengent

E-CAMP comemora o Dia da Visibilidade Travesti

Bruna, coordenadora de travestis adolescentes do E-CAMP

Nesse último dia 29, grupos de militância LGBT de todo o país celebraram o Dia da Visibilidade de Travestis e Transexuais, comemorado desde 2004, quando o Ministério da Saúde lançou pela primeira vez uma campanha voltada a este público, "Travesti e Respeito".

Aqui, a recém-eleita presidente do Grupo E-jovem em Campinas, Saraivetty Close Beauty, liderou a primeira atividade do seu mandato, distribuindo materiais da campanha do E-jovem “Sou Travesti, tenho Direito de Ser Quem Sou + Respeito + Cidadania”. "A campanha foi criada pelo Grupo E-jovem de Piracicaba, que mandou o material pra gente," contou Saraivetty. "Mas também vamos ditribuir fanzines da Escola Jovem LGBT e folders da coordenadoria de Políticas LGBT da prefeitura de Campinas"

A tropa: Saraivetty, Deco, Lohren e Bruna

"Não é porque a gente é travesti que somos automaticamente bagunça," afirmou Bruna Baby, coordenadora de travestis adolescentes do E-CAMP. "Travesti é respeito, sempre."

Bruna esclarecendo a população sobre o Dia das Travestis:
driblando o desconhecimento que leva ao preconceito

Saraivetty e Lohren Beauty assustando abordando a galera na 13 de Maio

Material da prefeitura também foi distribuído.
"Valeu Paulo Reis (coordenador de políticas LGBT)!!"

Galera recebe com atenção o material do E-jovem,
estampado por travestis que participam do grupo em Piracicaba

"Os dias de cada letrinha da sigla estão no calendário oficial do E-jovem e isso é uma forma de chamar atenção para cada segmento," explicou a presidenta nacional do E-jovem, Lohren Beauty, que ainda iria para Piracicaba comandar a festa da visibilidade travesti no dia 30.


Lohren Beauty veste Lohren Beauty: "Tááá, querida! Não deito!"

No final, Saraivetty era só alegria: essa foi sua primeira atividade como presidente do Grupo E-jovem em Campinas, já que ela foi eleita no final do ano. "Temos grandes planos, a Parada já vem aí e já retomaremos as atividades do E-CAMP na próxima semana!" Boa sorte, gurizada! =D

"Alegriaaaaaa!"

E-JOVEM é reeleito para o Conselho Municipal de Saúde de Campinas

Foram realizadas na última sexta-feira, 28, a primeira de uma série de eleições que definirão a cara do novo Conselho de Saúde de Campinas para o triênio 2011-2013. As eleições foram para o preenchimento das vagas referentes aos Movimentos Sociais, dentro do segmento de usuários do SUS.

Mais uma vez, o Grupo E-jovem de Adolescentes Gays, Lésbicas e Aliados foi eleito e ocupará a cadeira de conselheiro titular. "Na gestão passada, fomos eleitos como suplentes e assumimos com a saída de uma conselheira. Dessa vez entramos direto como titulares!," comemorou Deco Ribeiro, diretor da Escola Jovem LGBT, que foi o conselheiro indicado pelo grupo em 2008-2010 e novamente indicado agora.
Deco (dir) e os outros quatro conselheiros titulares eleitos -
entre eles, Paulo Mariante (centro), também militante LGBT

Nesse novo mandato, o E-jovem pretende continuar o trabalho e dar mais voz à juventude LGBT e mais acesso ao SUS. "Por dois anos fomos membro da Mesa Diretora e trabalhamos ativamente pela aprovação do Plano Municipal de Saúde LGBT, por exemplo. Pretendemos continuar dirigindo os trabalhos do Conselho para implantar efetivamente o Plano e avançar no programa Saúde e Prevenção nas Escolas (SPE), ainda muito tímido na cidade."

O E-jovem aproveita para lembrar que está aberta a inscrição para o concurso público de Agente Municipal de Saúde e que o grupo oferecerá um curso gratuito aos jovens que se inscreverem. Para se inscrever online, basta clicar aqui: http://www.ibfc.org.br/concurso/prefeitura-campinas-1101 - e para garantir sua vaga no cursinho do E-jovem, escreva para agente@e-jovem.com. As inscrições se encerram no dia 7 de fevereiro.

Deco na Bahia!

Valença, Bahia: capital do dendê

Depois dos dias de intenso debate no Rio de Janeiro, nada como uns dias na BAHIA! Descansar?? Nada disso. Fui convidado a fazer uma palestra no ENNOEPE - Encontro Norte-Nordeste dos Estudantes de Pedagogia. Minha fala teve o seguinte título: “O E-jovem e a Escola Jovem LGBT na formação do ativismo e protagonismo juvenil gay – experiências, singularidades e espaços educativos diversos numa perspectiva de integração e empoderamento social.”

Chique, né? Não tirei fotos da minha fala (também, só pra ler esse título foi necessária TODA a minha concentração!), mas saindo de lá pude curtir um pouco a cidade, que fica a 2 horas de ao sul de Salvador. E fiz alguns bons contatos, principalmente depois que falei do Escola Amiga... aguarde surpresas!

Agradeço à galera do DA de Pedagogia da Uneb que muito gentilmenteme convidou para esta palestra - especialmente ao Maikson, figuraça! Foi ótimo!!

Enquanto isso, curtam as fotos:

Embarcações no rio Una

Alaécio Ribeiro e sua apresentação sobre bullying homofóbico:
a homofobia já é uma preocupação constante da academia

Praça da República, a praça das gay:
toda cidade tem uma...

Olha essa praia!!

Eu e os coordenadores do E-Salvador, Hami e Everson

Recomendo viu!! Qualquer coisa, é só procurar a galera do E-jovem em Salvador... =D

Escola Jovem LGBT realiza exposição de Fanzine

Escola Jovem LGBT realiza exposição de Fanzine

O trabalho dialoga com a história e evolução das Paradas LGBTs pelo mundo



A Escola Jovem LGBT de Campinas traz para o Aterro do Flamengo, parte dos trabalhos que vem desenvolvendo através de atividades voltadas para a juventude. Três trabalhos da entidade foram inscritos para participar da 7ª Bienal da UNE, e o Fanzine foi selecionado para a mostra de artes visuais.

Durante todo o período do festival estudantil, os estudantes poderão conferir em frente ao Ateliê CUCA os trabalhos e participar de uma monitoria sobre o conceito do material.
 A exposição faz parte de um curso de produção de revista, ministrado pelo professor Breno Agnes na instituição e o material exposto é uma adaptação do espetáculo apresentado no final do ano passado pelos alunos de dança da escola, Stonewall. "Utilizamos materiais como recortes, giz de ceras, colagens para compor os fanzines, trabalhando sempre com a criação coletiva”, conta o professor.

Breno (dir) apresenta os zines pra galera da UNE

Vivida em 1969, a história baseada em fatos reais, conta o amor de um policial gay e uma garçonete travesti, em meio à revolução gay que deu origem às Paradas LGBT. A diva do público LGBT da época Judy Garland também é lembrada no Fanzine.

Leitoras descobrem o Fanzine pendurado nas árvores do Aterro do Flamengo

A Escola Jovem LGBT é um ponto de cultura e oferece para a população homossexual ou não, cursos de teatro, literatura, defesa pessoal, dança, TV-web e produção de fanzine.

Mais do que uma arte visual, a exposição é uma forma de combate contra o preconceito. "Acredito que esta seja a primeira intervenção LGBT em uma Bienal da UNE. Então por isso é muito importante trazer o trabalho para mostrar a diversidade aos estudantes. Somos iguais a eles, estudamos, trabalhos e queremos acabar com a homofobia dentro das universidades”, afirma a presidente e idealizadora da escola Lohren Beauty.

Saraivetty, uma de nossas fanzineiras: orgulho LGBT

Fique atento! A Escola Jovem LGBT está preparando para este ano uma revista colaborativa voltada para o público. Quem quiser participar, basta acessar http://www.e-jovem.com/

 Thatiane Ferrari
http://www.bienaldaune.org.br/?p=574

E-JOVEM discute a Escola Amiga no Rio de Janeiro

Deco e Chesller: rumo ao Rio

Nesse dia 15 de janeiro, adolescentes e jovens de todo o país rumaram para o Rio de Janeiro, a fim participar de três grandes eventos do movimento estudantil: o Encontro Nacional de Grêmios, o Coneb da UNE e a Bienal da UNE.

Uma vez que a Escola Jovem LGBT havia sido selecionada para expor seus trabalhos do ano passado na Bienal - e como Educação é um tema permanente no E-jovem, mais ainda em 2011 - fomos em caravana para o rio1 nosso principal interesse, claro, era discutir a campanha Escola Amiga e os 6 passos para acabar com a homofobia nas escolas.

E foi um sucesso a ideia! No Coneb da UNE, conseguimos montar uma roda de conversa LGTB e debater alguns pontos importantes com os universitários, como a necessidade de agirmos nas universidades e dessa ação não se limitar às palavras de ordem ou a ações pontuais do tipo "semana da diversidade', que acabam e não têm continuidade. Oferecemos nossa ajuda especializada e fomos convidados pela UNE a ajudar na campanha "Combate à Homofobia: Essa Luta nos UNE", que será lançada em 2011. Conseguimos aprovar uma deliberação LGBT e partimos pro próximo debate.

Grêmios unidos contra a homofobia


Mas legal mesmo foi o debate entre os secundaristas. Também lá, no encontro de Grêmios, abrimos um espaço LGBT de discussão, com representantes de grêmios de todo o país. Todos se comprometeram a mergulhar de cabeça na campanha da UBES, "A Homofobia Faltou à Escola" - que também será elaborada juntamente com o E-jovem e seguindo os passos do Escola Amiga.

Deco se dirigindo à gurizada:
"Combater a homofobia na escola é uma frente nova,
que convidamos todos a abraçar"
 
"É na escola que os jovens começam a desenvolver suas habilidades sociais e compreender o conceito de sociedade. Também é na escola onde a galera conhece pela primeira vez o preconceito," explica Chesller Moreira, presidente do E-jovem e Diretor Nacional LGBT da UJS. "Nossa contribuição é o Escola Amiga. E convidamos todos a abraçar essa campanha." Também fizeram boas pontuações no debate o Denílson Júnior, Diretor LGBT da UNE e o Fábio Silva, vice-presidente da UJS de Campinas, ambos também militantes do E-jovem.
 
Depois de toda essa militância, fomos pra Bienal expor nossos Fanzines. Mas isso fica pra outro post! =D