domingo, 13 de novembro de 2011
quinta-feira, 1 de setembro de 2011
Cold Star
Não é preciso dizer nada. Simplesmente assistam. Em tela cheia, por favor.
Perfeito.
terça-feira, 9 de agosto de 2011
Lei do Ódio ao Casamento Gay pode ser aprovada na Câmara
Não sei se é do conhecimento geral,mas existe uma lei tramitando no Congresso que trata exclusivamente da união homossexual. É bem simples, tem duas artigos, e basicamente diz que gays podem se casar, ponto. Esse projeto, o (PL) 580/2007, proposto pelo Clodovil, foi arquivado após a sua morte e desarquivado pela deputada Manuela D'Ávila (PCdoB-RS). Manuela, ao lado de Marta Supliy e Jean Wyllys, é uma de nossas mais fortes aliadas em Brasília.
Pois bem. Acaba de ser apensado (ou seja, grampeado junto, pra tramitar conjuntamente) ao PL-580/2007 o PL-1865/2011, do deputado homofóbico Salvador Zimbaldi (PDT-SP) (que, infelizmente, é de Campinas, terra que pariu também o Bolsonaro - deve ser a água...). O texto desse novo projeto é tão cheio de ódio aos homossexuais que eu me senti na obrigação de publicá-lo na íntegra:
PROJETO DE LEI Nº XXX DE 2011
( Do Senhor Salvador Zimbaldi )
Regulamenta o artigo 226 parágrafo 3º Constituição Federal.
Parágrafo 3º - Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a União Estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a Lei facilitar sua conversão em casamento.
O CONGRESSO NACIONAL DECRETA:
Art. 1º - Esta lei dispõe sobre a regulamentação da Entidade Familiar prevista pelo artigo 226, Parágrafo 3º, da Constituição Federal.
Art. 2º - Para efeitos legais será reconhecida a União Civil entre homem e mulher como Entidade Familiar.
Art. 3º - O casamento civil será realizado em Cartório de Registro Civil e somente será aceito entre uma pessoa do sexo masculino e a outra do sexo feminino, levando-se em consideração o sexo determinado no Registro de Nascimento.
Parágrafo 1º - Não serão admitidas, para efeitos de conversão da união estável em casamento civil previstas nesta Lei, situações de pessoas que realizaram troca de sexo por métodos cirúrgicos ou que tenham obtido troca de nome e sexo, ainda que derivadas de decisão judicial.
Parágrafo 2º - As únicas hipóteses em que será admitido casamento civil com troca de nome determinadas judicialmente serão as decorrentes da aplicação do disposto no artigo 58 da Lei nº 6.015/73 e suas alterações posteriores, interessantes às situações de nomes com erro gráfico evidente, vergonhosos ou ridículos, atingimento da maioridade civil ou acrescidos de alcunha ou apelido públicos ou notórios, não sendo admitidos os modificados por troca de sexo ou de nomenclatura que confunda os sexos.
Art. 4º - Em nenhuma hipótese será admitido casamento civil ou reconhecimento de União Civil de pessoas do mesmo sexo.
Parágrafo 1º - Todas as Uniões Civis de pessoas do mesmo sexo registradas em Cartórios de Registro Civil no âmbito nacional, realizados espontaneamente pelo Cartório ou que tenham sido realizadas por determinação judicial, será imediatamente revogado, e cessados os seus efeitos, após a publicação dessa Lei.
Art.5º - O casamento religioso tem efeito civil, conforme art. 226 parágrafo 2º da Constituição Federal nos termos dessa Lei.
Parágrafo 1º - O casamento religioso, obedecidos aos ritos próprios e inerentes a cada orientação de credo e denominação, será realizado sempre entre um homem e uma mulher, ficando proibida qualquer outra união, inclusive a de pessoas do mesmo sexo.
Art. 6º - Fica proibida a adoção de crianças de qualquer idade por união de pessoas do mesmo sexo.
Art. 7º - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação, revogadas todas as disposições em contrário, inclusive as Jurisprudências firmadas pelo Poder Judiciário, que porventura possam confrontar o determinado por essa Lei.
Que beleza!! Esse é mais um que vai marchar com orgulho ao lado do Apolinário, dia 18 de dezembro...
esse é só um dos projetos que nossos nobres parlamentares se achamno direito de propor. Um texto desse, que pinga ódio pelas beiradas, envergonha aho que TODO cidadão brasileiro. Que Congresso é esse que permite a tramitação de algo assim??? Não existe uma análise sumária, uma tiazinha tipo a Sue Johanson que lê todas as matérias e imediatamente joga no lixo as totalmente idiotas e ofensivas? Deveria, viu!
Enfim, fiquemos alertas. Felizmente, como bem lembrado pela revista VEJA, Zimbaldi está jogando pra torcida. esse texto é só pra agradar suas bases. Como o próprio STF já legalizou as uniões homoafetivas, só uma PEC, uma emenda à Constituição nos tira esse direito. Aleluia!!
Que fique registrado aqui, então, o texto, como referência do ódio que sentem por nós aqueles que nos atacam. Não sei você, mas eu li uma vontade louca de nos exterminar, de nos aniquilar por completo, em cada linha... O tempora...!
Não tenho como não fazer referência, novamente, ao post anterior...
Pois bem. Acaba de ser apensado (ou seja, grampeado junto, pra tramitar conjuntamente) ao PL-580/2007 o PL-1865/2011, do deputado homofóbico Salvador Zimbaldi (PDT-SP) (que, infelizmente, é de Campinas, terra que pariu também o Bolsonaro - deve ser a água...). O texto desse novo projeto é tão cheio de ódio aos homossexuais que eu me senti na obrigação de publicá-lo na íntegra:
PROJETO DE LEI Nº XXX DE 2011
( Do Senhor Salvador Zimbaldi )
Regulamenta o artigo 226 parágrafo 3º Constituição Federal.
Parágrafo 3º - Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a União Estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a Lei facilitar sua conversão em casamento.
O CONGRESSO NACIONAL DECRETA:
Art. 1º - Esta lei dispõe sobre a regulamentação da Entidade Familiar prevista pelo artigo 226, Parágrafo 3º, da Constituição Federal.
Art. 2º - Para efeitos legais será reconhecida a União Civil entre homem e mulher como Entidade Familiar.
Art. 3º - O casamento civil será realizado em Cartório de Registro Civil e somente será aceito entre uma pessoa do sexo masculino e a outra do sexo feminino, levando-se em consideração o sexo determinado no Registro de Nascimento.
Parágrafo 1º - Não serão admitidas, para efeitos de conversão da união estável em casamento civil previstas nesta Lei, situações de pessoas que realizaram troca de sexo por métodos cirúrgicos ou que tenham obtido troca de nome e sexo, ainda que derivadas de decisão judicial.
Parágrafo 2º - As únicas hipóteses em que será admitido casamento civil com troca de nome determinadas judicialmente serão as decorrentes da aplicação do disposto no artigo 58 da Lei nº 6.015/73 e suas alterações posteriores, interessantes às situações de nomes com erro gráfico evidente, vergonhosos ou ridículos, atingimento da maioridade civil ou acrescidos de alcunha ou apelido públicos ou notórios, não sendo admitidos os modificados por troca de sexo ou de nomenclatura que confunda os sexos.
Art. 4º - Em nenhuma hipótese será admitido casamento civil ou reconhecimento de União Civil de pessoas do mesmo sexo.
Parágrafo 1º - Todas as Uniões Civis de pessoas do mesmo sexo registradas em Cartórios de Registro Civil no âmbito nacional, realizados espontaneamente pelo Cartório ou que tenham sido realizadas por determinação judicial, será imediatamente revogado, e cessados os seus efeitos, após a publicação dessa Lei.
Art.5º - O casamento religioso tem efeito civil, conforme art. 226 parágrafo 2º da Constituição Federal nos termos dessa Lei.
Parágrafo 1º - O casamento religioso, obedecidos aos ritos próprios e inerentes a cada orientação de credo e denominação, será realizado sempre entre um homem e uma mulher, ficando proibida qualquer outra união, inclusive a de pessoas do mesmo sexo.
Art. 6º - Fica proibida a adoção de crianças de qualquer idade por união de pessoas do mesmo sexo.
Art. 7º - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação, revogadas todas as disposições em contrário, inclusive as Jurisprudências firmadas pelo Poder Judiciário, que porventura possam confrontar o determinado por essa Lei.
Que beleza!! Esse é mais um que vai marchar com orgulho ao lado do Apolinário, dia 18 de dezembro...
esse é só um dos projetos que nossos nobres parlamentares se achamno direito de propor. Um texto desse, que pinga ódio pelas beiradas, envergonha aho que TODO cidadão brasileiro. Que Congresso é esse que permite a tramitação de algo assim??? Não existe uma análise sumária, uma tiazinha tipo a Sue Johanson que lê todas as matérias e imediatamente joga no lixo as totalmente idiotas e ofensivas? Deveria, viu!
Enfim, fiquemos alertas. Felizmente, como bem lembrado pela revista VEJA, Zimbaldi está jogando pra torcida. esse texto é só pra agradar suas bases. Como o próprio STF já legalizou as uniões homoafetivas, só uma PEC, uma emenda à Constituição nos tira esse direito. Aleluia!!
Que fique registrado aqui, então, o texto, como referência do ódio que sentem por nós aqueles que nos atacam. Não sei você, mas eu li uma vontade louca de nos exterminar, de nos aniquilar por completo, em cada linha... O tempora...!
Não tenho como não fazer referência, novamente, ao post anterior...
sexta-feira, 5 de agosto de 2011
quarta-feira, 3 de agosto de 2011
Os Héteros estão na pior?
Nos últimos dias, a blogosfera (e a facebookosfera) tem estado em polvorosa por causa da aprovação, pela Câmara de Vereadores de São Paulo, do Dia do Orgulho Hétero.
Afora a óbvia indignação geral, alguns blogueiros, como o Vitor Ângelo, da FOLHA, começaram a se perguntar... Os Héteros estão tão na pior assim, a ponto de precisarem chamar atenção para si mesmos? Será que que eles realmente temem que sem a aniquilação completa da diversidade, o projeto de procriação contínua da humanidade estaria comprometido?
Outro dia eu li que o famoso Dr. Kinsey, autor de "Sexual Behaviour of the Human Male" - estudo que tem fundamentado tudo o que se diz sobre sexualidade masculina desde meados do século passado - afirmou em seu livro que o motivo pelo qual homofóbicos se opõe a homossexualidade é bem simples: o medo do crescimento da atividade homossexual. Conclui o Dr. Kinsey que com menos homofobia haveria muito mais homossexualidade. Ao se remover a pressão social que reprime a atração pelo mesmo sexo, o desejo homossexual cresceria e se espalharia naturalmente em larga escala.
Será o fim dos héteros?
Interessante esse ponto de vista. Segundo o Dr. Kinsey, o ser humano só procria por obrigação, não por gosto. A sociedade tem que ser constantemente forçada a copular com pessoas do sexo oposto - daí o interesse hegemônico em sufocar a homossexualidade. Faz todo sentido!! É muuuuuuito mais legal ser gay do que ser hétero! ESSE é o grande segredo que tentam esconder a todo custo.
Para o bem de todos e felicidade geral da Nação, é preciso que todos continuem pensando que ser gay é errado, é pecado, é vergonhoso. Que os gays se matem e sejam assassinados, para que a massa copule e popule o mundo de pequenos novos consumidoreszinhos...
Tadinho dos héteros.
terça-feira, 2 de agosto de 2011
Toni Reis: "Unidade na ação para diminuir a homofobia"
Publico esse artigo extremamente lúcido do Toni Reis, presidente da ABGLT. Assino embaixo, claro. ~ Deco
Toni Reis*
Algumas pessoas se dizem descontentes com o trabalho do movimento LGBT. Porém, geralmente essas pessoas que ficam reclamando fazem pouco ou nada para melhorar a situação. Ou são autonomistas que não têm base social, ou não participam de reuniões periódicas de base. Essas pessoas geralmente não conhecem a realidade em que milhões de LGBT estão inseridos, algumas nunca atenderam o apelo desesperado de uma vitima da homofobia.
É importante lembrar para as pessoas que fazem criticas construtivas, que elas não se encaixam nas observações anteriores.
É necessário ter planejamento para atingir nossos sonhos. Você tem planos e idéias para melhorar a situação LGBT no Brasil?
Você tem um site que ajuda a construir o movimento? Ou você só quer detonar o que está sendo feito? Você já escreveu para Bolsonaro, Miriam Rios, Du Loren ou Malafaia protestando, ou fica esperando que os(as) outros(as) façam o que você poderia fazer? Você já protestou contra um vereador da sua cidade, ou um deputado do seu estado? Já parabenizou parlamentares aliados, ou prefere dizer que eles poderiam fazer melhor? Quantas cartas abertas você já escreveu? Quando uma organização LGBT pediu a sua opinião ou colaboração, você contribuiu ou só ficou falando depois como as coisas deveriam ter sido feitas. Quando convidaram para organizar a Parada LGBT em sua cidade, você ajudou ou simplesmente saiu falando que é um carnaval fora de época?
Você já aceitou assumir um cargo em uma organização LGBT? Ou recusou alegando falta de tempo e depois saiu criticando com afirmações do tipo: “essa turma quer é ficar sempre nos cargos"? Quando as pessoas estiverem trabalhando com boa vontade e com interesse para que tudo corra bem, há quem afirma que a entidade está dominada por um grupinho. Você já fez isto? Também há quem não lê o que é postado nas listas de e-mail e depois fica reclamando que nunca é informado de nada. Você já fez isto?
Quando há divergências com uma pessoa da diretoria ou da entidade, você procura com toda intensidade vingar-se na organização e nas listas de discussão e boicotar seus trabalhos, inclusive colocando as outras entidades congêneres contra?
E quando cessarem as publicações, os projetos, as reuniões e todas as demais atividades, enfim, quando nossa entidade morrer, você é daqueles que estufa o peito e afirma com orgulho: ‘’Eu não disse?’’?
Às pessoas que ficam reclamando, sugiro a leitura do texto abaixo, baseado em artigo sobre as obras de Erika Andersen e publicado no site Olhar digital;
Dica um: Tenha objetivos razoáveis na militância.
O (a) Ativista precisa entender exatamente o que o(a) inspira e qual o trabalho que pode dar mais prazer no futuro para definir um trabalho social e ideal. E precisa ser realista em seus objetivos: se sua ambição é criminalizar a homofobia, você pelo menos tem que falar com os(as) congressistas senadores(as), deputados (as). Com quantos(as) você já conversou sobre o assunto? Vai depender deles os votos.
Pense no trabalho baseado nos conhecimentos que já possui, experiências e interesses, além de, obviamente, descobrir ser tem os recursos necessários para trabalhar na área desejada. Busque apoio nas boates, saunas e sites LGBT. Eles(as) podem ajudar muito.
Foque no que você gostaria realmente de fazer e que acha ser possível. Aconselho que o(a) militante escreva suas principais conclusões e, a partir daí, trace um plano de ação para atingir seus objetivos, em determinado tempo. Se seu objetivo vai depender de formar uma ONG ou ganhar muito mais experiência profissional, pense em algo de longo prazo. Já se você quiser fazer um simples avanço em que está sendo feito, junte-se a quem está trabalhando É muito difícil trabalhar em grupo, mas, no final é gratificante. Temos hoje nove redes nacionais LGBT no país e 302 ONG registradas, e 35 fóruns informais, e mais 167 listas LGBT e muitas comunidades no Face book e Orkut e outras redes sociais.
Dica dois: Seja honesto sobre os obstáculos
Infelizmente tem homofobia para todo mundo trabalhar.
Depois de ter uma clara ideia de que gostaria de conseguir e quanto tempo vai ser necessário para atingir o trabalho dos sonhos, se prepare para as barreiras que podem surgir no caminho. Eu sugiro que você enxergue os obstáculos na política, nos recursos e nas pessoas.
Entre os exemplos de situações que precisam ser analisadas, destaco que o(a) ativista deve enxergar se a cidade o estado em que mora tem espaço para o trabalho que quer fazer, se está disposto a abrir mão de parte do salário atual para entrar em uma nova área; se vai ter dificuldade para aprender novas coisas que serão fundamentais na área que pretende seguir, entre outros. Lutar pelo coletivo, é só receber críticas, geralmente. O que você fizer receberá 97% de criticas e 3% de reconhecimento.
Dica três: Organize o plano de ação e vá à luta
Após entender exatamente o que quer fazer e quais os obstáculos vai enfrentar pela frente, o(a) ativista deve detalhar todos os esforços que serão necessários, na ordem correta, para atingir os objetivos.
Por exemplo, se você descobre que precisa buscar conhecimentos adicionais para atingir a cidadania dos sonhos, deve traçar um plano de ação específico para isso, em ordem cronológica. Como exemplo: 1) falar com as pessoas no movimento LGBT para entender o que elas pensam que é mais importante em termos de conhecimento e formação; 2) pesquisar os cursos e encontros específicos; 3) definir quais são as opções razoáveis em termos de tempo e dinheiro; 4) determinar a melhor opção.
Concluir a decisão de definir os rumos da própria atuação como ativista serve como um estímulo para qualquer militante. “Minha experiência é que muitas coisas boas se seguem a isso: mais energia, aumento da autoconfiança, moral elevada e uma excelente sensação de sucesso”.
Estamos firmes na luta pela cidadania plena LGBT.
*Toni Reis
Presidente da ABGLT
Toni Reis*
Algumas pessoas se dizem descontentes com o trabalho do movimento LGBT. Porém, geralmente essas pessoas que ficam reclamando fazem pouco ou nada para melhorar a situação. Ou são autonomistas que não têm base social, ou não participam de reuniões periódicas de base. Essas pessoas geralmente não conhecem a realidade em que milhões de LGBT estão inseridos, algumas nunca atenderam o apelo desesperado de uma vitima da homofobia.
É importante lembrar para as pessoas que fazem criticas construtivas, que elas não se encaixam nas observações anteriores.
É necessário ter planejamento para atingir nossos sonhos. Você tem planos e idéias para melhorar a situação LGBT no Brasil?
Você tem um site que ajuda a construir o movimento? Ou você só quer detonar o que está sendo feito? Você já escreveu para Bolsonaro, Miriam Rios, Du Loren ou Malafaia protestando, ou fica esperando que os(as) outros(as) façam o que você poderia fazer? Você já protestou contra um vereador da sua cidade, ou um deputado do seu estado? Já parabenizou parlamentares aliados, ou prefere dizer que eles poderiam fazer melhor? Quantas cartas abertas você já escreveu? Quando uma organização LGBT pediu a sua opinião ou colaboração, você contribuiu ou só ficou falando depois como as coisas deveriam ter sido feitas. Quando convidaram para organizar a Parada LGBT em sua cidade, você ajudou ou simplesmente saiu falando que é um carnaval fora de época?
Você já aceitou assumir um cargo em uma organização LGBT? Ou recusou alegando falta de tempo e depois saiu criticando com afirmações do tipo: “essa turma quer é ficar sempre nos cargos"? Quando as pessoas estiverem trabalhando com boa vontade e com interesse para que tudo corra bem, há quem afirma que a entidade está dominada por um grupinho. Você já fez isto? Também há quem não lê o que é postado nas listas de e-mail e depois fica reclamando que nunca é informado de nada. Você já fez isto?
Quando há divergências com uma pessoa da diretoria ou da entidade, você procura com toda intensidade vingar-se na organização e nas listas de discussão e boicotar seus trabalhos, inclusive colocando as outras entidades congêneres contra?
E quando cessarem as publicações, os projetos, as reuniões e todas as demais atividades, enfim, quando nossa entidade morrer, você é daqueles que estufa o peito e afirma com orgulho: ‘’Eu não disse?’’?
Às pessoas que ficam reclamando, sugiro a leitura do texto abaixo, baseado em artigo sobre as obras de Erika Andersen e publicado no site Olhar digital;
Dica um: Tenha objetivos razoáveis na militância.
O (a) Ativista precisa entender exatamente o que o(a) inspira e qual o trabalho que pode dar mais prazer no futuro para definir um trabalho social e ideal. E precisa ser realista em seus objetivos: se sua ambição é criminalizar a homofobia, você pelo menos tem que falar com os(as) congressistas senadores(as), deputados (as). Com quantos(as) você já conversou sobre o assunto? Vai depender deles os votos.
Pense no trabalho baseado nos conhecimentos que já possui, experiências e interesses, além de, obviamente, descobrir ser tem os recursos necessários para trabalhar na área desejada. Busque apoio nas boates, saunas e sites LGBT. Eles(as) podem ajudar muito.
Foque no que você gostaria realmente de fazer e que acha ser possível. Aconselho que o(a) militante escreva suas principais conclusões e, a partir daí, trace um plano de ação para atingir seus objetivos, em determinado tempo. Se seu objetivo vai depender de formar uma ONG ou ganhar muito mais experiência profissional, pense em algo de longo prazo. Já se você quiser fazer um simples avanço em que está sendo feito, junte-se a quem está trabalhando É muito difícil trabalhar em grupo, mas, no final é gratificante. Temos hoje nove redes nacionais LGBT no país e 302 ONG registradas, e 35 fóruns informais, e mais 167 listas LGBT e muitas comunidades no Face book e Orkut e outras redes sociais.
Dica dois: Seja honesto sobre os obstáculos
Infelizmente tem homofobia para todo mundo trabalhar.
Depois de ter uma clara ideia de que gostaria de conseguir e quanto tempo vai ser necessário para atingir o trabalho dos sonhos, se prepare para as barreiras que podem surgir no caminho. Eu sugiro que você enxergue os obstáculos na política, nos recursos e nas pessoas.
Entre os exemplos de situações que precisam ser analisadas, destaco que o(a) ativista deve enxergar se a cidade o estado em que mora tem espaço para o trabalho que quer fazer, se está disposto a abrir mão de parte do salário atual para entrar em uma nova área; se vai ter dificuldade para aprender novas coisas que serão fundamentais na área que pretende seguir, entre outros. Lutar pelo coletivo, é só receber críticas, geralmente. O que você fizer receberá 97% de criticas e 3% de reconhecimento.
Dica três: Organize o plano de ação e vá à luta
Após entender exatamente o que quer fazer e quais os obstáculos vai enfrentar pela frente, o(a) ativista deve detalhar todos os esforços que serão necessários, na ordem correta, para atingir os objetivos.
Por exemplo, se você descobre que precisa buscar conhecimentos adicionais para atingir a cidadania dos sonhos, deve traçar um plano de ação específico para isso, em ordem cronológica. Como exemplo: 1) falar com as pessoas no movimento LGBT para entender o que elas pensam que é mais importante em termos de conhecimento e formação; 2) pesquisar os cursos e encontros específicos; 3) definir quais são as opções razoáveis em termos de tempo e dinheiro; 4) determinar a melhor opção.
Concluir a decisão de definir os rumos da própria atuação como ativista serve como um estímulo para qualquer militante. “Minha experiência é que muitas coisas boas se seguem a isso: mais energia, aumento da autoconfiança, moral elevada e uma excelente sensação de sucesso”.
Estamos firmes na luta pela cidadania plena LGBT.
*Toni Reis
Presidente da ABGLT
quinta-feira, 28 de julho de 2011
Felipe Duarte (1993-2011)
Felipe Duarte, morto aos 18
O post de hoje eu escrevo em choque. Estão vendo o menino acima? Pois ele foi morto, a facadas, na última segunda-feira.
O crime aconteceu na cidade de São João del-Rei, no sudeste de Minas. O assassino, Rubens Ribeiro Resende, de 31 anos, apresentou-se na polícia civil e, mesmo confessando o crime (!!!), foi liberado. E o pior: Testemunhas do assassinato estão recebendo ameaças de morte, entre elas um adolescente de 15 anos.
E esse cara está nas ruas.
Segundo o MGRV (Movimento Gay da Região das Vertentes), Rubens vinha mantendo um relacionamento com Felipe e não aceitou o término desse relacionamento - principalmente ao descobrir que foi trocado pelo jovem de 15.
Segundo amigos, "o relacionamento foi marcado pela violência, anulação do afeto, manifestação do machismo. Aquele mesmo machismo que faz o homem bater na mulher, assassinar a mulher. O machismo que projeta nas mulheres e gays a imagem de servis, de fracos, de objetos que estão ali para satisfazer os desejos e vontades do macho dominador, mandante da relação, que se sente dono do outro ser humano."
Tenho certeza que tem gente que vai dizer que o crime foi passional, briga de namorados, que não teve nada de homofobia. Será?
Esse assassino me parece ser do tipo HSH - Hétero que faz Sexo com Homens. Do tipo machão, que odeia o feminino - em si mesmo e nos outros. Matou o ex a facadas, agrediu o adolescente a pauladas e ameaça matá-lo e ainda ameaça duas amigas e o pai da vítima. As famílias todas estão em pânico, vários BOs já foram feitos, autoridades todas mobilizadas - mas ninguém faz nada. E ainda tem o garoto de 15 anos sendo ameaçado de morte...
Como diz a Katylene, CADÊ O GOVERNO? Vai ser preciso morrer OUTRO adolescente em São João del-Rei pra tal da "comoção pública" se manifestar?
Se o PLC 122 estivesse em vigor, talvez a caracterização do crime como homofóbico impedisse ese marginal de sair andando, livre, da delegacia...
Mas nada vai trazer o Felipe de volta. =/
ATUALIZANDO: Faltou uma reflexão nesse post. Faltou ressaltar como os mais jovens são também os mais vulneráveis... Sofrem violência dos pais, de quem dependem; sofrem violência na escola, onde deveriam estar seguros; e sofrem violência na mão desses caras que só querem possuí-los, no pior dos sentidos. E quem apoia essa galerinha?
Quem apoiou o Felipe?
Fuja dessas furadas! Não se meta em relacionamentos com caras metidos a hétero, principalmente se forem muito mais velhos. Não se deixe envolver em namoros abusivos, agressivos, violentos. Seja mais você. E procure os grupos que se organizam e lutam por seus direitos. Procure-nos.
Beijo do Deco =]
quarta-feira, 27 de julho de 2011
terça-feira, 19 de julho de 2011
19/07 - Dia da Juventude LGBT
Os jovens mártires Mahmoud e Ayaz
Hoje, 19/07, é o Dia da Juventude LGBT. A data, celebrada por grupos jovens de todo o mundo, é em homenagem a Mahmoud Asgari, 18, e Ayaz Marhoni, 16, enforcados no Irã em 2005 apenas por serem gays...
Aqui em Campinas, vamos realizar um piquenique dia 31, pra gurizada LGBTeen da região. Kem vem??
Celebrando a vida!
terça-feira, 12 de julho de 2011
Quem não acredita no amor entre pessoas do mesmo sexo
Faço questão aqui de repostar um texto do Vitor Angelo:
As redes sociais espalharam esse vídeo. Nele, um garoto que nunca viu um casal gay fica admirado como quem vê um rinoceronte ou um arco-íris pela primeira vez. E questiona:
O filósofo francês Jean-Jacques Rousseau formulou, no século 18, a teoria do bom selvagem. Nela, todo homem nasce naturalmente bom, a sociedade é que o corrompe. O iluminista assim como o senso comum até hoje enxerga na criança um ser dotado de pureza. Mesmo com Freud, um século depois, sexualizando os pequenos, a imagem de inocência permanace no imaginário popular e de alguns estudiosos contemporâneos.
Mas um pouquinho distante dessas teses, o que podemos notar no vídeo é o trabalho que a criança faz com os dados que têm. Isto é, ela age como um viajante diante do desconhecido e usa referências que possui e conhece para entender o estranho, o estrangeiro. O menino se comporta quase como um antropólogo que visita pela primeira vez uma nova tribo e tem como regra estranhar o que é comum a ele e não aos índios, pois só assim ele entenderá a universalidade do conceito ser-humano.
O que a criança tinha de conhecimento? Um casal é feito por esposa e marido e ainda, eles ficam juntos porque se amam. Através dessas premissas, o menino conclui que pode existir casais do mesmo sexo - pois está vendo empiricamente um na sua frente -, e eles só são casais porque se amam. Ele só chega a esse resultado de pensamento porque alarga os conceitos de seu mundo, isto é, os estranha e permite a novidade. Com esse exercício, ele também ressalta a universalidade do amor, ela permanece intacta, para todos (o mundo do garoto e do casal gay / o que é conhecido e o que é estrangeiro) e em todos os tempos.
Essa lógica aparentemente simples feita pelo menino traduz a complexa construção mental dos que aceitam e dos repudiam casais do mesmo sexo. Os primeiros estão dentro da chave do amor, isto é, dos que permitem no seu mundo aquilo que é estranho e os segundos residem na intolerância pois nada que é diferente - o medo do estranho - ou estrangeiro a eles pode ter sua existência permitida, legalizada, vivenciada. Isso também explica – em parte - como muito do sentimento homofóbico está conectado com o racismo, a misogenia e a xenofobia, pois procedem da mesma raiz de pensamento.
Escrito por Vitor Angelo às 22h37
Assinadíssimo embaixo!
As redes sociais espalharam esse vídeo. Nele, um garoto que nunca viu um casal gay fica admirado como quem vê um rinoceronte ou um arco-íris pela primeira vez. E questiona:
O filósofo francês Jean-Jacques Rousseau formulou, no século 18, a teoria do bom selvagem. Nela, todo homem nasce naturalmente bom, a sociedade é que o corrompe. O iluminista assim como o senso comum até hoje enxerga na criança um ser dotado de pureza. Mesmo com Freud, um século depois, sexualizando os pequenos, a imagem de inocência permanace no imaginário popular e de alguns estudiosos contemporâneos.
Mas um pouquinho distante dessas teses, o que podemos notar no vídeo é o trabalho que a criança faz com os dados que têm. Isto é, ela age como um viajante diante do desconhecido e usa referências que possui e conhece para entender o estranho, o estrangeiro. O menino se comporta quase como um antropólogo que visita pela primeira vez uma nova tribo e tem como regra estranhar o que é comum a ele e não aos índios, pois só assim ele entenderá a universalidade do conceito ser-humano.
O que a criança tinha de conhecimento? Um casal é feito por esposa e marido e ainda, eles ficam juntos porque se amam. Através dessas premissas, o menino conclui que pode existir casais do mesmo sexo - pois está vendo empiricamente um na sua frente -, e eles só são casais porque se amam. Ele só chega a esse resultado de pensamento porque alarga os conceitos de seu mundo, isto é, os estranha e permite a novidade. Com esse exercício, ele também ressalta a universalidade do amor, ela permanece intacta, para todos (o mundo do garoto e do casal gay / o que é conhecido e o que é estrangeiro) e em todos os tempos.
Essa lógica aparentemente simples feita pelo menino traduz a complexa construção mental dos que aceitam e dos repudiam casais do mesmo sexo. Os primeiros estão dentro da chave do amor, isto é, dos que permitem no seu mundo aquilo que é estranho e os segundos residem na intolerância pois nada que é diferente - o medo do estranho - ou estrangeiro a eles pode ter sua existência permitida, legalizada, vivenciada. Isso também explica – em parte - como muito do sentimento homofóbico está conectado com o racismo, a misogenia e a xenofobia, pois procedem da mesma raiz de pensamento.
Escrito por Vitor Angelo às 22h37
Assinadíssimo embaixo!
quarta-feira, 6 de julho de 2011
LEI ALEXANDRE IVO
Nos últimos dias, fomos tomando ciência de que o PLC 122 tinha subido no telhado. Pelo menos com esse nome. Segundo a relatora Marta Suplicy e o presidente da ABGLT, Toni Reis, seria muito complicado aprovar o PLC 122 depois da demonização que os evangélicos conseguiram fazer. Basta dar uma googlada por "pl 122" para entender o que digo... A proposta seria apresentar um novo texto para o projeto, uma outra numeração, e recomeçar o diálogo - inclusive com a bancada evangélica, do zero.
Aí hoje eu comecei a pensar algo... Não tem a Lei Maria da Penha? Ninguém sabe o número, mas todo mundo a conhece e sabe pra que serve. É impossível deixar de pensar na mulher e na violência que ela sofreu só de ouvir o nome da lei. E me deu um estalo: Temos que sair da frieza dos números para a realidade da carne!
Eu proponho que a PLC 122 ou qualquer que venha a ser a lei aprovada que torne a homofobia CRIME seja chamada de "Lei Alexandre Ivo."
Quero ver os religiosos fazerem campanha contra o nome de um menino de 14 anos, morto estrangulado por 3 brutamontes homofóbicos...
Se vc também apoia a LEI ALEXANDRE IVO, curta, comente e compartilhe!!
ATUALIZAÇÃO: Acabo de receber por e-mail a proposta do texto da nova lei, que substituirá o PLC 122. Ou seja, com vocês, a...
O CONGRESSO NACIONAL decreta:
Art. 1º Esta Lei define crimes que correspondem a condutas discriminatórias motivadas por preconceito de sexo, orientação sexual ou identidade de gênero bem como pune, com maior rigor, atos de violência praticados com a mesma motivação.
Art. 2º Para efeito desta Lei, o termo sexo é utilizado para distinguir homens e mulheres, o termo orientação sexual refere-se à heterossexualidade, à homossexualidade e à bissexualidade, e o termo identidade de gênero a transexualidade e travestilidade.
Discriminação no mercado de trabalho
Art. 3º Deixar de contratar alguém ou dificultar a sua contratação, quando atendidas as qualificações exigidas para o posto de trabalho, motivado por preconceito de sexo, orientação sexual ou identidade de gênero:
Pena – reclusão, de um a três anos.
§ 1º A pena é aumentada de um terço se a discriminação se dá no acesso aos cargos, funções e contratos da Administração Pública.
§ 2º Nas mesmas penas incorre quem, durante o contrato de trabalho ou relação funcional, discrimina alguém motivado por preconceito de sexo, orientação sexual ou identidade de gênero.
Discriminação nas relações de consumo
Art. 4º Recusar ou impedir o acesso de alguém a estabelecimento comercial de qualquer natureza ou negar-lhe atendimento, motivado por preconceito de sexo, orientação sexual ou identidade de gênero:
Pena – reclusão, de um a três anos.
Indução à violência
Art. 5º Induzir alguém à prática de violência de qualquer natureza motivado por preconceito de sexo, orientação sexual ou identidade de gênero:
Pena – reclusão, de um a três anos, além da pena aplicada à violência.
Art. 6º O Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 – Código Penal, passa a vigorar com as seguintes alterações:
“Art. 61.......
II...............
m) motivado por discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião, origem, condição de pessoa idosa ou com deficiência, gênero, sexo, orientação sexual ou identidade de gênero.”
Art. 121..
§ 2º...........
VI - em decorrência de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião, origem, condição de pessoa idosa ou com deficiência, gênero, sexo, orientação sexual ou identidade de gênero.” (NR)
Art. 129...
§ 9o Se a lesão for praticada contra ascendente, descendente, irmão, cônjuge ou companheiro, ou com quem conviva ou tenha convivido, ou, ainda, prevalecendo-se o agente das relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade ou em motivada por discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião, origem, condição de pessoa idosa ou com deficiência, gênero, sexo, orientação sexual ou identidade de gênero.” (NR)
Art. 140.
“§ 3º Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, origem, condição de pessoa idosa ou com deficiência, gênero, sexo, orientação sexual ou identidade de gênero:
....” (NR)
“Art. 288....
Parágrafo único – A pena aplica-se em dobro, se a quadrilha ou bando é armado ou se a associação destina-se a cometer crimes por motivo de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião, origem, condição de pessoa idosa ou com deficiência, gênero, sexo, orientação sexual ou identidade de gênero.
Art. 7º Suprima-se o nomem iuris violência doméstica que antecede o § 9º, do art. 129, do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 – Código Penal.
Art. 8º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Aí hoje eu comecei a pensar algo... Não tem a Lei Maria da Penha? Ninguém sabe o número, mas todo mundo a conhece e sabe pra que serve. É impossível deixar de pensar na mulher e na violência que ela sofreu só de ouvir o nome da lei. E me deu um estalo: Temos que sair da frieza dos números para a realidade da carne!
EU APOIO A LEI ALEXANDRE IVO!!!
Eu proponho que a PLC 122 ou qualquer que venha a ser a lei aprovada que torne a homofobia CRIME seja chamada de "Lei Alexandre Ivo."
Quero ver os religiosos fazerem campanha contra o nome de um menino de 14 anos, morto estrangulado por 3 brutamontes homofóbicos...
Se vc também apoia a LEI ALEXANDRE IVO, curta, comente e compartilhe!!
ATUALIZAÇÃO: Acabo de receber por e-mail a proposta do texto da nova lei, que substituirá o PLC 122. Ou seja, com vocês, a...
LEI ALEXANDRE IVO
EMENDA - CDH (SUBSTITUTIVO)
Projeto de Lei da Câmara 122, de 2006
Criminaliza condutas discriminatórias motivadas
por preconceito de sexo, orientação sexual ou
identidade de gênero e altera o Decreto-Lei nº
2.848, de 7 de dezembro de 1940 – Código Penal
para punir, com maior rigor, atos de violência
praticados com a mesma motivação.
O CONGRESSO NACIONAL decreta:
Art. 1º Esta Lei define crimes que correspondem a condutas discriminatórias motivadas por preconceito de sexo, orientação sexual ou identidade de gênero bem como pune, com maior rigor, atos de violência praticados com a mesma motivação.
Art. 2º Para efeito desta Lei, o termo sexo é utilizado para distinguir homens e mulheres, o termo orientação sexual refere-se à heterossexualidade, à homossexualidade e à bissexualidade, e o termo identidade de gênero a transexualidade e travestilidade.
Discriminação no mercado de trabalho
Art. 3º Deixar de contratar alguém ou dificultar a sua contratação, quando atendidas as qualificações exigidas para o posto de trabalho, motivado por preconceito de sexo, orientação sexual ou identidade de gênero:
Pena – reclusão, de um a três anos.
§ 1º A pena é aumentada de um terço se a discriminação se dá no acesso aos cargos, funções e contratos da Administração Pública.
§ 2º Nas mesmas penas incorre quem, durante o contrato de trabalho ou relação funcional, discrimina alguém motivado por preconceito de sexo, orientação sexual ou identidade de gênero.
Discriminação nas relações de consumo
Art. 4º Recusar ou impedir o acesso de alguém a estabelecimento comercial de qualquer natureza ou negar-lhe atendimento, motivado por preconceito de sexo, orientação sexual ou identidade de gênero:
Pena – reclusão, de um a três anos.
Indução à violência
Art. 5º Induzir alguém à prática de violência de qualquer natureza motivado por preconceito de sexo, orientação sexual ou identidade de gênero:
Pena – reclusão, de um a três anos, além da pena aplicada à violência.
Art. 6º O Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 – Código Penal, passa a vigorar com as seguintes alterações:
“Art. 61.......
II...............
m) motivado por discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião, origem, condição de pessoa idosa ou com deficiência, gênero, sexo, orientação sexual ou identidade de gênero.”
Art. 121..
§ 2º...........
VI - em decorrência de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião, origem, condição de pessoa idosa ou com deficiência, gênero, sexo, orientação sexual ou identidade de gênero.” (NR)
Art. 129...
§ 9o Se a lesão for praticada contra ascendente, descendente, irmão, cônjuge ou companheiro, ou com quem conviva ou tenha convivido, ou, ainda, prevalecendo-se o agente das relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade ou em motivada por discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião, origem, condição de pessoa idosa ou com deficiência, gênero, sexo, orientação sexual ou identidade de gênero.” (NR)
Art. 140.
“§ 3º Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, origem, condição de pessoa idosa ou com deficiência, gênero, sexo, orientação sexual ou identidade de gênero:
....” (NR)
“Art. 288....
Parágrafo único – A pena aplica-se em dobro, se a quadrilha ou bando é armado ou se a associação destina-se a cometer crimes por motivo de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião, origem, condição de pessoa idosa ou com deficiência, gênero, sexo, orientação sexual ou identidade de gênero.
Art. 7º Suprima-se o nomem iuris violência doméstica que antecede o § 9º, do art. 129, do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 – Código Penal.
Art. 8º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Sala da Comissão,
Presidente Frente LGBT
segunda-feira, 4 de julho de 2011
Por um Brasil sem homofobia
Pioneira no Brasil, Escola Jovem LGBT atende adolescentes que buscam informações e apoio para lidar com temas como sexualidade e preconceito
REVISTA CRIATIVA - EDIÇÃO 267 - JULHO DE 2011
Bruno Yutaka Saito • Foto Raquel Espírito Santo
Deco Ribeiro é uma agência de notícias ambulante. Tem, na ponta da língua, os mais recentes crimes cometidos contra homossexuais. “Em Ilhéus (BA), um rapaz foi assassinado e queimado; em Cuiabá (MT), um jovem foi estrangulado e jogado no esgoto”, relembra o jornalista de 39 anos à CRIATIVA. Não é apenas a profissão que o mantém atualizado. Militante antidiscriminação sexual, Deco fundou a pioneira Escola Jovem LGBT, dedicada a lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros.
“Quanto mais aumenta nossa visibilidade, mais aumenta a resistência”, diz Deco. Sediada em Campinas (SP), a escola, que começou a funcionar em 2010, oferece cursos a jovens, inclusive heterossexuais, interessados em entender e discutir a diversidade sexual. Atualmente são 30 alunos que se dividem entre as aulas de música, criação de revistas e dança/teatro, aos sábados e domingos. Deco diz que a escola confunde. “Tem gente que vê preconceito invertido, pensando que somos fechados para os héteros.”
Para compreender o projeto é necessário entender a história de Deco, que por sua vez é a história de milhares de jovens no Brasil. Nascido no Rio de Janeiro, mas com uma adolescência entre São Paulo e Mato Grosso, Deco diz que informações sobre sexualidade eram escassas nos anos 80. “Não tinha internet. Minhas únicas fontes de informação eram livros que consideravam a homossexualidade uma fase passageira.”
Essa “fase”, no entanto, nunca passou. Deco evitava o assunto com os familiares. Até os 26 anos, viveu “no armário”. Foi nessa época, em 1998, que o jornalista conheceu virtualmente pessoas com problemas semelhantes. Era uma sala de bate-papo com outros jovens gays. Centenas de pessoas do Brasil inteiro se conectavam para tirar dúvidas, conversar e paquerar. Algumas questões eram frequentes: “Quero me assumir, mas não sei como contar para meus pais”; “Sofro preconceito na escola. O que fazer?”. Surgiu daí a ideia de criar um site que reunisse respostas para perguntas como essas. Em 2001, Deco e outros internautas criaram o E-Jovem. “Dentro da comunidade gay não havia espaço para o jovem. Tudo era voltado para os gays mais velhos.”
O sucesso foi rápido, com um mailing de 4 mil contatos. O encontro real só veio no ano seguinte, quando se reuniram para fazer um curta-metragem. Após a experiência, surgiu a vontade de falar mais sério. E, em 2004, o E-Jovem virou ONG de combate à homofobia.
São mais de 20 grupos (virtuais) espalhados pelo Brasil. Em 2009, a ONG recebeu uma verba anual de R$ 60 mil (durante três anos) dentro do projeto Ponto de Cultura, parceria do governo de SP com o Ministério da Cultura. Foi a oportunidade para a criação da escola, que também é sede da ONG e residência onde Deco vive com o namorado e presidente nacional do E-Jovem, Chesller Moreira (a drag Lohren Beauty).
Com a verba, a escola paga três professores e oferece bolsas para seis alunos. O restante vai para equipamentos, impressos etc. O curso de jornalismo, por exemplo, resultará em duas edições de uma revista com tiragem de 500 a mil exemplares cada uma. “Antes da verba, o dinheiro vinha de nossos bolsos. Fazíamos vaquinhas.”
Para Deco, o projeto da Escola Jovem tenta responder a uma questão social preocupante: “A taxa de suicídio de adolescentes gays é entre três e quatro vezes maior que entre héteros. No Brasil gays ainda são espancados. Temos muito por que lutar.” Entre seus planos está a campanha “Escola Amiga”, que pretende levar às instituições de ensino diretrizes para acabar com a homofobia. É um plano a longo prazo que vislumbra uma sociedade formada por cidadãos educados desde cedo para aceitar a diversidade.
REVISTA CRIATIVA - EDIÇÃO 267 - JULHO DE 2011
Bruno Yutaka Saito • Foto Raquel Espírito Santo
Unidos pela diversidade: Raí Santos, William Bernardo, Lohren Beauty, Anderson Arruda e Deco Ribeiro
Deco Ribeiro é uma agência de notícias ambulante. Tem, na ponta da língua, os mais recentes crimes cometidos contra homossexuais. “Em Ilhéus (BA), um rapaz foi assassinado e queimado; em Cuiabá (MT), um jovem foi estrangulado e jogado no esgoto”, relembra o jornalista de 39 anos à CRIATIVA. Não é apenas a profissão que o mantém atualizado. Militante antidiscriminação sexual, Deco fundou a pioneira Escola Jovem LGBT, dedicada a lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros.
“Quanto mais aumenta nossa visibilidade, mais aumenta a resistência”, diz Deco. Sediada em Campinas (SP), a escola, que começou a funcionar em 2010, oferece cursos a jovens, inclusive heterossexuais, interessados em entender e discutir a diversidade sexual. Atualmente são 30 alunos que se dividem entre as aulas de música, criação de revistas e dança/teatro, aos sábados e domingos. Deco diz que a escola confunde. “Tem gente que vê preconceito invertido, pensando que somos fechados para os héteros.”
Para compreender o projeto é necessário entender a história de Deco, que por sua vez é a história de milhares de jovens no Brasil. Nascido no Rio de Janeiro, mas com uma adolescência entre São Paulo e Mato Grosso, Deco diz que informações sobre sexualidade eram escassas nos anos 80. “Não tinha internet. Minhas únicas fontes de informação eram livros que consideravam a homossexualidade uma fase passageira.”
Essa “fase”, no entanto, nunca passou. Deco evitava o assunto com os familiares. Até os 26 anos, viveu “no armário”. Foi nessa época, em 1998, que o jornalista conheceu virtualmente pessoas com problemas semelhantes. Era uma sala de bate-papo com outros jovens gays. Centenas de pessoas do Brasil inteiro se conectavam para tirar dúvidas, conversar e paquerar. Algumas questões eram frequentes: “Quero me assumir, mas não sei como contar para meus pais”; “Sofro preconceito na escola. O que fazer?”. Surgiu daí a ideia de criar um site que reunisse respostas para perguntas como essas. Em 2001, Deco e outros internautas criaram o E-Jovem. “Dentro da comunidade gay não havia espaço para o jovem. Tudo era voltado para os gays mais velhos.”
O sucesso foi rápido, com um mailing de 4 mil contatos. O encontro real só veio no ano seguinte, quando se reuniram para fazer um curta-metragem. Após a experiência, surgiu a vontade de falar mais sério. E, em 2004, o E-Jovem virou ONG de combate à homofobia.
São mais de 20 grupos (virtuais) espalhados pelo Brasil. Em 2009, a ONG recebeu uma verba anual de R$ 60 mil (durante três anos) dentro do projeto Ponto de Cultura, parceria do governo de SP com o Ministério da Cultura. Foi a oportunidade para a criação da escola, que também é sede da ONG e residência onde Deco vive com o namorado e presidente nacional do E-Jovem, Chesller Moreira (a drag Lohren Beauty).
Com a verba, a escola paga três professores e oferece bolsas para seis alunos. O restante vai para equipamentos, impressos etc. O curso de jornalismo, por exemplo, resultará em duas edições de uma revista com tiragem de 500 a mil exemplares cada uma. “Antes da verba, o dinheiro vinha de nossos bolsos. Fazíamos vaquinhas.”
Para Deco, o projeto da Escola Jovem tenta responder a uma questão social preocupante: “A taxa de suicídio de adolescentes gays é entre três e quatro vezes maior que entre héteros. No Brasil gays ainda são espancados. Temos muito por que lutar.” Entre seus planos está a campanha “Escola Amiga”, que pretende levar às instituições de ensino diretrizes para acabar com a homofobia. É um plano a longo prazo que vislumbra uma sociedade formada por cidadãos educados desde cedo para aceitar a diversidade.
terça-feira, 28 de junho de 2011
segunda-feira, 27 de junho de 2011
EXTRA!! Juiz de Jacareí autoriza o primeiro casamento civil entre homossexuais do Brasil: Luiz André e Sergio!
Luiz André e Sergio Kauffmam receberam a notícia
de que o juiz autorizou o casamento civil de ambos
Será amanhã, terça-feira (28), no Dia Mundial do Orgulho LGBT. Nasce uma nova família, a Família Sousa Moresi. Isso é histórico! O primeiro casamento civil brasileiro entre pessoas do mesmo sexo. Somente nove países no mundo autorizam o Brasil agora é o décimo.
VITÓRIA! AMANHÃ, ÀS 10H30, NO CARTÓRIO DE
REGISTRO CIVIL DE JACAREÍ, EM FRENTE A PREFEITURA.
ATUALIZAÇÃO: Veja aqui o documento histórico (em PDF)
(com informações de André Moresi e do blog Diz Aí, de Francisley Camargo)
Parada da Juventude LGBT
A 15ª Parada do Orgulho LGBT (de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais) de São Paulo aconteceu ontem, domingo (26), e tomou a Av. Paulista com cerca de 4 milhões de participantes - em sua maioria adolescentes e jovens LGBT.
Lohren Beauty: "A Parada sempre foi da juventude!"
(foto: Rafael Fernandes/E-jovem)
(foto: Rivaldo Gomes/Folhapress)
Juventude LGBT: expressão sem repressão
(foto: Cris Fraga/UOL)
Apesar de algumas críticas conservadoras atacarem o tom "carnavalesco" do evento, que privilegiaria apenas as figuras exóticas e as pessoas sem roupa, não foi isso o que a conselheira viu: "A mídia enfoca muito o que é extravagante, mas a realidade da Parada é esse mar de GENTE, homos, héteros, de todos os tipos. Pessoas comuns, lutando por igualdade."
Parada LGBT: ao contrário das críticas, menos carnaval e
mais engajamento de pessoas comuns, lutando por igualdade.
(foto: Daigo Oliva/G1)
Para Lohren, o evento serviu para recarregar as energias, pois no próximo domingo, dia 3 de julho, é a vez da Parada de Campinas, que ela organiza. "Vamos levar 150 mil pessoas às ruas para celebrar a juventude e a diversidade, com o tema 'Eu pago meus impostos, exijo meus direitos!'"
sábado, 18 de junho de 2011
A cultura como forma de militância
(Matéria produzida por alunos de jornalismo da PUC-Campinas)
A cultura como forma de militância
As armas que o movimento LGBT empunha na luta contra a homofobia
Reportagem: Gabrielle Adabo, Guilherme Barreto e Renan Teixeira
Fotos: Guilherme Barreto
Lohren Beauty veste as cores da bandeira LGBT no vestido evasê com as pontas arrebitadas e nos brincos que descem até os ombros. Cabelos curtos vermelhos, maquiagem bem desenhada nos olhos e nos lábios. O sapato de salto alto roxo amarrado com uma fita vermelha nos tornozelos dá o toque final. Com as pernas cruzadas, postura ereta e mãos repousando nos joelhos, Lohren diz achar que a manifestação tradicional com cartazes e passeatas não basta mais. O movimento usa a própria cultura e a arte como formas de militância.
A Drag Queen relata sair de casa para as manifestações e eventos do movimento LGBT vestida assim, já “montada”. A atitude é também uma forma de protesto. Lohren quer que as pessoas se acostumem a vê-la dessa forma e a encarem com normalidade. Quer conquistar o respeito. Seu próprio corpo, suas roupas e sua maneira de agir são a expressão viva da cultura do movimento.
Assim como Lohren, milhares de outros militantes do movimento LGBT se vestem e participam das paradas para manifestar à sociedade que os assiste o orgulho que sentem por fazer parte da classe LGBT. Chamar a atenção do outro, que olha com preconceito para uma maneira de ser que é diferente da sua, é mais eficaz com a alegria extravasada através das cores e performances. O arco-íris da bandeira LGBT é o símbolo da diversidade que tenta se erguer acima do preconceito e da intolerância. E do medo: a homofobia (homo – mesmo sexo, fobia – medo, aversão).
Para a pesquisadora Regina Fachini, do Pagu – Núcleo de Estudos de Gênero da Unicamp, e autora do livro “Sopa de Letrinhas? Movimento Homossexual e Produção de Identidades Coletivas nos Anos 90” (Garamond, 2005), as formas tradicionais de manifestação dos movimentos sociais no Brasil – passeatas, abaixo-assinados, atos públicos – mudaram e se diversificaram ao longo do tempo. Para a cientista social, as paradas são paradigmáticas nesse sentido. “Elas são uma maneira de se retomar a idéia da passeata e do ato público, mas com um jeito irônico, escrachado, debochado, criativo. Se você vai para a rua e prepara uma fantasia ou uma estilização corporal de um personagem para se manifestar em um dia de parada, você também está fazendo uma outra forma de manifestação das suas idéias que usa o corpo como suporte, que usa a roupa como suporte, que usa a irreverência como suporte”, defende.
História e cultura do Movimento LGBT
Em 28 de junho de 1969, uma rebelião no bar Stonewall, sediado em Nova York e frequentado por gays, lésbicas e travestis, transformou-se no marco histórico que fundaria o dia do orgulho LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, transexuais e transgêneros) no mundo todo.
Cansados da violenta repressão policial a sua orientação sexual (que ainda era vista como opção na época), os homossexuais lançaram-se numa batalha campal contra as autoridades, inspirando o surgimento de grupos pró-homossexuais em toda a América Latina.
No mesmo ano, o “Nuestro Mundo” iniciava suas atividades de contestação e protesto contra a homofobia na Argentina. O grupo era formado por ex-integrantes do partido comunista do país, do qual foram expulsos por serem gays.
O movimento ganhou impulso na década de 1970 em países como Porto Rico e México. No Brasil, os grupos LGBT consolidaram-se no final desse período. Em 1980 aparecem o GGB (Grupo Gay da Bahia), o Somos, em São Paulo, e a publicação Lampião da Esquina, no Rio de Janeiro.
Até o ano de 1990, a Organização Mundial da Saúde considerava o comportamento homossexual como uma patologia. Em 17 de maio daquele ano, a OMS retirou-o da classificação internacional de doenças.
A data tornou-se o dia internacional de combate à homofobia. O governo brasileiro incluiu-a no calendário oficial por meio do Decreto Presidencial de 04 de junho de 2010.
Em 1995 começam a ocorrer as primeiras paradas gays no país. Desde 1997 a Parada do Orgulho Gay de São Paulo – a maior do Brasil – acontece na Avenida Paulista e reúne milhões de pessoas: homossexuais, lésbicas, bissexuais, travestis, transexuais, drag queens, simpatizantes e curiosos que vão ao local para conferir o agito do evento.
Baseado em números da polícia do estado de São Paulo, o Guiness Book (livro dos recordes) registrou a edição de 2006 como a maior parada gay do mundo, contando com aproximadamente 2,5 milhões de pessoas. Os organizadores da parada da Avenida Paulista, porém, consideram que a marca tenha sido atingida já em 2004.
A parada gay de São Paulo é hoje alvo de críticas. Seus detratores consideram-na um evento voltado aos interesses comerciais da cidade (os hotéis atingem lotação máxima). Também afirmam que ela contribui para vulgarizar a imagem dos homossexuais, com performances extravagantes, muito barulho e sujeira na avenida, além de relatos de atos sexuais em vias públicas.
O acrônimo LGBT foi cunhado na 1ª conferência nacional GLBT (gays, lésbicas, bissexuais, transexuais e transgêneros), ocorrida entre 5 e 8 de junho de 2008, em Brasília. A alteração se deve ao crescimento do movimento das lésbicas e do apoio dos outros grupos homossexuais às mulheres.
Em 2011 o movimento LGBT viu triunfar uma de suas principais reivindicações: o direito de casais homossexuais de firmarem uma união estável que seja reconhecida pelo Estado brasileiro, a fim de que possam desfrutar das mesmas prerrogativas de que possuem os casais héteros em união civil. A decisão foi tomada em unanimidade por quatro ministros do STF (Superior Tribunal Federal) no dia 5 de maio deste ano.
O Ministério da Cultura afirma que desde 2005 vem tomando ações afirmativas e implementando políticas de apoio do movimento LGBT por meio de editais que abrangem concursos e premiações culturais. O Minc divulga que, entre 2005 e 2010, foram investidos nessas ações cerca de 4,2 milhões de reais em 161 iniciativas.
Caso Bolsonaro
O deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) ganhou notoriedade junto à opinião pública por suas declarações polêmicas a respeito de cotas sociais nas universidades públicas e políticas de combate à discriminação racial e sexual.
Em resposta a um material do Ministério da Educação (MEC), que seria entregue aos alunos nas escolas e cujo conteúdo visava conscientizar sobre a questão da homossexualidade, em maio deste ano o deputado mandou seus assessores distribuírem mais de 50 mil panfletos “anti-gay” na saída do metrô de Copacabana, em portões de escolas, nas entradas de igrejas evangélicas e nas caixas de correio de condomínios na zona sul.
Bolsonaro chamou o material do MEC de “kit gay”, no sentido de que o texto incitava a homossexualidade nos alunos. “Esse material dito didático pelo MEC não vai combater a homofobia, ele vai estimular a homofobia lá na base, no primeiro grau”, disse na ocasião.
O deputado se envolveu em polêmica candente em março quando de uma entrevista concedida ao CQC (Custe o que Custar) – programa de entretenimento da Rede Bandeirantes. Ao responder uma pergunta da cantora Preta Gil afirmou que seus filhos não corriam o risco de namorar uma negra, pois eram bem educados e não haviam crescido num ambiente promíscuo.
A artista entrou com uma representação no Ministério Público por crime de intolerância racial, enquanto o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) do Rio de Janeiro, Wadith Damous, oficializou processo por quebra de decoro parlamentar contra Bolsonaro.
Escola Jovem LGBT
Orgulho é a palavra de ordem que conduz as formas de militância da comunidade LGBT. Seja por meio de paradas, passeatas políticas, eventos culturais ou publicações, os participantes não têm vergonha de bater no peito para defenderem seus direitos junto à sociedade. Deco Ribeiro que o diga. Ele é membro do Comitê Municipal do PCdoB em Campinas, diretor da Escola Jovem LGBT, primeira do gênero no país, e ainda tem um posto de peso: é conselheiro nacional de juventude junto à Presidência. É formado em jornalismo, tendo como outros atributos os ofícios de educador e comunista, como ele próprio define em seu blog (decoribeiro.blogspot.com).
Há dez anos lançava na internet a ideia que se tornaria uma das maiores comunidades LGBT virtuais do país: o Grupo E-Jovem. O site sobre sexualidade de adolescentes gays nasceu em 2001 após a reunião de amigos num chat com o intuito de discutirem questões relacionadas ao universo homossexual. Totalmente independente e com colaboradores voluntários, o Grupo E-Jovem se tornou ONG em 2004 em Campinas e hoje conta com 4600 cadastrados em mais de 20 sedes pelo país (em Campinas, são cerca de 120 cadastrados). Deco, além de fundador, foi diretor nacional do grupo de 2004 a 2008 e hoje é editor executivo e webmaster do site.
No início de 2010, a ONG E-Jovem, em parceria com o Governo do Estado de São Paulo e com o Ministério da Cultura, abriu a Escola Jovem LGBT, “Ponto de Cultura” que se tornou o primeiro centro educativo do país voltado ao ensino da cultura LGBT para jovens – héteros e homossexuais, diga-se de passagem. “Os cursos são abertos a todos os interessados, e não um gueto”. Aliás, um dos argumentos mais usados nas críticas à atuação da escola é exatamente o fato de, na tentativa de inserir a homossexualidade na sociedade, os gays se isolem mais ainda em núcleos próprios. “Atingimos também com nossos cursos heterossexuais indiretos, como pais, mães e familiares dos alunos”, rebate Deco. O jornalista, que possui 39 anos, acredita que só assim irá contribuir para que os objetivos do E-Jovem e da Escola se concretizem. “Temos que descobrir, junto com a sociedade, o que é essa tal de cultura LGBT, e fazer com que esse conhecimento enriqueça todos, assim como funciona qualquer centro cultural, como um museu de história, por exemplo”, compara Deco.
Após um ano de atuação intensa e um árduo trabalho de aceitação na cidade (que inclusive gerou repressões morais e físicas à sede do projeto) a Escola Jovem LGBT possui 30 alunos entre 15 e 26 anos e oferece três opções de cursos: Música, Teatro e Jornalismo de Revista. As aulas acontecem todo sábado e domingo num imóvel localizado no bairro Nova Europa (Rua José Camargo, 382), que inclusive é conjugado à casa de Lohren Beauty, presidente nacional do Grupo E-Jovem e esposa de Deco (ou marido, se ela não estiver “montada” e atender por Chesller Moreira, seu nome na Certidão de Nascimento). Os cursos trabalham assuntos e geram produtos relacionados ao universo da cultura LGBT, como o estímulo à composição e à musicalização de canções que abordem os conflitos da sexualidade e a produção de fanzines e publicações impressas ou virtuais que divulguem informações úteis aos homossexuais. Só no ano passado, segundo Deco, o Grupo E-Jovem e as ações da Escola atenderam diretamente 700 jovens na cidade e 6000 no Brasil. Por aqui, as ações enfocam alunos do Ensino Fundamental e Médio em eventos públicos de conscientização dos direitos homossexuais e combate à homofobia.
A Escola Jovem LGBT, em consonância com o Grupo E-Jovem (que em Campinas recebe o título de E-Camp) possui alguns objetivos formalizados, como cita Deco: dar apoio ao jovem LGBT, dar e trocar informações importantes para este jovem, formar para a militância, ser um espaço de convivência da homossexualidade e ensinar técnicas de expressão para o exercício da convivência social. Assim, resume o jornalista, busca-se a conscientização do papel do homossexual na contemporaneidade por meio da arte e da cultura.
Por incrível que pareça, todo o engajamento político, cultural e artístico de Deco na defesa dos direitos dos homossexuais esconde um gay que demorou para se aceitar. Foi apenas na beira da casa dos 30 que o carioca passou a procurar informações sobre esse universo e viu que o caminho natural – e menos prejudicial à saúde de seu futuro, seria assumir de vez que gostava de meninos. Largou o curso de Física que estudava na Universidade de Campinas – Unicamp, e foi para o jornalismo, usando sua expressividade em palavras de combate à intolerância e ao preconceito.
A homofobia, para Deco, é o maior aliado ao código social que exige que todo “machão” satisfaça as expectativas da maioria: cumpra seu papel social. Em voga na mídia nos últimos tempos, o ódio aos gays encontra cada vez mais discípulos do mestre Bolsonaro ávidos pelo extermínio dos homossexuais. “Essa visibilidade traz conquistas para a classe LGBT ao mesmo tempo em que faz com que os homofóbicos escondidos saiam de seu escudo de proteção. É uma faca de dois gumes”, pondera Deco. Para começar a reverter a situação, ele acredita no poder da convivência como forma de familiaridade e aceitação do diferente.
As novelas, um dos maiores, senão o maior representante dos produtos da cultura popular brasileira, vêm há algum tempo incutindo na mentalidade da população um olhar igualitário para com as ditas minorias sexuais. É cada vez mais comum vermos entre os personagens um ou mais casais homoafetivos que, segundo o professor de Jornalismo de Revista da Escola Jovem LGBT, Breno Queiroz, contribuem para a quebra de vários preconceitos mostrando, por exemplo, a construção de novos modelos de família, a possibilidade da existência de gays normais (uma vez que o estereótipo convencionado diz que todos os homossexuais são promíscuos e não têm sentimentos) e que para ser gay não precisa parecer gay. “Isto é chocante para quem está acostumado a rotular as identidades sexuais”, admite Breno.
Os grupos LGBT que aliam a produção de manifestações culturais e artísticas com a militância são ainda tímidos no país. “Dá para contar nos dedos”, lamenta Deco. O diretor da Escola Jovem LGBT de Campinas, o primeiro centro educacional para jovens homossexuais do Brasil, conta que, além da escola, os movimentos de maior destaque em atuação são o GGB (Grupo Gay da Bahia), a mais antiga associação de defesa dos direitos humanos dos homossexuais no país (desde 1980), localizado no coração do Pelourinho, em Salvador; o GDN (Grupo Diversidade Nacional), que atua em Niterói desde 2004; e o Somos – Comunicação, Saúde e Sexualidade, associação que desde 2001 trabalha com a cultura de respeito às sexualidades e à diversidade cultural no Rio Grande do Sul. O Somos está em processo de produção do Mapeamento Cultural LGBT, inédito no país, que busca identificar, sistematizar e registrar um panorama atual das manifestações artísticas ligadas à população de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transsexuais no Brasil.
O jornalismo e a divulgação da cultura LGBT
Por meio do jornalista Breno Queiroz, os alunos da Escola Jovem LGBT têm acesso ao curso Jornalismo de Revista. Além de transmitir a cultura e o histórico das publicações LGBT, as aulas fornecem ferramentas básicas para a expressão jornalística e promove a produção de fanzines e uma revista, feitos pelos alunos.
Nos fanzines, as artes gráficas, com fotografias, desenhos e cores, são utilizadas para transmitir informações sobre o movimento e combater o preconceito e a homofobia.
A revista, que em breve será lançada, está sendo produzida pelos alunos, desde às pautas à redação dos textos. Ela é utilizada como livre espaço de expressão, segundo o professor Breno. O jovem paulista de 26 anos, formado em Jornalismo pela Unesp, diz não ter a intenção de exigir dos alunos as técnicas de redação e produção de uma revista, mas estimulá-los à livre produção de textos que os motivem a continuar usando a palavra como ferramenta. As pautas tampouco buscam uma explicação para a homossexualidade. As preocupações dos adolescentes, os temas que giram em torno do universo LGBT dos alunos, esse é o principal foco. A partir daí, a criatividade corre solta.
Breno produziu, em 2010, como trabalho de conclusão de curso, uma revista para tratar do universo jovem LGTB: a LGBTeen. O jornalista continua seu trabalho através do blog Virei Lobisomem (vireilobisomem.blogspot.com), por meio do qual trata com humor as questões do universo gay. O blogueiro ainda reserva tempo para atualizar seu mais novo projeto virtual: a blog-série gay-teem verde-amarela mais colorida da história “O Ataque dos Garotos”, que conta as reflexões de um jovem gay que decide se suicidar. A trama já está em seu segundo capítulo e pode ser conferida no endereço oataquedosgarotos.blogspot.com.
O também jornalista Eduardo Gregori, de Campinas, define-se como um “militante jornalístico”. Desde 1999 Gregori mantem o site Espaço GLS (sigla, segundo ele, usada comercialmente para se referir ao movimento), no qual reúne notícias sobre o universo LGBT, com o objetivo de “dosar um pouco de cada coisa: cultura, saúde, direitos...”.
O site surgiu da necessidade de preencher uma lacuna que Gregori diz ter encontrado na mídia de Campinas, também desde a faculdade de jornalismo. Em seu trabalho de conclusão de curso, Gregori mapeou 20 anos de mídia homossexual no Brasil e diz ter encontrado poucas publicações voltadas a este público. Participou, em seguida, de dois jornais impressos do gênero: O Babado e Bafond. Mas foi na internet que Gregori conquistou o espaço que desejava. O site recebe hoje cerca de dois milhões de acessos por mês.
Em Campinas, segundo Gregori, há grupos que promovem as “paradas” e se vestem como expressão da cultura. No antigo teatro da vila Padre Anchieta, de acordo com ele, um concurso de novos talentos reuniu a comunidade LGBT do bairro que prepara o espetáculo e o apresenta à comunidade. A ação deu resultados. As pessoas do bairro passaram a assistir o espetáculo e inclusive a torcer pelos artistas.
Eles são duros na queda
Conheça duas histórias de agressão moral e física sofridas por alunos da Escola Jovem LGBT e como eles deram a volta por cima.
“Aqui é o único lugar em que eu me sinto bem”
W.B., de 17 anos, passou por uma experiência que todo jovem homossexual teme: a chacota pública na escola após seus colegas descobrirem que ele gostava de pessoas do mesmo sexo. Após uma viagem que fez junto com o E-Camp à Brasília em maio deste ano na II Marcha Nacional Contra a Homofobia, uma foto em que o W aparecia beijando um outro garoto vazou através da rede de relacionamentos Facebook. Os olhares e cochichos intimidadores pelos corredores do colégio acontecem frequentemente. “Foi aí que eu descobri quem realmente é meu amigo”. O jovem conta que já frequentava a Escola Jovem LGBT antes do vazamento da foto, mas que a relação dele com os professores e com os novos amigos que fez no local se intensificou. “Eu não tinha nenhum amigo gay, agora o Deco conversa comigo sobre os meus problemas, eu tenho pessoas com quem eu posso me abrir”, desabafa W. Criado numa família evangélica, o aluno de música e jornalismo de revista ainda está se preparando para assumir sua orientação sexual. “Minha mãe já está desconfiando. Se ela souber que aqui é uma escola gay, ela não vai mais deixar eu vir”, teme.
“Você vai apanhar, viado!”
De dia, ele é presidente do E-Camp e atende por Vinícius Saraiva. À noite, de vez em quando, vira Saraivetty Close, mistura do sobrenome com uma homenagem à seu ídolo Ivete Sangalo. Mas em novembro do ano passado estava simplesmente indo para o ponto de ônibus no centro de Campinas para esperar a condução que o levaria à sua casa quando foi surpreendido por dois “carecões gigantescos”, como ele próprio define, que investiram em sua direção e de mais três amigos que o acompanhavam com uma corrente e um pedaço de ferro. Sem titubear, correram para direções opostas tentando fugir dos marmanjos, que ainda praguejavam “você vai apanhar viado!” para quem quisesse ouvir. Um de seus amigos levou uma correntada na perna, mas conseguiu fugir sem maiores consequências. A polícia foi acionada, tentou, mas não conseguiu localizar os agressores, que, diferentemente deles, saíram ilesos da situação. “Toda vez que eu passo por aquele ponto me lembro, com medo, do que aconteceu”, revela.
Vinícius Saraiva (Saraivetty) participa dos cursos de Dança e Jornalismo de Revista na Escola Jovem LGBT
A cultura como forma de militância
As armas que o movimento LGBT empunha na luta contra a homofobia
Reportagem: Gabrielle Adabo, Guilherme Barreto e Renan Teixeira
Fotos: Guilherme Barreto
Lohren Beauty e Deco Ribeiro na sede do Grupo E-Camp e da Escola Jovem LGBT, criada com o objetivo de divulgar a cultura do movimento
Lohren Beauty veste as cores da bandeira LGBT no vestido evasê com as pontas arrebitadas e nos brincos que descem até os ombros. Cabelos curtos vermelhos, maquiagem bem desenhada nos olhos e nos lábios. O sapato de salto alto roxo amarrado com uma fita vermelha nos tornozelos dá o toque final. Com as pernas cruzadas, postura ereta e mãos repousando nos joelhos, Lohren diz achar que a manifestação tradicional com cartazes e passeatas não basta mais. O movimento usa a própria cultura e a arte como formas de militância.
A Drag Queen relata sair de casa para as manifestações e eventos do movimento LGBT vestida assim, já “montada”. A atitude é também uma forma de protesto. Lohren quer que as pessoas se acostumem a vê-la dessa forma e a encarem com normalidade. Quer conquistar o respeito. Seu próprio corpo, suas roupas e sua maneira de agir são a expressão viva da cultura do movimento.
Assim como Lohren, milhares de outros militantes do movimento LGBT se vestem e participam das paradas para manifestar à sociedade que os assiste o orgulho que sentem por fazer parte da classe LGBT. Chamar a atenção do outro, que olha com preconceito para uma maneira de ser que é diferente da sua, é mais eficaz com a alegria extravasada através das cores e performances. O arco-íris da bandeira LGBT é o símbolo da diversidade que tenta se erguer acima do preconceito e da intolerância. E do medo: a homofobia (homo – mesmo sexo, fobia – medo, aversão).
Para a pesquisadora Regina Fachini, do Pagu – Núcleo de Estudos de Gênero da Unicamp, e autora do livro “Sopa de Letrinhas? Movimento Homossexual e Produção de Identidades Coletivas nos Anos 90” (Garamond, 2005), as formas tradicionais de manifestação dos movimentos sociais no Brasil – passeatas, abaixo-assinados, atos públicos – mudaram e se diversificaram ao longo do tempo. Para a cientista social, as paradas são paradigmáticas nesse sentido. “Elas são uma maneira de se retomar a idéia da passeata e do ato público, mas com um jeito irônico, escrachado, debochado, criativo. Se você vai para a rua e prepara uma fantasia ou uma estilização corporal de um personagem para se manifestar em um dia de parada, você também está fazendo uma outra forma de manifestação das suas idéias que usa o corpo como suporte, que usa a roupa como suporte, que usa a irreverência como suporte”, defende.
História e cultura do Movimento LGBT
Em 28 de junho de 1969, uma rebelião no bar Stonewall, sediado em Nova York e frequentado por gays, lésbicas e travestis, transformou-se no marco histórico que fundaria o dia do orgulho LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, transexuais e transgêneros) no mundo todo.
Cansados da violenta repressão policial a sua orientação sexual (que ainda era vista como opção na época), os homossexuais lançaram-se numa batalha campal contra as autoridades, inspirando o surgimento de grupos pró-homossexuais em toda a América Latina.
No mesmo ano, o “Nuestro Mundo” iniciava suas atividades de contestação e protesto contra a homofobia na Argentina. O grupo era formado por ex-integrantes do partido comunista do país, do qual foram expulsos por serem gays.
O movimento ganhou impulso na década de 1970 em países como Porto Rico e México. No Brasil, os grupos LGBT consolidaram-se no final desse período. Em 1980 aparecem o GGB (Grupo Gay da Bahia), o Somos, em São Paulo, e a publicação Lampião da Esquina, no Rio de Janeiro.
Até o ano de 1990, a Organização Mundial da Saúde considerava o comportamento homossexual como uma patologia. Em 17 de maio daquele ano, a OMS retirou-o da classificação internacional de doenças.
A data tornou-se o dia internacional de combate à homofobia. O governo brasileiro incluiu-a no calendário oficial por meio do Decreto Presidencial de 04 de junho de 2010.
Em 1995 começam a ocorrer as primeiras paradas gays no país. Desde 1997 a Parada do Orgulho Gay de São Paulo – a maior do Brasil – acontece na Avenida Paulista e reúne milhões de pessoas: homossexuais, lésbicas, bissexuais, travestis, transexuais, drag queens, simpatizantes e curiosos que vão ao local para conferir o agito do evento.
Baseado em números da polícia do estado de São Paulo, o Guiness Book (livro dos recordes) registrou a edição de 2006 como a maior parada gay do mundo, contando com aproximadamente 2,5 milhões de pessoas. Os organizadores da parada da Avenida Paulista, porém, consideram que a marca tenha sido atingida já em 2004.
A parada gay de São Paulo é hoje alvo de críticas. Seus detratores consideram-na um evento voltado aos interesses comerciais da cidade (os hotéis atingem lotação máxima). Também afirmam que ela contribui para vulgarizar a imagem dos homossexuais, com performances extravagantes, muito barulho e sujeira na avenida, além de relatos de atos sexuais em vias públicas.
O acrônimo LGBT foi cunhado na 1ª conferência nacional GLBT (gays, lésbicas, bissexuais, transexuais e transgêneros), ocorrida entre 5 e 8 de junho de 2008, em Brasília. A alteração se deve ao crescimento do movimento das lésbicas e do apoio dos outros grupos homossexuais às mulheres.
Em 2011 o movimento LGBT viu triunfar uma de suas principais reivindicações: o direito de casais homossexuais de firmarem uma união estável que seja reconhecida pelo Estado brasileiro, a fim de que possam desfrutar das mesmas prerrogativas de que possuem os casais héteros em união civil. A decisão foi tomada em unanimidade por quatro ministros do STF (Superior Tribunal Federal) no dia 5 de maio deste ano.
O Ministério da Cultura afirma que desde 2005 vem tomando ações afirmativas e implementando políticas de apoio do movimento LGBT por meio de editais que abrangem concursos e premiações culturais. O Minc divulga que, entre 2005 e 2010, foram investidos nessas ações cerca de 4,2 milhões de reais em 161 iniciativas.
Caso Bolsonaro
O deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) ganhou notoriedade junto à opinião pública por suas declarações polêmicas a respeito de cotas sociais nas universidades públicas e políticas de combate à discriminação racial e sexual.
Em resposta a um material do Ministério da Educação (MEC), que seria entregue aos alunos nas escolas e cujo conteúdo visava conscientizar sobre a questão da homossexualidade, em maio deste ano o deputado mandou seus assessores distribuírem mais de 50 mil panfletos “anti-gay” na saída do metrô de Copacabana, em portões de escolas, nas entradas de igrejas evangélicas e nas caixas de correio de condomínios na zona sul.
Bolsonaro chamou o material do MEC de “kit gay”, no sentido de que o texto incitava a homossexualidade nos alunos. “Esse material dito didático pelo MEC não vai combater a homofobia, ele vai estimular a homofobia lá na base, no primeiro grau”, disse na ocasião.
O deputado se envolveu em polêmica candente em março quando de uma entrevista concedida ao CQC (Custe o que Custar) – programa de entretenimento da Rede Bandeirantes. Ao responder uma pergunta da cantora Preta Gil afirmou que seus filhos não corriam o risco de namorar uma negra, pois eram bem educados e não haviam crescido num ambiente promíscuo.
A artista entrou com uma representação no Ministério Público por crime de intolerância racial, enquanto o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) do Rio de Janeiro, Wadith Damous, oficializou processo por quebra de decoro parlamentar contra Bolsonaro.
Escola Jovem LGBT
A casa de Lohren Beauty e Deco
tornou-se sede da Escola Jovem LGBT
tornou-se sede da Escola Jovem LGBT
Orgulho é a palavra de ordem que conduz as formas de militância da comunidade LGBT. Seja por meio de paradas, passeatas políticas, eventos culturais ou publicações, os participantes não têm vergonha de bater no peito para defenderem seus direitos junto à sociedade. Deco Ribeiro que o diga. Ele é membro do Comitê Municipal do PCdoB em Campinas, diretor da Escola Jovem LGBT, primeira do gênero no país, e ainda tem um posto de peso: é conselheiro nacional de juventude junto à Presidência. É formado em jornalismo, tendo como outros atributos os ofícios de educador e comunista, como ele próprio define em seu blog (decoribeiro.blogspot.com).
Há dez anos lançava na internet a ideia que se tornaria uma das maiores comunidades LGBT virtuais do país: o Grupo E-Jovem. O site sobre sexualidade de adolescentes gays nasceu em 2001 após a reunião de amigos num chat com o intuito de discutirem questões relacionadas ao universo homossexual. Totalmente independente e com colaboradores voluntários, o Grupo E-Jovem se tornou ONG em 2004 em Campinas e hoje conta com 4600 cadastrados em mais de 20 sedes pelo país (em Campinas, são cerca de 120 cadastrados). Deco, além de fundador, foi diretor nacional do grupo de 2004 a 2008 e hoje é editor executivo e webmaster do site.
No início de 2010, a ONG E-Jovem, em parceria com o Governo do Estado de São Paulo e com o Ministério da Cultura, abriu a Escola Jovem LGBT, “Ponto de Cultura” que se tornou o primeiro centro educativo do país voltado ao ensino da cultura LGBT para jovens – héteros e homossexuais, diga-se de passagem. “Os cursos são abertos a todos os interessados, e não um gueto”. Aliás, um dos argumentos mais usados nas críticas à atuação da escola é exatamente o fato de, na tentativa de inserir a homossexualidade na sociedade, os gays se isolem mais ainda em núcleos próprios. “Atingimos também com nossos cursos heterossexuais indiretos, como pais, mães e familiares dos alunos”, rebate Deco. O jornalista, que possui 39 anos, acredita que só assim irá contribuir para que os objetivos do E-Jovem e da Escola se concretizem. “Temos que descobrir, junto com a sociedade, o que é essa tal de cultura LGBT, e fazer com que esse conhecimento enriqueça todos, assim como funciona qualquer centro cultural, como um museu de história, por exemplo”, compara Deco.
Após um ano de atuação intensa e um árduo trabalho de aceitação na cidade (que inclusive gerou repressões morais e físicas à sede do projeto) a Escola Jovem LGBT possui 30 alunos entre 15 e 26 anos e oferece três opções de cursos: Música, Teatro e Jornalismo de Revista. As aulas acontecem todo sábado e domingo num imóvel localizado no bairro Nova Europa (Rua José Camargo, 382), que inclusive é conjugado à casa de Lohren Beauty, presidente nacional do Grupo E-Jovem e esposa de Deco (ou marido, se ela não estiver “montada” e atender por Chesller Moreira, seu nome na Certidão de Nascimento). Os cursos trabalham assuntos e geram produtos relacionados ao universo da cultura LGBT, como o estímulo à composição e à musicalização de canções que abordem os conflitos da sexualidade e a produção de fanzines e publicações impressas ou virtuais que divulguem informações úteis aos homossexuais. Só no ano passado, segundo Deco, o Grupo E-Jovem e as ações da Escola atenderam diretamente 700 jovens na cidade e 6000 no Brasil. Por aqui, as ações enfocam alunos do Ensino Fundamental e Médio em eventos públicos de conscientização dos direitos homossexuais e combate à homofobia.
A Escola Jovem LGBT, em consonância com o Grupo E-Jovem (que em Campinas recebe o título de E-Camp) possui alguns objetivos formalizados, como cita Deco: dar apoio ao jovem LGBT, dar e trocar informações importantes para este jovem, formar para a militância, ser um espaço de convivência da homossexualidade e ensinar técnicas de expressão para o exercício da convivência social. Assim, resume o jornalista, busca-se a conscientização do papel do homossexual na contemporaneidade por meio da arte e da cultura.
Por incrível que pareça, todo o engajamento político, cultural e artístico de Deco na defesa dos direitos dos homossexuais esconde um gay que demorou para se aceitar. Foi apenas na beira da casa dos 30 que o carioca passou a procurar informações sobre esse universo e viu que o caminho natural – e menos prejudicial à saúde de seu futuro, seria assumir de vez que gostava de meninos. Largou o curso de Física que estudava na Universidade de Campinas – Unicamp, e foi para o jornalismo, usando sua expressividade em palavras de combate à intolerância e ao preconceito.
A homofobia, para Deco, é o maior aliado ao código social que exige que todo “machão” satisfaça as expectativas da maioria: cumpra seu papel social. Em voga na mídia nos últimos tempos, o ódio aos gays encontra cada vez mais discípulos do mestre Bolsonaro ávidos pelo extermínio dos homossexuais. “Essa visibilidade traz conquistas para a classe LGBT ao mesmo tempo em que faz com que os homofóbicos escondidos saiam de seu escudo de proteção. É uma faca de dois gumes”, pondera Deco. Para começar a reverter a situação, ele acredita no poder da convivência como forma de familiaridade e aceitação do diferente.
As novelas, um dos maiores, senão o maior representante dos produtos da cultura popular brasileira, vêm há algum tempo incutindo na mentalidade da população um olhar igualitário para com as ditas minorias sexuais. É cada vez mais comum vermos entre os personagens um ou mais casais homoafetivos que, segundo o professor de Jornalismo de Revista da Escola Jovem LGBT, Breno Queiroz, contribuem para a quebra de vários preconceitos mostrando, por exemplo, a construção de novos modelos de família, a possibilidade da existência de gays normais (uma vez que o estereótipo convencionado diz que todos os homossexuais são promíscuos e não têm sentimentos) e que para ser gay não precisa parecer gay. “Isto é chocante para quem está acostumado a rotular as identidades sexuais”, admite Breno.
Os grupos LGBT que aliam a produção de manifestações culturais e artísticas com a militância são ainda tímidos no país. “Dá para contar nos dedos”, lamenta Deco. O diretor da Escola Jovem LGBT de Campinas, o primeiro centro educacional para jovens homossexuais do Brasil, conta que, além da escola, os movimentos de maior destaque em atuação são o GGB (Grupo Gay da Bahia), a mais antiga associação de defesa dos direitos humanos dos homossexuais no país (desde 1980), localizado no coração do Pelourinho, em Salvador; o GDN (Grupo Diversidade Nacional), que atua em Niterói desde 2004; e o Somos – Comunicação, Saúde e Sexualidade, associação que desde 2001 trabalha com a cultura de respeito às sexualidades e à diversidade cultural no Rio Grande do Sul. O Somos está em processo de produção do Mapeamento Cultural LGBT, inédito no país, que busca identificar, sistematizar e registrar um panorama atual das manifestações artísticas ligadas à população de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transsexuais no Brasil.
O jornalismo e a divulgação da cultura LGBT
Breno Queiroz dá aulas de jornalismo voluntariamente todos os finais de semana
Por meio do jornalista Breno Queiroz, os alunos da Escola Jovem LGBT têm acesso ao curso Jornalismo de Revista. Além de transmitir a cultura e o histórico das publicações LGBT, as aulas fornecem ferramentas básicas para a expressão jornalística e promove a produção de fanzines e uma revista, feitos pelos alunos.
Nos fanzines, as artes gráficas, com fotografias, desenhos e cores, são utilizadas para transmitir informações sobre o movimento e combater o preconceito e a homofobia.
A revista, que em breve será lançada, está sendo produzida pelos alunos, desde às pautas à redação dos textos. Ela é utilizada como livre espaço de expressão, segundo o professor Breno. O jovem paulista de 26 anos, formado em Jornalismo pela Unesp, diz não ter a intenção de exigir dos alunos as técnicas de redação e produção de uma revista, mas estimulá-los à livre produção de textos que os motivem a continuar usando a palavra como ferramenta. As pautas tampouco buscam uma explicação para a homossexualidade. As preocupações dos adolescentes, os temas que giram em torno do universo LGBT dos alunos, esse é o principal foco. A partir daí, a criatividade corre solta.
Breno produziu, em 2010, como trabalho de conclusão de curso, uma revista para tratar do universo jovem LGTB: a LGBTeen. O jornalista continua seu trabalho através do blog Virei Lobisomem (vireilobisomem.blogspot.com), por meio do qual trata com humor as questões do universo gay. O blogueiro ainda reserva tempo para atualizar seu mais novo projeto virtual: a blog-série gay-teem verde-amarela mais colorida da história “O Ataque dos Garotos”, que conta as reflexões de um jovem gay que decide se suicidar. A trama já está em seu segundo capítulo e pode ser conferida no endereço oataquedosgarotos.blogspot.com.
O também jornalista Eduardo Gregori, de Campinas, define-se como um “militante jornalístico”. Desde 1999 Gregori mantem o site Espaço GLS (sigla, segundo ele, usada comercialmente para se referir ao movimento), no qual reúne notícias sobre o universo LGBT, com o objetivo de “dosar um pouco de cada coisa: cultura, saúde, direitos...”.
O site surgiu da necessidade de preencher uma lacuna que Gregori diz ter encontrado na mídia de Campinas, também desde a faculdade de jornalismo. Em seu trabalho de conclusão de curso, Gregori mapeou 20 anos de mídia homossexual no Brasil e diz ter encontrado poucas publicações voltadas a este público. Participou, em seguida, de dois jornais impressos do gênero: O Babado e Bafond. Mas foi na internet que Gregori conquistou o espaço que desejava. O site recebe hoje cerca de dois milhões de acessos por mês.
Em Campinas, segundo Gregori, há grupos que promovem as “paradas” e se vestem como expressão da cultura. No antigo teatro da vila Padre Anchieta, de acordo com ele, um concurso de novos talentos reuniu a comunidade LGBT do bairro que prepara o espetáculo e o apresenta à comunidade. A ação deu resultados. As pessoas do bairro passaram a assistir o espetáculo e inclusive a torcer pelos artistas.
Eles são duros na queda
Conheça duas histórias de agressão moral e física sofridas por alunos da Escola Jovem LGBT e como eles deram a volta por cima.
“Aqui é o único lugar em que eu me sinto bem”
W.B., de 17 anos, passou por uma experiência que todo jovem homossexual teme: a chacota pública na escola após seus colegas descobrirem que ele gostava de pessoas do mesmo sexo. Após uma viagem que fez junto com o E-Camp à Brasília em maio deste ano na II Marcha Nacional Contra a Homofobia, uma foto em que o W aparecia beijando um outro garoto vazou através da rede de relacionamentos Facebook. Os olhares e cochichos intimidadores pelos corredores do colégio acontecem frequentemente. “Foi aí que eu descobri quem realmente é meu amigo”. O jovem conta que já frequentava a Escola Jovem LGBT antes do vazamento da foto, mas que a relação dele com os professores e com os novos amigos que fez no local se intensificou. “Eu não tinha nenhum amigo gay, agora o Deco conversa comigo sobre os meus problemas, eu tenho pessoas com quem eu posso me abrir”, desabafa W. Criado numa família evangélica, o aluno de música e jornalismo de revista ainda está se preparando para assumir sua orientação sexual. “Minha mãe já está desconfiando. Se ela souber que aqui é uma escola gay, ela não vai mais deixar eu vir”, teme.
“Você vai apanhar, viado!”
De dia, ele é presidente do E-Camp e atende por Vinícius Saraiva. À noite, de vez em quando, vira Saraivetty Close, mistura do sobrenome com uma homenagem à seu ídolo Ivete Sangalo. Mas em novembro do ano passado estava simplesmente indo para o ponto de ônibus no centro de Campinas para esperar a condução que o levaria à sua casa quando foi surpreendido por dois “carecões gigantescos”, como ele próprio define, que investiram em sua direção e de mais três amigos que o acompanhavam com uma corrente e um pedaço de ferro. Sem titubear, correram para direções opostas tentando fugir dos marmanjos, que ainda praguejavam “você vai apanhar viado!” para quem quisesse ouvir. Um de seus amigos levou uma correntada na perna, mas conseguiu fugir sem maiores consequências. A polícia foi acionada, tentou, mas não conseguiu localizar os agressores, que, diferentemente deles, saíram ilesos da situação. “Toda vez que eu passo por aquele ponto me lembro, com medo, do que aconteceu”, revela.
Vinícius Saraiva (Saraivetty) participa dos cursos de Dança e Jornalismo de Revista na Escola Jovem LGBT
terça-feira, 14 de junho de 2011
Noite DIVAS
Parte do elenco da Noite DIVAS
Povo,
Tô em falta com vocês, né? é que mês de junho é tamanha correria - e ainda estou finalizando um projeto e correndo atrás dos pepinos de outro - que nem sobra tempo pra organizar os pensamentos.
Só tomei a iniciativa de vir aqui postar porque participei de um evento no domingo que merece ser divulgado.
Cerca de 500 pessoas - e dezenas de casais - enfrentaram o friozinho da noite desse domingo para prestigiar a "Noite DIVAS", organizada pelo Grupo E-jovem e pela Escola Jovem LGBT. Esse evento é uma atividade do Mês da Diversidade, que antecede a Parada do Orgulho LGBT de Campinas, marcada para 3 de julho.
Lohren Beauty e a galera lotando a praça
Pela primeira vez, gays, lésbicas, drag queens e travestis de Campinas ocuparam o tradicional coreto da praça Carlos Gomes, em pleno centro da cidade, com mais de três horas de apresentações. Foram cerca de 20 shows, só de músicas românticas, em homenagem aos namorados LGBT.
Saraivetty fazendo a diva
Tááá, querida!!
Confiram a GALERIA DE FOTOS.
bjos do Deco =]
quinta-feira, 2 de junho de 2011
sexta-feira, 27 de maio de 2011
quinta-feira, 26 de maio de 2011
Kit de material educativo Escola sem Homofobia
Post atualizado com TODOS os 5 vídeos!
(ESSE é o conteúdo do famoso kit anti-homofobia, kit escola sem homofobia ou, como os crentes conseguiram emplacar, kit gay. Não tem NADA de mais e NÃO foi o que Dilma viu [abaixo eu mostro o QUE mostraram pra ela]. Tirem suas próprias conclusões. ~ Deco)
O material se destina à formação dos/das professores(as) em geral, dando a eles subsídios para trabalharem os temas no ensino médio.
Trata-se de um conjunto de instrumentos didático-pedagógicos que visam à desconstrução de imagens estereotipadas sobre lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais e para o convívio democrático com a diferença, contribuindo para:
•Alterar concepções didáticas, pedagógicas e curriculares, rotinas escolares e formas de convívio social que funcionam para manter dispositivos pedagógicos de gênero e sexualidade que alimentam a homofobia.
•Promover reflexões, interpretações, análises e críticas acerca de algumas noções que frequentemente habitam as escolas com tal “naturalidade” ou que se naturalizam de tal modo que se tornam quase imperceptíveis, no que se refere não apenas aos conteúdos disciplinares como às interações cotidianas que ocorrem nessa instituição.
•Desenvolver a criticidade infanto-juvenil relativamente a posturas e atos que transgridam o artigo V do Estatuto da Criança e do Adolescente, segundo o qual: “Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, punido na forma da lei qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais”.
•Divulgar e estimular o respeito aos direitos humanos e às leis contra a discriminação em seus diversos âmbitos
•Cumprir as diretrizes do MEC; da SECAD; do Programa Brasil sem Homofobia; da Agenda Afirmativa para Gays e outros HSH e Agenda Afirmativa para Travestis do Plano Nacional de Enfrentamento da Epidemia de AIDS e das DST entre Gays, HSH e Travestis; dos Parâmetros Curriculares Nacionais; do Plano Nacional de Promoção da Cidadania e Direitos Humanos de LGBT; do Programa Nacional de Direitos Humanos III; das deliberações da 1ª Conferência Nacional de Educação; do Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos; e outras.
O kit é composto de:
- um caderno
- uma série de seis boletins (Boleshs)
- três audiovisuais com seus respectivos guias
- um cartaz
- cartas de apresentação para o/a gestor(a) e para o/a educador(a).
Segue um resumo dos materiais do kit:
Caderno Escola sem Homofobia – peça-chave do kit, articula com os outros componentes (DVDs/audiovisuais, guias que acompanham os DVDs/audiovisuais, boletins). Traz conteúdos teóricos, conceitos básicos e sugestões de dinâmicas/oficinas práticas para o/a educador(a) trabalhar o tema da homofobia em sala de aula/na escola/na comunidade escolar visando a reflexão, compreensão, confronto e eliminação da homofobia no ambiente escolar. As propostas de dinâmicas contidas no caderno têm interface com os DVDs/audiovisuais e boletins.
Boletins Escola sem Homofobia (Boleshs) - série de 6 boletins, destinados às/aos estudantes cada um abordando um assunto relacionado ao tema da sexualidade, diversidade sexual e homofobia. Trazem conteúdos que contribuem para a compreensão da sexualidade como construção histórica e cultural; para saber diferenciar sexualidade e sexo; para reconhecer quando valores pessoais contribuem ou não para a manutenção dos mecanismos da discriminação a partir da reprodução dos estereótipos; para agir de modo solidário em relação às pessoas independente de sua orientação sexual, raça, religião, condição social, classe social, deficiência (física, motora, intelectual, sensorial); para perceber e corrigir situações de agressão velada e aberta em relação a pessoas LGBT.
Audiovisuais:
a) DVD Boneca na Mochila (Versão em LIBRAS)
Ficção que promove a reflexão crítica sobre como as expectativas de gênero propagadas na sociedade influenciam a educação formal e informal de crianças, através de situações que, se não aconteceram em alguma escola, com certeza já foram vivenciadas por famílias no mesmo contexto ou em outros. Ao longo do audiovisual, são apresentados momentos que revelam o quanto de preconceito existe em relação às pessoas não heterossexuais.
Baseado em história verídica, mostra um motorista de táxi que conduz uma mulher aflita chamada a comparecer à escola onde seu filho estuda, apenas porque o flagraram com uma boneca na mochila. Durante o caminho, casualmente, o rádio do táxi está sintonizando um programa sobre homossexualidade que, além de noticiar o fato que se passa na escola onde estuda o menino em questão, promove um debate com especialistas em educação e em psicologia, a respeito do assunto. O vídeo abaixo não está completo, tem só os primeiros 2 minutos e pouco:
b) DVD Medo de quê?
Desenho animado que promove uma reflexão crítica sobre como as expectativas que a sociedade tem em relação ao gênero influenciam a vivência de cada pessoa com seus desejos, mostrando o cotidiano de personagens comuns na vida real. O formato desenho animado, sem falas, facilita sua exibição para pessoas de diferentes contextos culturais, independente do nível de alfabetização dos/das espectadores(as).
Marcelo, o personagem principal, é um garoto que, como tantos outros, tem sonhos, desejos e planos. Seus pais, seu amigo João e a comunidade onde vive mostram expectativas em relação a ele que não são diferentes das que a sociedade tem a respeito dos meninos. Porém nem sempre os desejos de Marcelo correspondem ao que as pessoas esperam dele. Mas quais são mesmo os desejos de Marcelo? Essa questão gera medo, tanto em Marcelo quanto nas pessoas que o cercam.
Medo de quê? Em geral, as pessoas têm medo daquilo que não conhecem bem. Assim, muitas vezes alimentam preconceitos que se manifestam nas mais variadas formas de discriminação. A homofobia é uma delas. O vídeo está disponível abaixo em três partes:
c) Audiovisual Torpedo
Audiovisual que reúne três histórias que acontecem no ambiente escolar: Torpedo; Encontrando Bianca e Probabilidade.
Torpedo - animação com fotos, que apresenta questões sobre a lesbianidade através da história do início do namoro entre duas garotas que estudam na mesma escola: Ana Paula e Vanessa.
Ana Paula estava na aula de informática quando deparou toda a turma vendo na internet fotos dela e de Vanessa numa festa, que haviam sido divulgadas por alguém para a escola toda. A partir daí, as duas se questionam sobre como as pessoas irão reagir a isso e sobre que atitude devem tomar. Após algumas especulações, decidem se encontrar no pátio na hora do intervalo. Lá, assertivamente, assumem sua relação afetiva num abraço carinhoso assistido por todos. O vídeo está disponível abaixo:
Encontrando Bianca - por meio de uma narrativa ficcional em primeira pessoa, num tom confessional e sem autocomiseração, como num diário íntimo, José Ricardo/Bianca revela a descoberta e a busca de sua identidade de travesti. Sempre narrada em tempo presente, acompanhamos a trajetória de Bianca e os dilemas de sua convivência dentro do ambiente escolar: sua tendência a se aproximar e se identificar com o universo das meninas; as primeiras vezes em que, em sua casa, se vestiu de mulher; a primeira vez em que foi para a escola com as unhas pintadas, cada vez assumindo mais, no ambiente escolar, sua identidade de travesti; a dificuldade de ser chamada pelo nome (Bianca) com o qual se identifica; os problemas por não conseguir utilizar, sem constrangimentos, tanto o banheiro feminino quanto o masculino; as ameaças e agressões de um lado e os poucos apoios de outro. O vídeo está disponível abaixo:
Probabilidade - com tom leve e bem-humorado, o narrador conta a história de Leonardo, Carla, Mateus e Rafael. Leonardo namora Carla e fica triste quando sua família muda de cidade. Na nova escola, Leonardo é bem recebido por Mateus, que se torna um grande amigo. Mas ele só compreende por que a galera fazia comentários homofóbicos a respeito dele e de Mateus quando este lhe diz ser gay. Um dia, Mateus convida Leonardo para a festa de despedida de um primo, Rafael, que também está de mudança.
Durante a festa, Leonardo conversa com Rafael e, depois da despedida, fica refletindo sobre a atração sexual que sentiu pelo novo amigo que partia. Inicialmente sentiu-se confuso, porque também se sentia atraído por mulheres, mas ficou aliviado quando começou a aceitar sua bissexualidade. O vídeo está disponível abaixo:
d) Cartaz e cartas para gestora/r e educadoras/r – o cartaz tem a finalidade de divulgar o projeto para a escola e para a comunidade escolar e as cartas apresentam o kit para o/a gestor(a) e educadores(as), respectivamente.
(Agora compare tudo isso acima com o material FALSIFICADO que os pastores apresentaram pra Dilma como sendo o kit escola sem homofobia. Basta clicar no link. ABSURDO, né?
Mas o pior mesmo foi a presidenta ter se deixado engambelar dessa maneira... Como pode?? Que venha uma PUTA retratação por aí, pro bem de todos e felicidade geral da Nação...)
sábado, 7 de maio de 2011
Aventuras do Movimento LGBT Paulista
Ontem foi dia cheio em São Paulo!! Representantes do movimento LGBT paulista se reuniram na Assembleia Legislativa para conversar sobre suas demandas. Quem convidou foi a deputada Leci Brandão (PCdoB/SP).
No primeiro plano, Bruno Campos, presidente do Grupo E-jovem Piracicaba e representante do Fórum da Juventude LGBT. Ao seu lado, Felipe, do coletivo LGBT da UJS e do E-Sampa. Ao fundo, Leci Brandão.
Leci resgatou um pouco de sua história como sambista e militante pelas causas das minorias. Reafirmou que seu gabinete está de portas abertas para receber o movimento e confirmou que vai lutar para rearticular a Frente Parlamentar LGBT na ALESP, celebrar os dias 17 de maio e 28 de junho e dar mais visibilidade à lei 10.948, que combate a homofobia no Estado de SP.
Logo depois, na Secretaria de Justiça de SP, tivemos reunão com a nova coordenadora de políticas LGBT do Estado de SP, Dra. Heloísa Alves. Foi a primeira vez que se reuniram as quatro grandes redes de militantes do estado: Fórum Paulista LGBT, Fórum Paulista da Juventude LGBT, Conexão Paulista e Fórum Paulista de Travestis e Transexuais. Na pauta, ônibus para a Marcha a Brasília, dia 18 agora.
Representantes das quatro redes reunidos na Coordenadoria LGBT de SP. Entre o Bruno e a Irina Bacci Bacci, a nova coordenadora, Dra. Heloísa.
Eu, Dra. Heloísa, Felipe (do E-jovem em Sampa), Bruno (do E-jovem Piracicaba) e Débora, chefe de gabinete da coordenadoria. O GRUPO E-JOVEM ficou responsável pela organização de um dos ônibus a Brasília, para a II Marcha contra a Homofobia.
quinta-feira, 5 de maio de 2011
Dia 5 de maio - Dia Nacional da União Homoafetiva
O Supremo Tribunal Federal acaba de aprovar a união estável homossexual...
Pra assistir, chorando, enquanto você comemora!
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