6 passos para acabar com a homofobia
Para acabar com a homofobia, é dever de toda escola:
1. Ser um ambiente seguro
2. Encorajar, apoiar e empoderar os gládios
3. Ter uma política de combate ao bullying
3. Ter uma política de combate ao bullying
4. Incluir material LGBT em sua biblioteca
5. Disponibilizar apoio individual e/ou em grupo
6. Incluir perspectivas LGBT e materiais não-homofóbicos em seu currículo
O governo brasileiro reconhece que, inegavelmente, uma parcela relevante da sociedade brasileira sofre com o preconceito e a discriminação por orientação sexual e identidade de gênero. Estas lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais precisam ser reconhecidos e ter reparados seus direitos à cidadania.
Com o objetivo de contribuir para a construção de uma cultura de paz estimulando o respeito a todas as diferenças, foram lançados programas como o Brasil Sem Homofobia e planos como o Plano Nacional LGBT. Esforços são feitos no Congresso para a aprovação do PLC 122/06, que torna a homofobia um crime equivalente ao racismo. E centenas de ongs lutam diariamente no combate ao preconceito e à discriminação.
Um desses grupos é o Grupo E-jovem, que eu ajudei a fundar há quase 10 anos. E temos dois planos principais de combate à homofobia, ambos relacionados à Educação. Um deles tem por objetivos reconhecer e valorizar a expressão cultural de adolscentes e jovens LGBT, em um ambiente constrído especialmente para este fim. Estamos falando, claro, da Escola Jovem LGBT.
O outro plano é esse, que vou descrever agora. Internamente, chamamos de Escola Amiga, mas poderia muito bem ser chamado "6 passos para acabar com a homofobia".
Afinal, é na escola que os jovens desenvolvem suas habilidades sociais e começam a compreender o conceito de sociedade. E, muitas vezes, é na escola onde eles conhecem pela primeira vez o preconceito.
A escola não é um sistema fechado – ela traz pras suas salas de aula muitos dos vícios do mundo lá fora, e a minissociedade que se forma em um estabelecimento de ensino acaba muitas vezes oprimindo esse jovem, mesmo não-intencionalmente. Óbvio, nenhum professor ou diretor de colégio em sã consciência, por mais que não aceite os homossexuais, vai dizer que é preconceituoso. Da mesma forma que a maioria da população diz não ser racista – mas mostra que é em seus atos.
A Escola, com E maiúsculo, enquanto instituição, mostra ser discriminadora não tanto pelos seus atos, mas exatamente pela ausência deles. Não existe nada dentro da escola que prepare ou proteja o jovem para o que ele vai encarar no mundo aqui fora, por causa de sua orientação sexual. E, justamente por causa desse silêncio, o garoto ou garota LGBT acaba não só saindo despreparado para enfrentar esse mundo, mas sofrendo discriminação mesmo dentro de suas paredes – onde deveria estar protegido.
Eu nem precisaria me alongar tanto. É óbvio que as escolas, em primeiro lugar, precisam ser ambientes mais amigáveis aos LGBTs. Mas COMO fazer isso?
É aí que entra o E-jovem. Em 2007, em um seminário internacional na Europa, 66 Diretrizes para uma Educação Sem Homofobia foram elaboradas pela IGLYO - uma rede internacional de adolescentes gays da qual o E-JOVEM é o único membro brasileiro. Fui eu quem traduzi o documento para o português, ajudando-o a ser lançado em Portugal, no Brasil e na África. Uma escola que aplicasse todos os 66 pontos do plano seria a escola dos sonhos, claro.
Mas, analisando o documento, conseguimos chegar a 6 passos básicos, que seriam um belo começo. Esses passos serão apresentados no Rio de Janeiro, em janeiro de 2011, no Encontro de Grêmios da UBES e na Bienal da UNE. Cerca de 7.000 estudantes de todo o país serão convidados a aplicar esses 6 passos em suas escolas e faculdades, com o apoio de seus grêmios, CAs e DCEs.
Mas você não precisará esperar até janeiro. Basta seguir abaixo:
6 passos para acabar com a homofobia
Para acabar com a homofobia, é dever de toda escola:
1. Ser um ambiente seguro. Um ambiente que garanta um aprendizado seguro, no qual intimidações ou discriminações de qualquer tipo, incluindo homofobia e transfobia, não sejam toleradas, mas punidas. Isso deve ser divulgado publicamente.
2. Encorajar, apoiar e empoderar os gládios (grupos estudantis sensíveis à questão LGBT) ou a criação de grupos de apoio a estudantes LGBT nos grêmios escolares.
3. Ter uma política de combate ao bullying que seja direcionada a todas as formas de discriminação, e explicitamente se referir ao bullying homofóbico e transfóbico. Essa política deve proteger todos os membros da comunidade acadêmica, ser respeitada por todos e ser revisada regularmente por membros da comunidade acadêmica para verificar sua eficácia. Todos os professores devem receber treinamento para reconhecer e agir em caso de bullying homofóbico e transfóbico. Esse treinamento deve informá-los como reagir a esse bullying e como reduzir sua incidência e poderá ser oferecido por meio de parcerias externas (com ongs especializadas, por exemplo).
4. Incluir material LGBT em sua biblioteca. Podem ser livros com personagens LGBT ou livros que tratem especificamente de questões LGBT. Materiais LGBT como cartazes e panfletos divulgando grupos e serviços voltados a jovens LGBT dem ser livremente exibidos nos murais de avisos da escola.
5. Disponibilizar apoio individual e/ou em grupo, oferecido por um orientador capacitado ou uma pessoa voluntária de confiança, a estudantes que queiram conversar sigilosamente durante ou fora do período de aulas. Tanto a pessoa de confiança quanto qualquer orientador deve ser capacitado em questões LGBT e explicitamente e publicamente deixar claro que está aberto a conversar sobre tais questões.
6. Incluir perspectivas LGBT e materiais não-homofóbicos em seu currículo, tanto como parte de materiais genéricos quanto, se possível, como materiais específicos para lidar com questões LGBT. Materiais, livros didáticos e professores devem usar exemplos LGBT, tanto em questões, exercícios e trabalhos quanto em suas fontes. Toda capacitações em Direitos Humanos deve sempre abordar questões LGBT.
Juntos, vamos acabar com a homofobia. Benvindo a bordo. =D
Clique aqui para baixar o termo de adesão para levar à sua escola/faculdade.
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P.S. Quem quiser divulgar em sites, blogs, orkut etc, pode usar o banner acima, da Escola Amiga, com um link pra cá, ok?
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