E a Escola Jovem LGBT vai fazendo carreira pelo mundo. As matérias abaixo são da conceituadíssima revista Marie Claire, da The Advocate (a mais importante publicação LGBT do mundo) e uma matéria em italiano, que tem saído em diversos sites e blogs por lá. Tudo no original. Divirtam-se!
Marie Claire visitou a primeira escola para gays
A Escola Jovem LGBT abre suas portas em Campinas, prevendo cursos de expressão artística e aulas para quem quer ser drag queen
Por Sergio Crusco http://revistamarieclaire.globo.com/Revista/Common/0,,EMI128496-17637,00-MARIE+CLAIRE+VISITOU+A+PRIMEIRA+ESCOLA+PARA+GAYS.html%20Há escolas para médicos, marceneiros, decoradores de interiores, contabilistas e mecânicos de caminhão. Para pintores de parede, malabaristas, atores, psicólogos e enfermeiros. Há como aprender a ser uma drag queen mais poderosa, talentosa e esplendorosa? Sim, a drag campineira Lohren Beauty ensinará como dublar, se maquiar, se comportar e se vestir para matar na Escola Jovem LGBT inaugurada dia 13 de março em Campinas (interior de SP).
O curso de drag queen é uma das diversas cadeiras da nova escola, que ainda conta com aulas de teatro, dança, web tv, fanzine e canto coral. Mas os rapazes que pretendem imitar com perfeição as coreografias de Beyoncé ou rodar uma baiana tal qual Carmen Miranda devem esperar mais um pouco para aprender a fazer tudo direitinho, sem cair do salto: o curso de drag acontecerá apenas em 2012, no terceiro ano do projeto Escola Jovem. “Será a cerejinha do bolo”, diz a mestra.
“Eu estava em casa um dia desses, sem fazer nada, e tive a ideia de inventar um curso de drag queen”, conta Lohren - seu nome de batismo é Chesller Moreira. Já bastante envolvida com a causa gay por meio de sua militância no grupo E-Jovem, ONG de Campinas que luta contra o preconceito e busca dar apoio e visibilidade a jovens gays, lésbicas, bissexuais e transgêneros. Amigos sugeriram que ela inscrevesse o projeto em um edital aberto pelo Ministério da Cultura em agosto do ano passado, selecionando novos pontos de cultura, rede de núcleos populares que visam preservar e promover a diversidade cultural brasileira.
A ideia de Lohren foi burilada junto a Deco Ribeiro, outro dirigente do E-Jovem, cresceu e colou. Em dezembro eles tiveram a notícia de que o projeto havia sido aprovado, e de que receberia uma verba de aproximadamente R$ 180 mil para três anos de atividade. O compromisso com o Estado é renovável depois destes três anos, caso o MinC avalie como positivos os resultados do ponto de cultura. Lohren é confiante na renovação do subsídio: “Veja a visibilidade que estamos conseguindo”, diz ela em meio aos repórteres e cinegrafistas que circulam em frente à sua casa no bairro Nova Europa, em Campinas, pintada de rosa e ajeitada para funcionar como sede da Escola Jovem.
A inauguração teve fita vermelha, cortada depois da performance de Lohren dublando um sucesso de Celine Dion. A sala de aula, uma garagem adaptada e separada da parte íntima da casa por uma cortina de chita florida, já recebia os alunos para a aula inaugural – dança, com os professores Leandro Ochaialini e a travesti Bruna Eduarda.
POLÊMICA: SEGREGAÇÃO OU PORTO SEGURO?
Para Lohren e Deco, a escola tem um significado maior do que simplesmente educar e propagar a cultura gay. Querem que o espaço sirva como abrigo àqueles que foram excluídos do ensino formal por preconceito ou violência, e fazem questão de frisar que a E-Jovem aceita alunos heterossexuais. Os que criticam a escola, no entanto, atacam o “preconceito às avessas” que a iniciativa pode representar – em vez de incluir, segregaria ainda mais.
Danuza Leão, por exemplo, em crônica publicada no jornal "Folha de S. Paulo", escreveu: “Ao que me consta, o objetivo da humanidade é integrar, fazer com que os humanos de qualquer raça, cor ou religião se sintam como na realidade são – iguais. Se os colégios só para meninas ou só para meninos já não eram recomendados, o que dizer de um dirigido preferencialmente ao mundo gay? Então por que não pensar também em colégios só para brancos e outros só para negros?”.
A crônica de Danuza eriçou pelos e causou controvérsia. Gustavo Bonini, professor do curso de teatro da Escola Jovem, contra-atacou em carta aberta pela internet: “Quanto às pessoas estarem agrupadas em colégios específicos, isso é apenas porque, ainda no ano de 2010, muitas destas mesmas pessoas ainda não aceitam os gays como são”, afirmou Gustavo, mais conhecido no mundo gay como Priscilla Drag.
Ele diz ter vivido, na infância e na adolescência, o calvário do qual não escapa a maioria dos homossexuais e dos diferentes. “Eu era o viadinho da turma, o que preferia ficar com as meninas organizando o teatrinho a jogar bola. Apanhava na escola, mas a direção e os professores não faziam nada. Minha mãe ia reclamar na diretoria, mas não adiantava”, conta Gustavo, que cursou o ensino fundamental e o médio em escolas públicas, estudou teatro com Wolf Maya e prevê a montagem de um espetáculo com seus alunos na Escola Jovem.
Na visão de Deco Ribeiro, Gustavo ainda teve sorte de ter uma mãe que o apoiava. “O maior foco de violência contra os jovens homossexuais está na escola e na própria família”, diz ele. Lohren completa seu raciocínio: “Estamos aqui para dar poder a esses meninos e meninas, fazer com que eles exijam respeito da sociedade, conheçam seus direitos e encontrem seu espaço. É um grande passo para um homem, e um salto para uma drag queen”.
Brazil takes a leap forward with a government-backed “school of gay arts,” where students learn about wig preparation, costume creation, stand-up routines, and lip synching.
http://www.advocate.com/Print_Issue/Advance/Learning_Curves/
Between their lessons on literature, music, and art, the pupils at Brazil’s new Escola Jovem LGBT (LGBT Youth School) can learn the fine art of “hairography” and “clothing customization” while also taking part in what may be the gayest glee club the world has ever seen.
When Escola Jovem opened in March in Campinas, a city of 1 million residents about 50 miles north of São Paulo, the media ran with the sensational story, and religious leaders within the Roman Catholic nation voiced opposition. To some degree, the resistance was to be expected—Escola Jovem makes New York’s gay-centric Harvey Milk High School look butch by comparison.
Principal Deco Ribeiro calls Escola Jovem a “school of gay arts,” with classes in dancing, fanzines, acting, cinema, and drag queen performance, where students learn about wig preparation, costume creation, stand-up routines, and lip synching.
“Some LGBT [people], lured by conservative media, voiced their concern, fearing the creation of a ghetto,” Ribeiro explains in an e-mail to The Advocate. “But after they get to know the project, the acceptance is massive.”
Support from Brazilian officials may have helped convince some of the doubters. Though run by the Brazilian LGBT Youth Network, a nongovernmental organization, the school is registered as a teaching institution with the Campinas city council and financed by the state secretary of culture and the Brazilian Ministry of Culture.
The three-year school accepts students ranging in age from preteens to 30, though Ribeiro says most of his approximately four dozen students are between 18 and 25. Many of the teachers are also young and gay. Prospective students apply online, then undergo interviews at the school—parental permission is only required for those under the age of 12.
“Some [applicants voluntarily] came with their parents,” Ribeiro writes. “So cute!”
L’età degli studenti parte dall’adolescenza ai venti e passa anni, anche se per i minori necessita l’approvazione da parte dei genitori. Passate alcune perplessità, anche da parte di qualche comunità lgbt che pensava ad una scuola-ghetto, ora la Escola Jovem ha l’appoggio di tantissimi e progetti culturali anche per il periodo estivo, come ad esempio quattro giorni di dibattiti, mostre e iniziative sportive imperniate sul lesbismo, ad agosto.
Ribeiro ha confezionato un bel film con l’aiuto dei suoi ragazzi presentato alla Conferenza Nazionale sulla pubblica sicurezza, classificandosi tra i primi dieci. Tre minuti di sana educazione al rispetto:
Inauguração da Escola Jovem LGBT. Na Foto: Deco Ribeiro idealizador e diretor da escola Gay em Campinas
“Eu estava em casa um dia desses, sem fazer nada, e tive a ideia de inventar um curso de drag queen”, conta Lohren - seu nome de batismo é Chesller Moreira. Já bastante envolvida com a causa gay por meio de sua militância no grupo E-Jovem, ONG de Campinas que luta contra o preconceito e busca dar apoio e visibilidade a jovens gays, lésbicas, bissexuais e transgêneros. Amigos sugeriram que ela inscrevesse o projeto em um edital aberto pelo Ministério da Cultura em agosto do ano passado, selecionando novos pontos de cultura, rede de núcleos populares que visam preservar e promover a diversidade cultural brasileira.
A ideia de Lohren foi burilada junto a Deco Ribeiro, outro dirigente do E-Jovem, cresceu e colou. Em dezembro eles tiveram a notícia de que o projeto havia sido aprovado, e de que receberia uma verba de aproximadamente R$ 180 mil para três anos de atividade. O compromisso com o Estado é renovável depois destes três anos, caso o MinC avalie como positivos os resultados do ponto de cultura. Lohren é confiante na renovação do subsídio: “Veja a visibilidade que estamos conseguindo”, diz ela em meio aos repórteres e cinegrafistas que circulam em frente à sua casa no bairro Nova Europa, em Campinas, pintada de rosa e ajeitada para funcionar como sede da Escola Jovem.
A inauguração teve fita vermelha, cortada depois da performance de Lohren dublando um sucesso de Celine Dion. A sala de aula, uma garagem adaptada e separada da parte íntima da casa por uma cortina de chita florida, já recebia os alunos para a aula inaugural – dança, com os professores Leandro Ochaialini e a travesti Bruna Eduarda.
POLÊMICA: SEGREGAÇÃO OU PORTO SEGURO?
Para Lohren e Deco, a escola tem um significado maior do que simplesmente educar e propagar a cultura gay. Querem que o espaço sirva como abrigo àqueles que foram excluídos do ensino formal por preconceito ou violência, e fazem questão de frisar que a E-Jovem aceita alunos heterossexuais. Os que criticam a escola, no entanto, atacam o “preconceito às avessas” que a iniciativa pode representar – em vez de incluir, segregaria ainda mais.
Danuza Leão, por exemplo, em crônica publicada no jornal "Folha de S. Paulo", escreveu: “Ao que me consta, o objetivo da humanidade é integrar, fazer com que os humanos de qualquer raça, cor ou religião se sintam como na realidade são – iguais. Se os colégios só para meninas ou só para meninos já não eram recomendados, o que dizer de um dirigido preferencialmente ao mundo gay? Então por que não pensar também em colégios só para brancos e outros só para negros?”.
A crônica de Danuza eriçou pelos e causou controvérsia. Gustavo Bonini, professor do curso de teatro da Escola Jovem, contra-atacou em carta aberta pela internet: “Quanto às pessoas estarem agrupadas em colégios específicos, isso é apenas porque, ainda no ano de 2010, muitas destas mesmas pessoas ainda não aceitam os gays como são”, afirmou Gustavo, mais conhecido no mundo gay como Priscilla Drag.
Ele diz ter vivido, na infância e na adolescência, o calvário do qual não escapa a maioria dos homossexuais e dos diferentes. “Eu era o viadinho da turma, o que preferia ficar com as meninas organizando o teatrinho a jogar bola. Apanhava na escola, mas a direção e os professores não faziam nada. Minha mãe ia reclamar na diretoria, mas não adiantava”, conta Gustavo, que cursou o ensino fundamental e o médio em escolas públicas, estudou teatro com Wolf Maya e prevê a montagem de um espetáculo com seus alunos na Escola Jovem.
Na visão de Deco Ribeiro, Gustavo ainda teve sorte de ter uma mãe que o apoiava. “O maior foco de violência contra os jovens homossexuais está na escola e na própria família”, diz ele. Lohren completa seu raciocínio: “Estamos aqui para dar poder a esses meninos e meninas, fazer com que eles exijam respeito da sociedade, conheçam seus direitos e encontrem seu espaço. É um grande passo para um homem, e um salto para uma drag queen”.
Learning Curves
Brazil takes a leap forward with a government-backed “school of gay arts,” where students learn about wig preparation, costume creation, stand-up routines, and lip synching.
http://www.advocate.com/Print_Issue/Advance/Learning_Curves/
When Escola Jovem opened in March in Campinas, a city of 1 million residents about 50 miles north of São Paulo, the media ran with the sensational story, and religious leaders within the Roman Catholic nation voiced opposition. To some degree, the resistance was to be expected—Escola Jovem makes New York’s gay-centric Harvey Milk High School look butch by comparison.
Principal Deco Ribeiro calls Escola Jovem a “school of gay arts,” with classes in dancing, fanzines, acting, cinema, and drag queen performance, where students learn about wig preparation, costume creation, stand-up routines, and lip synching.
“Some LGBT [people], lured by conservative media, voiced their concern, fearing the creation of a ghetto,” Ribeiro explains in an e-mail to The Advocate. “But after they get to know the project, the acceptance is massive.”
Support from Brazilian officials may have helped convince some of the doubters. Though run by the Brazilian LGBT Youth Network, a nongovernmental organization, the school is registered as a teaching institution with the Campinas city council and financed by the state secretary of culture and the Brazilian Ministry of Culture.
The three-year school accepts students ranging in age from preteens to 30, though Ribeiro says most of his approximately four dozen students are between 18 and 25. Many of the teachers are also young and gay. Prospective students apply online, then undergo interviews at the school—parental permission is only required for those under the age of 12.
“Some [applicants voluntarily] came with their parents,” Ribeiro writes. “So cute!”
Apre in Brasile una scuola per artisti gay, contro l'intolleranza omofoba
http://www.queerblog.it/post/7469/apre-in-brasile-una-scuola-per-artisti-gay-contro-lintolleranza-omofoba La cosa più sorprendente della vicenda è che sul loro sito campeggia il logo ufficiale del governo di São Paulo e del Dipartimento federale della cultura. Da alcuni giorni, a Campinas, una città di un milione di abitanti, a nord di São Paulo do Brasil, è sorta una scuola unica nel suo genere, che accoglie studenti lgbt e gayfriendly. Si chiama Escola Jovem e ha l’obiettivo di valorizzare e diffondere la cultura lgbt, attraverso dei corsi specifici che riguardano la creatività, la creazione di riviste, danza, musica, teatro, televisione; come essere dei perfetti performances di spettacoli da drag queen; sul modo di essere e agire da gay, lesbiche, transessuali, travestiti. Un aiuto concreto verrà pensato per le tante persone lgbt che vengono cacciate di casa a causa della loro condizione, per non lasciar loro l’alternativa della prostituzione. Il progetto è piaciuto così tanto alle istituzioni da averlo appoggiato con delle borse di studio e altri finanziamenti. Dice Deco Ribeiro, direttore della Scuola LGBT Youth:
“La scuola è un punto centrale di cultura. Il fatto che i corsi sono aperti a tutti e non solo i giovani gay è parte della nostra strategia di lotta contro l’omofobia. Insegniamo la nostra arte a chi non ci conosce. Se l’apprezzamento della cultura nera è la strategia del movimento nero, così come succede per vari popoli, perché non valorizzare la cultura LGBT?”Alla Jovem i ragazzi imparano a usare la cinepresa e la telecamera, a come indossare parrucca e trucchi per un perfetto spettacolo di drag queen, come diventare ballerini e artisti, ma soprattutto si insegna ad essere se stessi, senza paure, senza i pericoli della strada e dell’ignoranza. Ai ragazzi che pensano che essere gay, lesbica o transessuale sia sbagliato, la scuola metterà a disposizione cultura e strumenti per renderli sereni nell’accettare la loro condizione.
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“Qui tutti saranno in grado di scoprire che essere gay o lesbica è cool, essere travestito è legale, e che tutti hanno molto da offrire alla società”dichiara Chesller Moreira, presidente di E-giovani.
L’età degli studenti parte dall’adolescenza ai venti e passa anni, anche se per i minori necessita l’approvazione da parte dei genitori. Passate alcune perplessità, anche da parte di qualche comunità lgbt che pensava ad una scuola-ghetto, ora la Escola Jovem ha l’appoggio di tantissimi e progetti culturali anche per il periodo estivo, come ad esempio quattro giorni di dibattiti, mostre e iniziative sportive imperniate sul lesbismo, ad agosto.
La scuola, ha tra le altre cose, l’obiettivo di stimolare il dibattito e superare i pregiudizi verso le persone lgbt, non quello di fomentarne l’odio, come è recentemente accaduto a Milano.
“Per combattere l’omofobia, il pregiudizio contro gli omosessuali, dobbiamo discutere, pubblicizzare e dare visibilità all’universo GLBT. Si tratta di incoraggiare queste persone a trovare la felicità nella diversità, la costruzione della loro vera identità, senza dover far finta di essere altro”spiega Deco Ribeiro, giornalista ed educatore, direttore della Scuola LGBT Young, fondatore della E-Giovani Teen Gay, Lesbiche e alleati e consigliere nazionale della gioventù per il Presidente della Repubblica brasiliano.
Ribeiro ha confezionato un bel film con l’aiuto dei suoi ragazzi presentato alla Conferenza Nazionale sulla pubblica sicurezza, classificandosi tra i primi dieci. Tre minuti di sana educazione al rispetto:
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