E não é que fomos pra CAPA do jornal Correio Popular mais uma vez? A pauta, dessa vez, foi o sucesso das inscrições e mais novidades sobre a Escola Jovem LGBT:
"Escola gay lota salas e deixa 60 na fila de espera"
Um trechinho da matéria que eu gostei muito: "No começo, muita gente temia que Campinas fosse resistir à criação de uma escola gay. Mas a comunidade aprovou o projeto. Não há o menor sentido em ser contra um espaço cultural.”
Arrasamos ouarrasamos? Leia a matéria na íntegra:
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Cidades
Escola gay já tem lista de espera
Escola gay já tem lista de espera
Número de inscritos chegou a 120, o dobro em relação à quantidade de vagas oferecidas
Rogério Verzignasse
DA AGÊNCIA ANHANGUERA
rogerio@rac.com.br
A primeira escola brasileira de cultura gay, um dos 300 pontos de culturas financiados por um convênio firmado entre o Estado e a União, já definiu a lista de 60 alunos que, a partir de março, vão formar as primeiras turmas dos cursos de dança, web TV e fanzine. A seleção, pelo critério de idade, foi feita a partir de uma lista com 120 inscritos, do Brasil todo, e já há uma lista de espera.
Os jovens classificados, com idades entre 14 e 30 anos, estão relacionados no endereçowww.e-jovem.com , página virtual onde cerca de 2 mil adolescentes campineiros difundem o respeito à diversidade sexual. Os futuros alunos devem confirmar a matrícula até o próximo sábado.
Os cursos, anunciados no final do ano passado como parte do projeto cultural apresentado ao governo, vão custar R$ 180 mil. O repasse será feito em três parcelas (uma por ano). O dinheiro será usado basicamente para o pagamento dos professores e compra de materiais. Cada turma terá 20 alunos e as aulas serão semanais, aos sábados, com três horas de duração.
Para 2011 e 2012, a proposta oficial da escola prevê cursos como música, teatro, revista, criação literária e cinema. Mas já há a possibilidade de oferecer ainda cursos de redação jornalística, defesa pessoal e escolinha de futebol. Nenhum aluno vai pagar um centavo pelas aulas (da grade oficial ou da alternativa). Vai ser tudo de graça.
“O projeto cresceu demais. A gente vai formar turmas extras a partir da nossa capacidade em conseguir espaço e horário para as aulas”, afirmou Deco Ribeiro, de 38 anos, professor universitário e idealizador da Escola Jovem LGTB (gays, lésbicas, bissexuais e transexuais). Entre os selecionados, há moradores de várias cidades da região, além de Minas Gerais, Mato Grosso, Rio de Janeiro, Bahia e Paraná.
O mais interessante, disse Ribeiro, foi descobrir o interesse do público heterossexual no projeto. “No começo, muita gente temia que Campinas fosse resistir à criação de uma escola gay. Mas a comunidade aprovou o projeto. Não há o menor sentido em ser contra um espaço cultural.”
Na opinião de Deco, o projeto acabou sendo reconhecido porque oferece inclusão a um público que, historicamente, é vítima da intolerância. Para combater o preconceito, o objetivo do grupo é oferecer atividades inclusivas, abertas a adolescentes de qualquer orientação sexual.
Tanto é que, entre os 60 classificados, há alunos heterossexuais. Todos eles estão recebendo, por e-mail, o aviso da classificação e sendo orientados sobre onde e como entregar a documentação necessária. A direção do e-jovem não divulga, publicamente, o nome completo de nenhum deles. “A simples publicação do nome pode gerar preconceito contra o aluno”, justificou Ribeiro. Pelo mesmo motivo são preservados os nomes dos professores já escolhidos ou dos que ainda se inscrevem para ministrar aulas.
Para despertar a atenção da sociedade sobre a intolerância em relação os homossexuais, a escola vai promover reuniões periódicas com os pais dos alunos. O objetivo da iniciativa é levar o debate para dentro das famílias. “Quem é reprimido, ofendido e agredido na rua precisa encontrar respeito e apoio pelo menos dentro de casa”, disse Ribeiro. Os adolescentes homossexuais, a seu ver, precisam ser acolhidos, respeitados. Se as pessoas estiverem dispostas a ouvir, os dramas cotidianos do gay podem ser assimilados, elaborados.
Selecionados os futuros alunos e professores, agora só falta a definição do prédio onde a escola vai funcionar. Já se falou até em prédios públicos. Até março, o e-jovem vai escolher entre duas casas oferecidas gratuitamente por simpatizantes da causa.
O NÚMERO
R$ 54
MILHÕES
É o valor do investimento no patrocínio de projetos no território brasileiro, a partir de convênio firmado entre o Estado e a União que formalizou os 300 pontos de cultura. Cada um deles vai receber R$ 180 mil, divididos em três parcelas anuais. Além de pagar professores e comprar materiais, os recursos podem ser usados na cessão de bolsas de estudo para alunos que, por exemplo, moram longe da cidade e precisam de ajuda de custo para sobreviver na cidade que sedia um dos pontos.
SAIBA MAIS
A relação com os prenomes dos classificados para a Escola Jovem LGTB (e suas cidades de origem) está disponível nowww.e-jovem.com.
A mesma página virtual tem links para receber inscrições de novos alunos e currículos de professores, que podem ser contratados para ministrar cursos oficiais do projeto (que garantem remuneração) ou voluntários.
A FRASE
“A escola não é só para gays. Ela pretende dar visibilidade para essa parcela da sociedade. Também queremos que os jovens gays deixem de se envergonhar pela própria identidade.”
DECO RIBEIRO
Professor universitário, idealizador da Escola Jovem LGTB
DA AGÊNCIA ANHANGUERA
rogerio@rac.com.br
A primeira escola brasileira de cultura gay, um dos 300 pontos de culturas financiados por um convênio firmado entre o Estado e a União, já definiu a lista de 60 alunos que, a partir de março, vão formar as primeiras turmas dos cursos de dança, web TV e fanzine. A seleção, pelo critério de idade, foi feita a partir de uma lista com 120 inscritos, do Brasil todo, e já há uma lista de espera.
Os jovens classificados, com idades entre 14 e 30 anos, estão relacionados no endereço
“O projeto cresceu demais. A gente vai formar turmas extras a partir da nossa capacidade em conseguir espaço e horário para as aulas”, afirmou Deco Ribeiro, de 38 anos, professor universitário e idealizador da Escola Jovem LGTB (gays, lésbicas, bissexuais e transexuais). Entre os selecionados, há moradores de várias cidades da região, além de Minas Gerais, Mato Grosso, Rio de Janeiro, Bahia e Paraná.
O mais interessante, disse Ribeiro, foi descobrir o interesse do público heterossexual no projeto. “No começo, muita gente temia que Campinas fosse resistir à criação de uma escola gay. Mas a comunidade aprovou o projeto. Não há o menor sentido em ser contra um espaço cultural.”
Na opinião de Deco, o projeto acabou sendo reconhecido porque oferece inclusão a um público que, historicamente, é vítima da intolerância. Para combater o preconceito, o objetivo do grupo é oferecer atividades inclusivas, abertas a adolescentes de qualquer orientação sexual.
Tanto é que, entre os 60 classificados, há alunos heterossexuais. Todos eles estão recebendo, por e-mail, o aviso da classificação e sendo orientados sobre onde e como entregar a documentação necessária. A direção do e-jovem não divulga, publicamente, o nome completo de nenhum deles. “A simples publicação do nome pode gerar preconceito contra o aluno”, justificou Ribeiro. Pelo mesmo motivo são preservados os nomes dos professores já escolhidos ou dos que ainda se inscrevem para ministrar aulas.
Para despertar a atenção da sociedade sobre a intolerância em relação os homossexuais, a escola vai promover reuniões periódicas com os pais dos alunos. O objetivo da iniciativa é levar o debate para dentro das famílias. “Quem é reprimido, ofendido e agredido na rua precisa encontrar respeito e apoio pelo menos dentro de casa”, disse Ribeiro. Os adolescentes homossexuais, a seu ver, precisam ser acolhidos, respeitados. Se as pessoas estiverem dispostas a ouvir, os dramas cotidianos do gay podem ser assimilados, elaborados.
Selecionados os futuros alunos e professores, agora só falta a definição do prédio onde a escola vai funcionar. Já se falou até em prédios públicos. Até março, o e-jovem vai escolher entre duas casas oferecidas gratuitamente por simpatizantes da causa.
O NÚMERO
R$ 54
MILHÕES
É o valor do investimento no patrocínio de projetos no território brasileiro, a partir de convênio firmado entre o Estado e a União que formalizou os 300 pontos de cultura. Cada um deles vai receber R$ 180 mil, divididos em três parcelas anuais. Além de pagar professores e comprar materiais, os recursos podem ser usados na cessão de bolsas de estudo para alunos que, por exemplo, moram longe da cidade e precisam de ajuda de custo para sobreviver na cidade que sedia um dos pontos.
SAIBA MAIS
A relação com os prenomes dos classificados para a Escola Jovem LGTB (e suas cidades de origem) está disponível no
A mesma página virtual tem links para receber inscrições de novos alunos e currículos de professores, que podem ser contratados para ministrar cursos oficiais do projeto (que garantem remuneração) ou voluntários.
A FRASE
“A escola não é só para gays. Ela pretende dar visibilidade para essa parcela da sociedade. Também queremos que os jovens gays deixem de se envergonhar pela própria identidade.”
DECO RIBEIRO
Professor universitário, idealizador da Escola Jovem LGTB
Comentário: Ok, a sigla saiu meio torta. Mas fora isso a matéria está impecável!! Bjus do Deco =]
Um comentário:
-Parabéns pelo Projeto!
Gostaria muito de fazer um curso voltado para a área editorial gay. Pensem nisso! Seria o primeiro a me inscrever!
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