sexta-feira, 25 de março de 2011

Caio volta a aparecer na revista da “Turma da Tina”. Reaparece personagem gay de Mauricio de Sousa!


A revista “Tina”, número 6 (editora Panini), trouxe uma surpresa para os fãs de Mauricio de Sousa: o primeiro personagem gay da grande leva de criações dos estúdios do artista.

Caio, um rapaz sem trejeitos ou clichês de um homossexual, assume no final da história ter um “compromisso” (aparentemente) com outro rapaz. Mesmo se dizendo “melhor amigo” da protagonista da revista (a adolescente Tina), Caio sumiu e só fez uma breve figuração na edição8.

Agora ele voltou a aparecer como protagonista na revista Tina número 21. Na história “As Guardiãs da Praia”, onde se mostram um ecologista disposto a defender a natureza. Ao seu lado também aparece limpando uma praia o possível namorado do rapaz, que já tinha dado as caras na sexta edição.


quarta-feira, 9 de março de 2011

Beijos de Carnaval

Se alguém se incomoda com isso, esse alguém tem sérios problemas!!

quinta-feira, 3 de março de 2011

Movimento Gay sem gays [2]

Toda gay é gay
No meu artigo anterior eu questionei o fato de os gays, os homossexuais masculinos especificamente, estarem sendo desprezados em prol das identidades LGBT mais femininas. E legal que as pessoas se identificaram com o texto. Esse é um assunto sensível e muitos gays têm receio de tocar no assunto e serem tachados de 'porcos chauvinistas'.

Por isso que eu resolvi continuar o assunto.

Gente, não tem coisa MAIS babaca do que falar que os gays são machistas e oprimem as identidades femininas no movimento. Só porque em todo lugar tem muito mais gay do que as outras letras??

Eu participo do movimento há mais de 10 anos - e sei o CUSTO que é pras meninas (lés e bis e trans) participarem. Não porque a gente não deixa, mas pq elas não vêm. Vejam a Escola LGBT, por exemplo. Fizemos inscrição agora. Um mooonte de gay e UMA lésbica. Na véspera da Parada de Campinas sempre há dois grandes eventos: um aberto a todos e um só de lésbicas. O aberto, dá mais de 3 mil pessoas, quase todos gays. No de lésbicas, mal bate uma centena. O que acontece?

Pode ser que a própria repressão da sociedade - que coloca o espaço público, da rua, como espaço masculino e o espaço feminino restrito ao privado, de dentro de casa - contribua com isso. Mas é injusto jogar nos gays a culpa. Afinal, gays também sofrem muito com o machismo. A própria homofobia é prima-irmã do machismo: se o macho é o elemento que tem mais valor (ou o único a ter valor), como que esses 'viados' OUSAM abrir mão de sua masculinidade?? Porrada neles!

Pesquisas da UNESCO, do Population Council, de toda parte, sempre concluem que os meninos héteros são os mais preconceituosos e que meninos gays são os que mais sofrem preconceito - geralmente na mão desses meninos HT. Um desses relatórios, realizado em Campinas e publicado até nos EUA, é bem explícito: "Garotos que fazem sexo com outros garotos deveriam ser um grupo prioritário em TODAS as ações de prevenção no país. A homofobia da sociedade é o que mais impede esses jovens de acessarem os serviços públicos de saúde e prevenção. Lutar para aumentar a aceitação dessa população é urgentemente necessário.”

E o que se faz a respeito da proteção específica a jovens gays? Nada. Porque falar só de gays é 'machismo', é oprimir as identidades femininas e blablablá.

Bullshit.

Por isso estou declarando aqui que parte da minha militância, a partir de agora, será dedicada exclusivamente aos homens gays. Com uma atenção especial à juventude, claro, mas com ênfase no G do LGBT. Pretendo me dedicar a fortalecer a Abragay, a Associação Brasileira de Gays, e a criar movimentos gays em todas as cidades possíveis, para dar conta das questões que atingem especificamente os homossexuais masculinos.

E o engraçado é que a principal opressão aos gays é o machismo - logo, minha militância será bem feminista, só pra calar a boca de quem já está vendo chauvinismo em minhas palavras... rsrs! Claro que cada um combate o machismo à sua maneira - e eu tenho a minha.

Mas uma das primeiras coisas que temos que reconquistar é um dia para celebrar o lado GAY da vida! =D

Opiniões, críticas, comentários? Alguma sugestão de data? =9

terça-feira, 1 de março de 2011

Movimento Gay sem gays

Está faltando homem no movimento...

Não sei você, mas eu estou achando que o Movimento Gay aqui no Brasil é meio esquizofrênico.

Já reparou que existe Dia da Visibilidade Travesti, da Visibilidade Lésbica, da Celebração Bissexual - e nenhum dia gay? "Ah, tem o Dia do Orgulho Gay", certo? Errado. O Dia do Orgulho Gay virou Dia do Orgulho LGBT, pra incluir todo mundo... e os gays foram varridos do mapa. Ou do calendário, pelo menos.

Na verdade, é exatamente aí, nessa mudança de Orgulho Gay pra Orgulho LGBT que tudo começa. No início era tudo gay. O termo Movimento Gay dava conta de todo a luta contra a homofobia, fossem ações voltadas aos direitos de lésbicas ou pelo respeito das transexuais.

Mas aí as lésbicas começaram a se achar invisibilizadas pelo termo gay. "Gays são os homens," argumentavam. "Somos lésbicas!" O movimento passou a ser de Gays e Lésbicas, depois GLT e GLBT. Foi quando travestis e transexuais descobriram que têm pautas distintas - e surgiu o GLBTT. Aí começou a onde de trazer pra frente as letras mais vulneráveis, ou que mereciam mais visibilidade. GLBTT virou GLTTB, depois GLTTTB (com a adição das transgêneros) e, finalmente, LGBT, unindo todos os Ts num só e trazendo o L pra frente, numa deferância às mulheres. Esta sigla foi votada e aprovada na I Conferência Nacional (não sem muito choro e ranger de dentes).

Mas beleza, passou. Hoje o Movimento é LGBT. E, ao longo de toda essa discussão, que durou anos e anos, nós gays ouvíamos que que queríamos nos meter em tudo, que dominávamos o movimento e não dávamos espaço pras mulheres, L, B ou T.

E, com receio de sermos tachados de machistas, fomos abrindo mão da identidade gay.

Assim, todas as letrinhas lutaram e conquistaram o direito de celebrar e dar visibilidade à sua identidade - menos os gays. Nos escondemos atrás da sigla LGBT e pronto. O resultado? Não há dia gay.

E mais: até pouco tempo não havia nem uma rede nacional só de gays (enquanto há de LGBT, de travestis, de transexuais, de bissexuais, de jovens LGBT, de negros LGBT... e DUAS de lésbicas!) e a que existe hoje ainda está se organizando... Tanto é que, na recente composição para o Conselho Nacional LGBT, todas essas redes citadas acima conquistaram assentos - menos a rede dos gays, por falta de documentação. E olha que curioso: a rede LGBT vai mandar 1 masculino (gay) e 2 femininas (lés e travesti), a de travestis e trans vai mandar 2 femininas, a de jovens vai mandar 1 feminina (nossa Lohren Beauty), as de lésbicas vão mandar 1 feminina cada... E cadê os gays?

Fica parecendo que nós, gays, não temos problemas específicos, só de gays. Mas temos. E precisamos de espaço para melhor discuti-los.

Mas isso vai ser outro post.