Escola pra índio ninguém critica. Já a escola pra gays...
Uma escola incomum, pelo menos aos olhos dos brancos, foi criada na aldeia Uapuí, na Terra Indígena Alto Rio Negro, no Noroeste do Amazonas. Para enfrentar a ameaça de perder a tradição do xamanismo por influência de culturas externas, os conhecimentos tradicionais dos baniwas nesta área ganharam a sala de aula. A intenção é que as novas gerações aprendam as técnicas de curas espirituais criadas ao longo de séculos por esse povo da floresta.
“É uma escola para revitalização do conhecimento dos índios baniwas”, disse o antropólogo Robin Wright, da Universidade da Flórida, nos EUA. Ele passou anos procurando patrocínio para o projeto, até conseguir apoio da Fundação para Estudos Xamânicos, da Califórnia. Para Wright, a formação de novos pajés é importante porque eles conhecem a cura para doenças específicas causadas por fungos, plantas ou animais, entre outras, que não foram estudadas pela ciência.
Na maloca construída para ser escola terá um grupo inicial de 12 alunos de diferentes aldeias baniwas. Eles vão estudar por pelo menos dois anos para se iniciar na pajelança, embora a aquisição dos conhecimentos tradicionais seja algo que leva a vida toda entre os xamãs (entenda-se pessoas que passam anos para conseguir entrar em transe e, segundo acreditam os índios, buscar no mundo dos espíritos a receita de cura de cada doença, que então se dá com ingredientes naturais). “É um sistema de crença que nós não temos”, comenta Wright.
Comentário: Já encontrei uma escola para negros, no século 19, quando Campinas era a cidade mais racista do país. Tem a nossa escola gay. E agora, vejam só: uma escola de valorização da Cultura Indígena. Ação Afirmativa é isso aí. E danem-se os preconceituosos!! ~ Deco =]
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