É um robô conduzindo um camelo. Correndo. Não acreditam? Cliquem aqui. Eu já andei de camelo e posso afirmar: não é fácil. Está é uma foto de um futuro que parecia muuuito distante, mas que já está aí, batendo na porta.
Pra representar mais o que esperamos do futuro, só se o robô fosse gay. =D
O Fórum Paulista da Juventude LGBT fez uma plenária no último domingo para organizar a participação dos jovens no 1º Grito Nacional pela Cidadania LGBT e Contra a Homofobia, que ocorrerá em Brasília, no dia 19 de maio.Nessa ocasião, centenas de gays, lésbicas, bissexuais, travestis, transexuais, transgênerose seus aliados marcharão sobre Brasília lutando contra a homofobia e o fundamentalismo religioso. A plenária aconteceu em Campinas (SP), na Escola Jovem LGBT.
A galera lotou os espaços da Escola Jovem LGBT
Com a presença de mais de 40 jovens de 6 regiões do estado, ficou decidido que de cada uma dessas regiões deve sair um ônibus à Brasília - e dois já estão garantidos. Todos os ônibus viajarão na noite do dia 18, pra chegar lá dia 19 e voltar de novo à noite - o famoso bate-e-volta. "É importante mostrar nossas caras e mostrar que ser homosexual é bem diferente do que as pessoas pensam," afirma Rodrigo Vaz, coordenador do ônibus que sairá da Baixada Santista.
O estado de São Paulo deve desembarcar em Brasília entre 200 e 300 jovens, que se juntarão à galera de diversos estados do país. "Sei que os E-jovens de Minas, de Brasília e até do Amazonas já estão se mobilizando," comenta a drag queen Lohren Beauty, presidente do E-JOVEM. "Será que a gente chega a mil, do país todo? Se tivermos quinhentos jovens conscientes dos seus direitos já será uma vitória!"
Lohren Beauty (centro) e alunos de dança da Escola Jovem:
jovens mobilizados e conscientes de seus direitos
A próxima plenária do Fórum Paulista da Juventude LGBT acontecerá em Campinas, no dia 25 de abril, e é aberto a adolescentes e jovens de todo o estado de SP, filiados ou não ao E-JOVEM.
Confira os responsáveis pelos ônibus de cada cidade:
Coordenadores do E-jovem em SP: Bruno (E-Pira), Felipe (E-Sampa),
Renato (E-Itatiba), Max (E-Camp) e Adriano (E-Sorocaba)
Se você também quer organizar um busão da juventude de sua cidade, mas não sabe como, escreva para marcha@e-jovem.com e tire suas dúvidas!
SOBRE A MARCHA
Em maio deste ano Brasília será palco da I Marcha Nacional contra Homofobia, evento promovido pela Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais - ABGLT - e apoiado pelas principais redes LGBT do país, como o GRUPO E-JOVEM de Adolescentes Gays, Lésbicas e Aliados. As redes vêm convocando entidades e pessoas preocupadas com o combate à homofobia para rumarem à capital federal e se fazerem ouvir.
Quem quiser fazer parte desta movimentação precisa chegar a Brasília em 19 de maio, dois dias após o Dia Mundial de Combate à Homofobia. É para esta data que está marcado o 1º Grito Nacional pela Cidadania LGBT e Contra a Homofobia, ação realizada às 9h da manhã no gramado da Esplanada dos Ministérios, em frente à Catedral Metropolitana de Brasília. (com informações do Mix Brasil)
E a Escola Jovem LGBT vai fazendo carreira pelo mundo. As matérias abaixo são da conceituadíssima revista Marie Claire, da The Advocate (a mais importante publicação LGBT do mundo) e uma matéria em italiano, que tem saído em diversos sites e blogs por lá. Tudo no original. Divirtam-se!
Marie Claire visitou a primeira escola para gays
A Escola Jovem LGBT abre suas portas em Campinas, prevendo cursos de expressão artística e aulas para quem quer ser drag queen
Há escolas para médicos, marceneiros, decoradores de interiores, contabilistas e mecânicos de caminhão. Para pintores de parede, malabaristas, atores, psicólogos e enfermeiros. Há como aprender a ser uma drag queen mais poderosa, talentosa e esplendorosa? Sim, a drag campineira Lohren Beauty ensinará como dublar, se maquiar, se comportar e se vestir para matar na Escola Jovem LGBT inaugurada dia 13 de março em Campinas (interior de SP).
Inauguração da Escola Jovem LGBT. Na Foto: Deco Ribeiro idealizador e diretor da escola Gay em Campinas
O curso de drag queen é uma das diversas cadeiras da nova escola, que ainda conta com aulas de teatro, dança, web tv, fanzine e canto coral. Mas os rapazes que pretendem imitar com perfeição as coreografias de Beyoncé ou rodar uma baiana tal qual Carmen Miranda devem esperar mais um pouco para aprender a fazer tudo direitinho, sem cair do salto: o curso de drag acontecerá apenas em 2012, no terceiro ano do projeto Escola Jovem. “Será a cerejinha do bolo”, diz a mestra.
“Eu estava em casa um dia desses, sem fazer nada, e tive a ideia de inventar um curso de drag queen”, conta Lohren - seu nome de batismo é Chesller Moreira. Já bastante envolvida com a causa gay por meio de sua militância no grupo E-Jovem, ONG de Campinas que luta contra o preconceito e busca dar apoio e visibilidade a jovens gays, lésbicas, bissexuais e transgêneros. Amigos sugeriram que ela inscrevesse o projeto em um edital aberto pelo Ministério da Cultura em agosto do ano passado, selecionando novos pontos de cultura, rede de núcleos populares que visam preservar e promover a diversidade cultural brasileira.
A ideia de Lohren foi burilada junto a Deco Ribeiro, outro dirigente do E-Jovem, cresceu e colou. Em dezembro eles tiveram a notícia de que o projeto havia sido aprovado, e de que receberia uma verba de aproximadamente R$ 180 mil para três anos de atividade. O compromisso com o Estado é renovável depois destes três anos, caso o MinC avalie como positivos os resultados do ponto de cultura. Lohren é confiante na renovação do subsídio: “Veja a visibilidade que estamos conseguindo”, diz ela em meio aos repórteres e cinegrafistas que circulam em frente à sua casa no bairro Nova Europa, em Campinas, pintada de rosa e ajeitada para funcionar como sede da Escola Jovem.
A inauguração teve fita vermelha, cortada depois da performance de Lohren dublando um sucesso de Celine Dion. A sala de aula, uma garagem adaptada e separada da parte íntima da casa por uma cortina de chita florida, já recebia os alunos para a aula inaugural – dança, com os professores Leandro Ochaialini e a travesti Bruna Eduarda.
POLÊMICA: SEGREGAÇÃO OU PORTO SEGURO?
Para Lohren e Deco, a escola tem um significado maior do que simplesmente educar e propagar a cultura gay. Querem que o espaço sirva como abrigo àqueles que foram excluídos do ensino formal por preconceito ou violência, e fazem questão de frisar que a E-Jovem aceita alunos heterossexuais. Os que criticam a escola, no entanto, atacam o “preconceito às avessas” que a iniciativa pode representar – em vez de incluir, segregaria ainda mais.
Danuza Leão, por exemplo, em crônica publicada no jornal "Folha de S. Paulo", escreveu: “Ao que me consta, o objetivo da humanidade é integrar, fazer com que os humanos de qualquer raça, cor ou religião se sintam como na realidade são – iguais. Se os colégios só para meninas ou só para meninos já não eram recomendados, o que dizer de um dirigido preferencialmente ao mundo gay? Então por que não pensar também em colégios só para brancos e outros só para negros?”.
A crônica de Danuza eriçou pelos e causou controvérsia. Gustavo Bonini, professor do curso de teatro da Escola Jovem, contra-atacou em carta aberta pela internet: “Quanto às pessoas estarem agrupadas em colégios específicos, isso é apenas porque, ainda no ano de 2010, muitas destas mesmas pessoas ainda não aceitam os gays como são”, afirmou Gustavo, mais conhecido no mundo gay como Priscilla Drag.
Ele diz ter vivido, na infância e na adolescência, o calvário do qual não escapa a maioria dos homossexuais e dos diferentes. “Eu era o viadinho da turma, o que preferia ficar com as meninas organizando o teatrinho a jogar bola. Apanhava na escola, mas a direção e os professores não faziam nada. Minha mãe ia reclamar na diretoria, mas não adiantava”, conta Gustavo, que cursou o ensino fundamental e o médio em escolas públicas, estudou teatro com Wolf Maya e prevê a montagem de um espetáculo com seus alunos na Escola Jovem.
Na visão de Deco Ribeiro, Gustavo ainda teve sorte de ter uma mãe que o apoiava. “O maior foco de violência contra os jovens homossexuais está na escola e na própria família”, diz ele. Lohren completa seu raciocínio: “Estamos aqui para dar poder a esses meninos e meninas, fazer com que eles exijam respeito da sociedade, conheçam seus direitos e encontrem seu espaço. É um grande passo para um homem, e um salto para uma drag queen”.
Between their lessons on literature, music, and art, the pupils at Brazil’s new Escola Jovem LGBT (LGBT Youth School) can learn the fine art of “hairography” and “clothing customization” while also taking part in what may be the gayest glee club the world has ever seen.
When Escola Jovem opened in March in Campinas, a city of 1 million residents about 50 miles north of São Paulo, the media ran with the sensational story, and religious leaders within the Roman Catholic nation voiced opposition. To some degree, the resistance was to be expected—Escola Jovem makes New York’s gay-centric Harvey Milk High School look butch by comparison.
Principal Deco Ribeiro calls Escola Jovem a “school of gay arts,” with classes in dancing, fanzines, acting, cinema, and drag queen performance, where students learn about wig preparation, costume creation, stand-up routines, and lip synching.
“Some LGBT [people], lured by conservative media, voiced their concern, fearing the creation of a ghetto,” Ribeiro explains in an e-mail to The Advocate. “But after they get to know the project, the acceptance is massive.”
Support from Brazilian officials may have helped convince some of the doubters. Though run by the Brazilian LGBT Youth Network, a nongovernmental organization, the school is registered as a teaching institution with the Campinas city council and financed by the state secretary of culture and the Brazilian Ministry of Culture.
The three-year school accepts students ranging in age from preteens to 30, though Ribeiro says most of his approximately four dozen students are between 18 and 25. Many of the teachers are also young and gay. Prospective students apply online, then undergo interviews at the school—parental permission is only required for those under the age of 12.
“Some [applicants voluntarily] came with their parents,” Ribeiro writes. “So cute!”
Apre in Brasile una scuola per artisti gay, contro l'intolleranza omofoba
La cosa più sorprendente della vicenda è che sul loro sito campeggia il logo ufficiale del governo di São Paulo e del Dipartimento federale della cultura. Da alcuni giorni, a Campinas, una città di un milione di abitanti, a nord di São Paulo do Brasil, è sorta una scuola unica nel suo genere, che accoglie studenti lgbt e gayfriendly. Si chiama Escola Jovem e ha l’obiettivo di valorizzare e diffondere la cultura lgbt, attraverso dei corsi specifici che riguardano la creatività, la creazione di riviste, danza, musica, teatro, televisione; come essere dei perfetti performances di spettacoli da drag queen; sul modo di essere e agire da gay, lesbiche, transessuali, travestiti. Un aiuto concreto verrà pensato per le tante persone lgbt che vengono cacciate di casa a causa della loro condizione, per non lasciar loro l’alternativa della prostituzione. Il progetto è piaciuto così tanto alle istituzioni da averlo appoggiato con delle borse di studio e altri finanziamenti. Dice Deco Ribeiro, direttore della Scuola LGBT Youth:
“La scuola è un punto centrale di cultura. Il fatto che i corsi sono aperti a tutti e non solo i giovani gay è parte della nostra strategia di lotta contro l’omofobia. Insegniamo la nostra arte a chi non ci conosce. Se l’apprezzamento della cultura nera è la strategia del movimento nero, così come succede per vari popoli, perché non valorizzare la cultura LGBT?”
Alla Jovem i ragazzi imparano a usare la cinepresa e la telecamera, a come indossare parrucca e trucchi per un perfetto spettacolo di drag queen, come diventare ballerini e artisti, ma soprattutto si insegna ad essere se stessi, senza paure, senza i pericoli della strada e dell’ignoranza. Ai ragazzi che pensano che essere gay, lesbica o transessuale sia sbagliato, la scuola metterà a disposizione cultura e strumenti per renderli sereni nell’accettare la loro condizione.
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“Qui tutti saranno in grado di scoprire che essere gay o lesbica è cool, essere travestito è legale, e che tutti hanno molto da offrire alla società”
dichiara Chesller Moreira, presidente di E-giovani.
L’età degli studenti parte dall’adolescenza ai venti e passa anni, anche se per i minori necessita l’approvazione da parte dei genitori. Passate alcune perplessità, anche da parte di qualche comunità lgbt che pensava ad una scuola-ghetto, ora la Escola Jovem ha l’appoggio di tantissimi e progetti culturali anche per il periodo estivo, come ad esempio quattro giorni di dibattiti, mostre e iniziative sportive imperniate sul lesbismo, ad agosto.
La scuola, ha tra le altre cose, l’obiettivo di stimolare il dibattito e superare i pregiudizi verso le persone lgbt, non quello di fomentarne l’odio, come è recentemente accaduto a Milano.
“Per combattere l’omofobia, il pregiudizio contro gli omosessuali, dobbiamo discutere, pubblicizzare e dare visibilità all’universo GLBT. Si tratta di incoraggiare queste persone a trovare la felicità nella diversità, la costruzione della loro vera identità, senza dover far finta di essere altro”
spiega Deco Ribeiro, giornalista ed educatore, direttore della Scuola LGBT Young, fondatore della E-Giovani Teen Gay, Lesbiche e alleati e consigliere nazionale della gioventù per il Presidente della Repubblica brasiliano.
Ribeiro ha confezionato un bel film con l’aiuto dei suoi ragazzi presentato alla Conferenza Nazionale sulla pubblica sicurezza, classificandosi tra i primi dieci. Tre minuti di sana educazione al rispetto:
Estou num daqueles dias reflexivos. Pensando na Vida, no Universo, em Tudo Isso. Por exemplo, por que eu faço as coisas que faço? Que objetivos espero alcançar com isso? Quando?
Descobri que não tenho planos pra daqui a 5, 10 anos. Estou vivendo intensamente o AGORA. Tem quem diga que é por aí mesmo, tem quem me chamaria de louco.
Mas sei lá, sempre fui assim. Minha vida sempre teve grandes mudanças, nunca previstas. Como planejar um futuro que não se pode prever?
E enquanto eu fico aqui filosofando o futuro, minhas reflexões insistem em me levar pro passado...
Pra começar, uma matéria que saiu sábado, no Correio Popular, avisando que a escola ia abrir:
Escola gay inicia as aulas neste sábado em Campinas Pioneira no gênero em todo o País, unidade começa suas atividades com 5 cursos; aulas gratuitas para 64 alunos
13/03/2010 - 07h38 . Atualizada em 13/03/2010 - 07h47
Chesller Moreira, responsável pela oficina de bonecas de pano (Foto: Dominique Torquato / AAN)
O professor de dança Leandro Henrique Ochaialini, um dos docentes da Escola Jovem LGTB de Campinas: jazz, street, balé e contemporâneo (Foto: Dominique Torquato / AAN)
A primeira escola voltada ao público gay do Brasil será inaugurada hoje em Campinas. No início de suas atividades, o espaço contará com cinco cursos, sete professores e 64 alunos. As atividades serão gratuitas. As aulas serão de web TV, fanzine, dança, teatro e canto e coral. Segundo o idealizador da Escola Jovem LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transexuais), Deco Ribeiro, a temática gay irá perpassar os cursos.
A escola conta com apoio financeiro da Secretaria Estadual da Cultura, que escolheu o projeto para ser um dos 300 pontos de cultura do País financiados por meio de um convênio entre Estado e União. Por três anos, a escola terá verba de R$ 60 mil anuais. De acordo com Ribeiro, até agora já foram investidos cerca de R$ 20 mil em equipamentos, como ilhas de edição, computadores e câmeras fotográficas, e material para as aulas, como mesas, papelaria e figurinos.
Os cursos serão ministrados em salas de aula de cerca de dez metros quadrados cada uma, em uma casa de paredes cor-de-rosa, no Jardim Nova Europa. Apesar da cor forte da fachada, as bandeiras nas cores do arco-íris ficam apenas na parte interna do local, já que a palavra de ordem na escola é discrição na área externa. De acordo com Ribeiro, essa é uma forma de manter a segurança. “Aumentamos a altura das grades e cobrimos a área da entrada para garantir a nossa segurança”, disse Ribeiro.
Entre os estudantes, há moradores de São Paulo e Santos, além de Campinas e região. A seleção entre 120 inscrições de candidatos foi feita, principalmente, pela idade, todos têm, no máximo, 29 anos, e pelo endereço. “Nosso objetivo é oferecer um espaço para serem quem são de verdade, porque muitos têm que fingir que são heteros”, disse Ribeiro. Além disso, o coordenador afirma que outra intenção da escola é oferecer aos alunos ferramentas para poderem se expressar.
A média de idade da maioria é de 18 a 20 anos. Segundo Ribeiro, a maior parte dos alunos é composta de gays e lésbicas, mas há também heterossexuais matriculados. “A escola não é só para gays, não é um gueto. É um espaço para divulgar a cultura gay”, afirmou Ribeiro. De acordo com o coordenador, os alunos de São Paulo e de Santos foram escolhidos pelo interesse que mostraram, comparecendo na escola no dia da seleção. Esses dois alunos e outros dois terão uma ajuda que vai de R$ 100,00 a R$ 200,00 para pagar o transporte até a escola.
O projeto também teve uma grande procura de profissionais interessados em ministrar cursos. Pelo menos 74 profissionais procuraram a coordenação da escola com sugestões de cursos extracurriculares. Atualmente, são sete professores, mas Ribeiro já planeja começar turmas, ainda este ano, de redação, inglês e cidadania, todos com professores voluntários.
A inauguração hoje contará com um show da drag queen Lohren Beauty, além de um café da manhã. Às 9h, já começa o curso de dança, com os professores Bruna Baby, uma drag queen, e Leandro Henrique Ochaialini. “Ensinaremos jazz, street, balé e contemporâneo”, afirmou Ochaialini.
O curso de teatro será dado pelo ator Gustavo Tonini, que interpreta a drag Priscilla (bastante conhecido por suas apresentações de humor em Campinas e região). As aulas de canto e coral terão o comando de Cristiano Henrique da Silva, as aulas de web TV serão ministradas por Fábio Silva e as de fanzine terão como professor Breno Agnes. Parte dos professores receberá uma ajuda de custo, de acordo com Ribeiro, e outros são voluntários.
Várias apresentações dos grupos, incluindo peças de teatro e shows de dança, e a divulgação de produtos, como vídeos e fanzines, estão programadas para os próximos meses, segundo o idealizador da escola. Ao final de três anos, serão 28, de acordo com o projeto apresentado à Secretaria Estadual de Cultura. Saiba mais
Cursos da Escola Jovem LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transexuais) Dança, aos sábados, das 9h às 12h Fanzine, aos sábados, das 13h às 16h Web TV, aos sábados, das 16h30 às 19h30 Teatro, às quartas-feiras, das 17h às 20h Canto e coral, ainda sem horário definido 12 será a média de alunos em cada turma
Alguns dos produtos que serão gerados a partir dos cursos: Apresentações teatrais e de dança Vídeos Cinco fanzines com mil cópias cada um
Escola gay abre com missão de lidar com preconceito Primeira instituição de ensino gay do País entrou em operação; ponto de cultura recebe recursos federais
14/03/2010 - 08h50 . Atualizada em 14/03/2010 - 09h02
A drag queen Lohren Beauty (esq.) e o diretor Deco Ribeiro (centro), cortam a fita de inauguração (Foto: Carlos Sousa Ramos/AAN)
Natasha nasceu num corpo feminino, mas desde criança sente-se um homem e prefere ser chamada de Jefrey, sua personalidade transexual. Já 'Fer' Scalabrini chegou a ser modelo fotográfico, antes de fazer ponto na Avenida Aquidabã e ficar conhecido como Orgastic Boy. Os personagens são fictícios, assim como suas resumidas biografias. Mas são emblemáticos e por isso nomeiam bonecos expostos nas paredes da casa cor-de-rosa que sedia a primeira escola gay do País, inaugurada ontem (no Jardim Nova Europa, em Campinas.
Confeccionadas por participantes de oficinas do Grupo E-Jovem, organização não governamental (ONG) embrionária da Escola Jovem LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transexuais), as figuras de pano retratam as dificuldades enfrentadas por quem se descobre — e se revela — homossexual.
“Nenhuma dessas histórias é fácil. São pessoas que enfrentam uma realidade de violência e discriminação. Essa é uma das justificativas para existir a escola, encontrar formas de lidar com preconceito, que entendemos ser falta de conhecimento”, afirma o diretor e um dos idealizadores do projeto, Deco Ribeiro. Aberta com cinco cursos livres (fanzine, teatro, dança, canto e coral e web TV), a escola é um dos 300 pontos de cultura do Brasil beneficiados com recursos do Fundo Nacional de Cultura. Selecionada pela Secretaria de Estado da Educação para integrar o programa com duração de três anos, a Escola LGBT, que tem sete professores e 64 alunos, receberá R$ 60 mil anuais.
Os conteúdos serão formatados e apresentados pelos alunos em diferentes linguagens e produtos. “Vamos desenvolver conteúdo educativo para veiculação em qualquer tevê pública, com objetivo de melhorar a relação com a diversidade e promover a tolerância”, explica Fábio Silva, professor de web TV.
Outra resultante das aulas será a peça de teatro Nem tudo está perdido, de autoria de Gustavo Tonini, mais conhecido como a drag queen Priscilla, a ser encenada em junho. “É a história de um menino gay coagido por homofóbicos até que encontra sua ‘fada madrinha’, uma drag queen, que passa a lhe aconselhar para ser feliz”, resume Tonini.
O curso de dança terá um módulo de performance artística a cargo da drag Lohren Beauty, ou Chesller Moreira, coordenador do E-Jovem. “Vamos mostrar desde maquiagem e figurino a noções de inglês, porque dublagem não é mascar chiclete”, afirma ela, que exalta ainda a multidisciplinaridade da escola.
VÍDEO DO SBT local, aqui de Campinas:
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Alto astral, música e bandeira com as cores do arco-íris. Tudo isso em uma casa cor-de-rosa, em um lindo sábado ensolarado. Não poderia ter sido diferente o dia da inauguração da Escola Jovem GLBT, em Campinas — a primeira para gays, lésbicas, bissexuais, travestis, transsexuais e transgêneros. Mas homens e mulheres héteros também podem assistir às aulas. Afinal, o objetivo é diminuir o preconceito.
“Não é uma escola só para gays. Ela tem a temática gay. Quanto mais se discutir esse universo, melhor”, explica Deco Rodrigues, de 38 anos, diretor da escola, que foi criada pela da ONG E-Jovem. Mas, apesar de estar aberta a heterossexuais, o machismo ainda reina. Até agora só meninas se matricularam.
O projeto está previsto para durar, inicialmente, três anos, e conta com uma verba anual de R$ 60 mil, financiada pelo Ministério da Cultura e Secretaria Estadual de Cultura. “Com os computadores já investimos aproximadamente R$ 20 mil”, conta Deco.
A drag queen Lohren Beauty, de 27 anos, é a responsável pelo curso de drag queen. “Vou ensiná-los a se maquiar, escolher a melhor peruca e o figurino e dar dicas de etiqueta”, diz a presidente da ONG E-Jovem e Conselheira Nacional da Juventude GLBT.
Na escola também haverá cursos de dança, criação de fanzine, webtv, teatro, canto e coral.
Piadas e preconceito
“O pessoal do Rio Grande do Sul queria que a escola fosse em Pelotas”, brinca Fábio Silva, de 24 anos, professor de webtv, referindo-se à fama que as duas cidades têm de serem cidades de gays. “A gente escuta muita piadinha, sempre”, conta, sem perder o bom humor.
A travesti e professora de dança Bruna Eduarda, de 20 anos, vê na escola a possibilidade de alertar jovens sobre os perigos que os rodeiam. “Somos vistas com vulgaridade. E muitas vezes, por falta de oportunidade, algumas acabam se prostituindo e usando drogas.”
Escola para gays une aulas a discussão de valores
Amanda Mont'Alvão Veloso
do Agora
"Um pequeno passo para o homem, um grande salto para uma drag." Com essa frase, a drag queen Lohren Beauty, 28 anos, cortou a fita que inaugurou a Escola Jovem LGBT --a primeira voltada para o público gay do Brasil-- ontem, em Campinas (93 km de SP).
A escola tem cursos gratuitas de canto, dança, teatro, web TV e fanzine, sempre aos sábados. A diferença é que, entre uma aula e outra, a instituição cria um ambiente para a discussão e a valorização dos gays, lésbicas, travestis, transexuais e transgêneros.
O convívio proposto pela escola inclui heterossexuais, representados por quatro dos 64 alunos já matriculados
Primeiro colégio brasileiro inteiramente dedicado à cultura gay, a Escola Jovem LGBT, situada em Campinas (interior do Estado), inaugura neste sábado (13) a sua sede.
Primeira escola gay do país inaugura sua sede
Situada em Campinas, Escola Jovem LGBT terá aulas para 54 alunos em quatro cursos
O evento começa às 8h, no bairro Jardim Nova Europa. Todos os equipamentos e salas de aula já estão prontos, e os professores já começam o dia ensinando os alunos - os cursos são livres e gratuitos.
A primeira turma, de dança, terá aulas das 9h até o meio-dia. Foram aprovados 11 estudantes, sete de Campinas. Todos os outros são do Estado de São Paulo.
No mesmo sábado acontece a aula de Web TV, das 13h às 16h. O curso teve 16 candidatos aprovados. A turma de fanzine, por fim, fecha a inauguração do colégio, com classes a partir das 17h.
São oferecidos quatro cursos - além dos três já mencionados, há uma turma de Canto e Coral, com 17 alunos escolhidos. No total, 54 jovens entre 13 e 29 anos vão estudar no colégio.
Todos terão acompanhamento de uma fonoaudióloga. Os estudantes gravarão um álbum no final do curso, que será divulgado em 2011.
As aulas serão dadas uma vez por semana - às terças, quartas, quintas ou sábados, dependendo do curso. Cada turma dura dez meses, de março até dezembro.
Gays e heteros
A escola é aberta tanto para gays quanto para heteros. Ela é fruto de um contrato entre o Ministério da Cultura, o governo do Estado de São Paulo e uma ONG de apoio à diversidade sexual - o Grupo E-Jovem de Adolescentes Gays, Lésbicas e Aliados.
O projeto receberá R$ 60 mil neste ano para suas atividades. Em três anos, prazo que dura o contrato, serão investidos R$ 180 mil.
A escola será um Ponto de Cultura e terá mais atividades, além dos cursos.
Presidente do E-Jovem e um dos diretores da escola, Chesller Moreira - conhecido como a drag queen Lorehn Beauty - afirma que houve muita procura pela escola:
- Estamos com lista de espera de 80 a cem nomes para cada curso. É muito mais do que esperávamos, com gente de outros Estados, como Mato Grosso e Amazonas querendo fazer as aulas.
Um dos diretores, Deco Ribeiro, reflete a importância de o colégio ser um espaço plural:
- Nossa proposta é quebrar o preconceito. Queremos ajudar a mudar uma visão ainda predominante, da cultura heterossexual normativa.
Ribeiro avalia que muitos tabus e padrões de comportamento estão incluídos nessa "norma hetero":
- Por exemplo, dizer que homens não podem usar rosa. Ou que gays não podem servir ao Exército. Tudo isso é herança de um certo conjunto de regras de caráter conservador e heterossexual que queremos quebrar.
E a II Conferência Nacional de Cultura terminou esse final de semana, em Brasília, com a aprovação de 32 prioridades para a cultura brasileira - de orientações para investimentos até sugestões deleis e novas políticas para a área.
E uma das prioridades muito nos interessa: "Registrar, valorizar, preservar, e promover as manifestações de comunidadesLGBT com a difusão de seus símbolos, pinturas, instrumentos, danças, músicas, e memórias dos antigos, por meio de apresentações ou produção de CDs, DVDs, livros, fotografias, exposições e audiovisuais, incentivando o mapeamento e inventário das referencias culturais desses grupos e comunidades."
Eu lembro de ter defendido justamente essa proposta na Conferência de Cultura aqui de Campinas - será que foi essa proposta que chegou até Brasília?