Povo francês derruba a Bastilha. A nossa também vai cair...
A Direita no Brasil sempre teve uma vida fácil. O Povo era manso e Governo e Mídia estavam em seu bolso. O Governo fazia tudo,sem consultar o Povo (afinal,fora eleito pra isso). Bastava "orientar" o Governo e a fatura estava ganha. Anos durou essa orgia, desenfreada.
Hoje o Povo acorda. Vem despertando aos poucos, desde 2003. E, debaixo dos bigodes despreocupados da Direita, que dormia o sono ébrio dos bacanais, o Povo realizou 66 Conferências Nacionais, sobre os mais diversos temas. Só a mais recente, de Educação, contou com 1.421 conferências municipais, 470 intermunicipais, 27 estaduais e a nacional. Todas seguiram mais ou menos esse roteiro.
O resultado dessas Conferências orienta o Governo nas suas políticas - se forem executivas já são imediatamente executadas, se forem legislativas, vão ao Congresso etc.
Aí a Direita acordou. Mas foi só quando a água bateu na bunda, na Conferência de Comunicação (que tinha a ver dirtamente com o controle social da Mídia - o Povo escolhendo o que quer em troca de suas concessões). Vieram as polêmicas (polêmicas só nos jornais e na TV, porque era ELES os indignados, não o Povo) da Conferência de Comunicação, da Conferência de Direitos Humanos... E, agora, a de Educação.
Mas é muito tarde, Direita. O bonde já passou. Resta espernear e anunciar aos quatro ventos que o seu Fim está próximo. Como no Editorial abaixo, publicado hoje no maior jornal de Campinas. Vamos comentá-lo, em vermelho?
Totalitarismo disfarçado em conferências
[um título que já diz a que veio]
No momento político atual, as conferências articuladas pelo governo federal têm se desviado de seu propósito primordial, que é a oitiva de todos os segmentos da sociedade, em igualdade de condições e com uma predisposição de se acatarem as manifestações [primeiro argumento da Direita: diz que não consegue ser ouvida, está em desigualdade de condições e ninguém deixa ela se manifestar. Engraçado... a Direita possui a Mídia e se manifesta através dela todo o tempo - como agora. O Povo tem o quê?]. Tomadas por grupos de forte influência política, articulados para impor um único ponto de vista centralizador, as conferências se esvaziaram em conteúdo e deixaram de espelhar o pensamento da maioria dos cidadãos, tornando-se meros manifestos tendenciosos, direcionados a uma única vertente, o controle totalitário do Estado sobre todas as formas de organização e manifestação. [segundo argumento: só quem consegue se mobilizar e se articular para aprovar propostas é a Esquerda e, por isso, a Conferência não vale. Ora, se a Mídia, por exemplo, divulgasse mais as Conferências, outros setores mais acomodados da sociedadepoderiam sair de seu estupor orgiástico e ir lá brigar por seus pontos de vistas conservadores. Mas a Direita não está acostumada com isso. Ela quer é pegar o telefone, ligar pro ministro tal e resolver na ora. Só que não é mais assim que funciona...]
Os relatos finais da Conferência Nacional de Comunicação e Direitos Humanos formam o desenho escrachado do viés totalitarista da política do governo Lula, atingindo questões delicadas e importantes [para a Direita] como a liberação do aborto, a questão da tortura praticada durante a ditadura militar, o confronto entre o agronegócio e as invasões de terra, além de pretender estabelecer um controle abjeto sobre a imprensa. Não foram poucas as críticas [da Direita, da Mídia], veementes e contundentes, a ponto de obrigar o governo a rever o texto e voltar atrás em vários aspectos que ferem a lógica moral e o espírito democrático [pura perfumaria. Nenhuma mudança de peso foi realizada. A Direita se acalma com a anúncio de mudanças e, enquanto isso, as propostas originais são implantadas].
O mais recente documento extraído pelo grupo articulado foi a Conferência Nacional da Educação, onde mais uma vez se emprega o controle exacerbado sobre as atividades educacionais, pretendendo um modelo de controle e gestão que interfere até mesmo em instituições particulares [O texto da Conferência de Educação (leia clicando no link) é realmente revolucionário. Na conferência aqui de Campinas eu já tinha dito: "Não há quase nada a se acrescentar - temos é que defender esse texto para que a Direita não o destrua." Conseguimos. Mas agora vem o chororô.]
Aos que argumentam que as conferências são reuniões abertas e franqueadas a quaisquer organizações, instituições e representações setoriais [e são], o contraponto é a realidade. Essas reuniões são articuladas e inseminadas de um programa previamente determinado, tomado por agentes profissionais preparados para exercer uma influência agressiva, intimidadora, a ponto de vetar a participação de quem deseje defender uma posição que não seja a pretendida por esses grupos [Mentira deslavada. A Direita é que não se organiza e não semobiliza para ocupar esses espaços. Quando aparece, com sua carranca minoritária e raivosa, apresenta um discurso tão preconceituoso e retrógrado, que até as senhorinhas mais simplórias e não articuladas da Conferência não conseguem se ver representadas por essas criaturas e votam em massa com as organizações de Esquerda. É no debate que a Direita perde. Por isso, evita o debate. E perde de novo, por W.O.]
E a Revolução vai sendo feita - silenciosamente. Pra não acordar a Direita de seu estupor].
Um comentário:
Parabéns Deco. Muita clareza no seu texto.
Na luta sempre.
Marquinho Mota
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